Filho do 25 de Abril: 820. Desertificação versus Eficiência

18-12-2009
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O encerramento de escolas e maternidades no interior choca qualquer ser humano! É a prova - como se fosse preciso uma - que o país é desigual. O interior do país está numa espécie de lenta agonia num ciclo vicioso de abandono, desinvestimento e desalento.O anúncio do encerramento destas infraestruturas básicas foi, então, um choque. São inegáveis os ganhos de eficiência nos gastos do Estado com estas medidas mas o aparente agravamento do ciclo vicioso de desertificação parecia que, numa primeira análise, devia sobrepor-se às "meras" questões financeiras.Mas há um dado que alterou a minha percepção do assunto. Comecei a pensar como será ter aulas numa escola com mais quatro colegas. Será possível, nessas condições, ter acesso a um ensino aceitável e que ofereça o mesmo grau de preparação que uma outra escola com centenas de alunos? E que tipo de partilha de experiências sociais e emotivas pode ter uma criança que só convive com mais quatro (que nem sei se são do mesmo ano)? O mesmo aplica-se às maternidades, ou seja, será possível ter os meios e a experiência necessários para lidar com os problemas complexos do nascimento numa maternidade sem massa crítica de nascimentos? São respostas que deixo a técnicos mas, provavelmente, preferia que o meu filho fosse estudar mais longe, mesmo que haja um transtorno diário, mas que tivesse melhores oportunidades de sucesso. O mesmo raciocínio aplica-se às maternidades. É dramático mas, provavelmente, é a decisão mais lógica a tomar, ou seja, é incontornável o fecho destas infraestruturas.Para finalizar faço uma pergunta da mesma classe daquela que indaga se foi a galinha ou o ovo que nasceu primeiro, ou seja, será que é o desinvestimento que leva à desertificação ou será a desertificação a causa do desinvestimento?Foto retirada desta ligação: http://galerias.escritacomluz.com/jbarata/album05/aaa

O encerramento de escolas e maternidades no interior choca qualquer ser humano! É a prova - como se fosse preciso uma - que o país é desigual. O interior do país está numa espécie de lenta agonia num ciclo vicioso de abandono, desinvestimento e desalento.O anúncio do encerramento destas infraestruturas básicas foi, então, um choque. São inegáveis os ganhos de eficiência nos gastos do Estado com estas medidas mas o aparente agravamento do ciclo vicioso de desertificação parecia que, numa primeira análise, devia sobrepor-se às "meras" questões financeiras.Mas há um dado que alterou a minha percepção do assunto. Comecei a pensar como será ter aulas numa escola com mais quatro colegas. Será possível, nessas condições, ter acesso a um ensino aceitável e que ofereça o mesmo grau de preparação que uma outra escola com centenas de alunos? E que tipo de partilha de experiências sociais e emotivas pode ter uma criança que só convive com mais quatro (que nem sei se são do mesmo ano)? O mesmo aplica-se às maternidades, ou seja, será possível ter os meios e a experiência necessários para lidar com os problemas complexos do nascimento numa maternidade sem massa crítica de nascimentos? São respostas que deixo a técnicos mas, provavelmente, preferia que o meu filho fosse estudar mais longe, mesmo que haja um transtorno diário, mas que tivesse melhores oportunidades de sucesso. O mesmo raciocínio aplica-se às maternidades. É dramático mas, provavelmente, é a decisão mais lógica a tomar, ou seja, é incontornável o fecho destas infraestruturas.Para finalizar faço uma pergunta da mesma classe daquela que indaga se foi a galinha ou o ovo que nasceu primeiro, ou seja, será que é o desinvestimento que leva à desertificação ou será a desertificação a causa do desinvestimento?Foto retirada desta ligação: http://galerias.escritacomluz.com/jbarata/album05/aaa

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