Câmara Corporativa

31-05-2010
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O antigo assessor de Cavaco estava hoje empolgado: “o Presidente lava as mãos como Pilatos e muda-se a definição de casamento.” E logo a seguir acrescenta: “Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama "modernidade". Mas se um dia, em vez de uma maioria porcalhona, tivermos um parlamento nihilista, espírita, xenófobo ou iberista, o que salva a identidade nacional?”Lamento informar, mas não são estes espasmos a parte mais relevante da crónica de César das Neves. O que ele nos tentará vender em próximas crónicas não é o reino de Deus, mas o inferno na Terra: “o sucesso chinês revela um modelo alternativo, mostrando que se pode atingir a prosperidade sem liberdade.”Robert W. Fogel, Prémio Nobel da Economia, já tinha concluído que a escravatura não desaparecera por ser um entrave ao progresso, como defendia Marx. Terão sido motivações políticas e éticas que impulsionaram o seu fim. Poder-se-ia sempre voltar ao “modelo alternativo” de que fala o antigo assessor de Cavaco Silva — sabendo-se que a pedra de toque é, neste momento, a posição em relação ao Estado Social.

O antigo assessor de Cavaco estava hoje empolgado: “o Presidente lava as mãos como Pilatos e muda-se a definição de casamento.” E logo a seguir acrescenta: “Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama "modernidade". Mas se um dia, em vez de uma maioria porcalhona, tivermos um parlamento nihilista, espírita, xenófobo ou iberista, o que salva a identidade nacional?”Lamento informar, mas não são estes espasmos a parte mais relevante da crónica de César das Neves. O que ele nos tentará vender em próximas crónicas não é o reino de Deus, mas o inferno na Terra: “o sucesso chinês revela um modelo alternativo, mostrando que se pode atingir a prosperidade sem liberdade.”Robert W. Fogel, Prémio Nobel da Economia, já tinha concluído que a escravatura não desaparecera por ser um entrave ao progresso, como defendia Marx. Terão sido motivações políticas e éticas que impulsionaram o seu fim. Poder-se-ia sempre voltar ao “modelo alternativo” de que fala o antigo assessor de Cavaco Silva — sabendo-se que a pedra de toque é, neste momento, a posição em relação ao Estado Social.

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