Escaninho

19-12-2009
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O poeta é o portador. Carrega tudo,Mas ele mesmo é a carga e o encarregado,Tal, na aldeia dos sãos, é o surdo-mudo,Cheio deles e de si, triste, pasmado.A força do Sentido o faz escudoDo fogo que não pode ser roubadoEnquanto ofereça o coração agudoÀ guerra em que nasceu para soldado.Sua coragem na palavra o espera,Aguardado silêncio pensativo,Como a hora que a torre negra deraAlém da meia-noite e antes da horaPrima, que a madrugada álgida chora,Lágrima a tempo, átono som cativo.(Vitorino Nemésio)


O poeta é o portador. Carrega tudo,Mas ele mesmo é a carga e o encarregado,Tal, na aldeia dos sãos, é o surdo-mudo,Cheio deles e de si, triste, pasmado.A força do Sentido o faz escudoDo fogo que não pode ser roubadoEnquanto ofereça o coração agudoÀ guerra em que nasceu para soldado.Sua coragem na palavra o espera,Aguardado silêncio pensativo,Como a hora que a torre negra deraAlém da meia-noite e antes da horaPrima, que a madrugada álgida chora,Lágrima a tempo, átono som cativo.(Vitorino Nemésio)

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