Escaninho: Quadras de António Aleixo

19-12-2009
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Peço às altas competênciasPerdão, porque mal sei ler,P'ra aquelas deficiênciasQue os meus versos possam ter.Julgam-me mui sabedor;E é tão grande o meu saberQue desconheço o valorDas quadras que sei fazer!Quem me vê dirá: não presta,Nem mesmo quando lhe fale,Porque ninguém traz na testaO selo de quanto vale.Sou humilde, sou modesto;Mas, entre gente ilustrada,Talvez me digam que eu presto,Porque não presto p'ra nada.Não sou esperto nem bruto,Nem bem nem mal educado:Sou simplesmente o produtoDo meio em que fui criado.Não sei se sei: sou dos taisA quem pouco saber cabe;Mas sei que é saber de mais,A gente saber que sabe!O tal Aleixo, o poeta,Que dizem ser de Loulé,É uma figura incompletaSem o Magalhães ao pé.Vim ao mundo sem saberQue vinha a ser o que sou;Agora morro sem quererE sem saber para onde vou.Os meus versos o que são?Devem ser, se os não confundo,Pedaços do coraçãoQue deixo cá, neste mundo.Do Grupo do Amigos do Lugar ao Sul


Peço às altas competênciasPerdão, porque mal sei ler,P'ra aquelas deficiênciasQue os meus versos possam ter.Julgam-me mui sabedor;E é tão grande o meu saberQue desconheço o valorDas quadras que sei fazer!Quem me vê dirá: não presta,Nem mesmo quando lhe fale,Porque ninguém traz na testaO selo de quanto vale.Sou humilde, sou modesto;Mas, entre gente ilustrada,Talvez me digam que eu presto,Porque não presto p'ra nada.Não sou esperto nem bruto,Nem bem nem mal educado:Sou simplesmente o produtoDo meio em que fui criado.Não sei se sei: sou dos taisA quem pouco saber cabe;Mas sei que é saber de mais,A gente saber que sabe!O tal Aleixo, o poeta,Que dizem ser de Loulé,É uma figura incompletaSem o Magalhães ao pé.Vim ao mundo sem saberQue vinha a ser o que sou;Agora morro sem quererE sem saber para onde vou.Os meus versos o que são?Devem ser, se os não confundo,Pedaços do coraçãoQue deixo cá, neste mundo.Do Grupo do Amigos do Lugar ao Sul

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