A greve de amanhã da Função Pública é de um oportunismo e de uma falta de senso totais.Vejamos: ser-se funcionário público não é a mesma coisa do que ser-se trabalhador por conta de outrem. Eu fui funcionário público 15 anos e sei do que falo. A função pública não é um sector primário produtivo. Não gera riqueza, gera a logística do país. A função pública, ao contrário do que diz o Dr. Carvalho da Silva, não dá lucro. Dá despesa. Os funcionários são pagos com os impostos de quem trabalha e não com os lucros de um qualquer patrão.Os funcionários públicos têm o emprego assegurado, uma carreira progressiva e benesses como a ADSE que os outros trabalhadores não têm. O exército de funcionários leva a grande parte do orçamento do Estado. A função pública trabalha mal, trabalha pouco, e permite a existência de uma grande trupe de pequenos ditadorzecos de pacotilha, chefes de divisão e outros mangas de alpaca, que alimentam o medo, a pressão, e a influência de quem depende deles.Há uma mediocridade sustentada ao longo de décadas em serviços obsoletos, inúteis, caros e que empatam a agilidade do país.Saí há 20 anos do Estado. Trabalhava na Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais como arquitecto. Em 10 anos nunca fiz um projecto com principio meio e fim. Ao meu lado havia um grupo de profissionais excelentes mas que nada faziam. O serviço nem queria que se trabalhasse. Deixei de ter problemas quando passei a dizer que sim a um chefe imbecil e a marimbar-me em propor soluções viáveis. Ele o que queria era que os projectos fossem feitos fora e não pela equipa. Hoje esse serviço continua a existir...e muitos desses colegas ainda por lá pairam.Portanto, vir agora querer mais aumentos, quando tiveram 4% num ano sem inflação é de uma brutalidade sem explicação. Uma revolta para mim que pago impostos (e bem!) e que este ano abdiquei de uma percentagem significativa do meu ordenado para ajudar a minha empresa.Claro que muitos destes funcionários entraram no tempo de Cavaco, e Guterres enfiou-os no quadro. E a célebre lei cavaquista da progressão automática na carreira, já nos custou milhões para promover burocratas, imbecis e empatas, independentemente de haver gente de grande dedicação e qualidade.Mas a grande maioria dos funcionários é um peso pesado na nossa economia, também pela inércia deste governo PS que nunca quis fazer um verdadeiro saneamento dos serviços.O Doutor Carvalho da Silva acaba de dar mostras de uma total demagogia e de uma irresponsabilidade total.Depois dos 400 milhões para calar os professores, vamos continuar a pagar para esta gente não gritar? Trabalhem mais e berrem menos.
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A greve de amanhã da Função Pública é de um oportunismo e de uma falta de senso totais.Vejamos: ser-se funcionário público não é a mesma coisa do que ser-se trabalhador por conta de outrem. Eu fui funcionário público 15 anos e sei do que falo. A função pública não é um sector primário produtivo. Não gera riqueza, gera a logística do país. A função pública, ao contrário do que diz o Dr. Carvalho da Silva, não dá lucro. Dá despesa. Os funcionários são pagos com os impostos de quem trabalha e não com os lucros de um qualquer patrão.Os funcionários públicos têm o emprego assegurado, uma carreira progressiva e benesses como a ADSE que os outros trabalhadores não têm. O exército de funcionários leva a grande parte do orçamento do Estado. A função pública trabalha mal, trabalha pouco, e permite a existência de uma grande trupe de pequenos ditadorzecos de pacotilha, chefes de divisão e outros mangas de alpaca, que alimentam o medo, a pressão, e a influência de quem depende deles.Há uma mediocridade sustentada ao longo de décadas em serviços obsoletos, inúteis, caros e que empatam a agilidade do país.Saí há 20 anos do Estado. Trabalhava na Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais como arquitecto. Em 10 anos nunca fiz um projecto com principio meio e fim. Ao meu lado havia um grupo de profissionais excelentes mas que nada faziam. O serviço nem queria que se trabalhasse. Deixei de ter problemas quando passei a dizer que sim a um chefe imbecil e a marimbar-me em propor soluções viáveis. Ele o que queria era que os projectos fossem feitos fora e não pela equipa. Hoje esse serviço continua a existir...e muitos desses colegas ainda por lá pairam.Portanto, vir agora querer mais aumentos, quando tiveram 4% num ano sem inflação é de uma brutalidade sem explicação. Uma revolta para mim que pago impostos (e bem!) e que este ano abdiquei de uma percentagem significativa do meu ordenado para ajudar a minha empresa.Claro que muitos destes funcionários entraram no tempo de Cavaco, e Guterres enfiou-os no quadro. E a célebre lei cavaquista da progressão automática na carreira, já nos custou milhões para promover burocratas, imbecis e empatas, independentemente de haver gente de grande dedicação e qualidade.Mas a grande maioria dos funcionários é um peso pesado na nossa economia, também pela inércia deste governo PS que nunca quis fazer um verdadeiro saneamento dos serviços.O Doutor Carvalho da Silva acaba de dar mostras de uma total demagogia e de uma irresponsabilidade total.Depois dos 400 milhões para calar os professores, vamos continuar a pagar para esta gente não gritar? Trabalhem mais e berrem menos.