Cravo de Abril: A PERGUNTA QUE TARDAVA

23-05-2011
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A «moção» prossegue o seu caminho, cumprindo assim o destino previsto de projectar o BE para a ribalta mediática, sem a qual o partido de Louçã não sabe nem pode viver e que constitui a sua principal prova de vida.Desta vez, contudo, e ao contrário do que sempre tem acontecido, as coisas não estão a correr bem para os bloquistas: há críticas, muitas, à esperteza saloia que esta operação de Louçã evidencia, sendo que algumas dessas críticas surgem no interior do próprio partido.Mas atenção: os tradicionais apoiantes do BE nos média dominantes não dormem...No Diário de Notícias de hoje, a jornalista Eva Cabral produz uma peça que abre com a oportuníssima pergunta:«será que o BE podia contribuir para uma solução governativa à esquerda, funcionando à semelhança do que o CDS representa para o PSD?» (entenda-se que «à esquerda» significa, para a jornalista, com o PS...)Ora aí está a pergunta que, nas circunstâncias actuais, se apresenta como uma excelentíssima oportunidade para o partido de Louçã dar banho à sua imagem após a sucessão de manifestações de incontinente oportunismo político vertida nos últimos meses.Aí está, portanto, a pergunta pela qual o BE ansiava. E que tardava... mas chegou.Foi assim que, construída a pergunta - certamente na sequência de intenso labor meníngico - a jornalista endereçou-a ao destinatário que a aguardava ansiosamente.O sortudo foi, desta vez, João Semedo - o qual, como estava previsto, rejeitou categoricamente a hipótese da tal «solução governativa» e, recorrendo ao típico discurso bloquista - feito de frases supostamente sonoras e vivendo exclusivamente dessa suposta sonoridade - respondeu sonoramente:«o que o BE quer é construir uma esquerda de governo para um governo de esquerda»...Genial, não acham?Diz-me a minha memória - e tenho todas as razões para nela confiar - que raras vezes o pensamento bloqueiro terá atingido tamanhas alturas e sonoridades.Eu, se estivesse no lugar do líder Louçã, punha-me a pau com este Semedo.É que, quem produz uma frase como a acima citada, revela incontestáveis - quiçá incontornáveis... - artes de liderança.Mas não há crise: Louçã sabe isso muito melhor do que eu - e o mais certo é que, à hora a que escrevo este post, um, ou uma, qualquer jornalista, esteja já a elaborar, afanosamente, a pergunta que permitirá ao líder, uma vez mais, afirmar-se como tal, exibindo a superior qualidade da sonoridade do seu verbo.


A «moção» prossegue o seu caminho, cumprindo assim o destino previsto de projectar o BE para a ribalta mediática, sem a qual o partido de Louçã não sabe nem pode viver e que constitui a sua principal prova de vida.Desta vez, contudo, e ao contrário do que sempre tem acontecido, as coisas não estão a correr bem para os bloquistas: há críticas, muitas, à esperteza saloia que esta operação de Louçã evidencia, sendo que algumas dessas críticas surgem no interior do próprio partido.Mas atenção: os tradicionais apoiantes do BE nos média dominantes não dormem...No Diário de Notícias de hoje, a jornalista Eva Cabral produz uma peça que abre com a oportuníssima pergunta:«será que o BE podia contribuir para uma solução governativa à esquerda, funcionando à semelhança do que o CDS representa para o PSD?» (entenda-se que «à esquerda» significa, para a jornalista, com o PS...)Ora aí está a pergunta que, nas circunstâncias actuais, se apresenta como uma excelentíssima oportunidade para o partido de Louçã dar banho à sua imagem após a sucessão de manifestações de incontinente oportunismo político vertida nos últimos meses.Aí está, portanto, a pergunta pela qual o BE ansiava. E que tardava... mas chegou.Foi assim que, construída a pergunta - certamente na sequência de intenso labor meníngico - a jornalista endereçou-a ao destinatário que a aguardava ansiosamente.O sortudo foi, desta vez, João Semedo - o qual, como estava previsto, rejeitou categoricamente a hipótese da tal «solução governativa» e, recorrendo ao típico discurso bloquista - feito de frases supostamente sonoras e vivendo exclusivamente dessa suposta sonoridade - respondeu sonoramente:«o que o BE quer é construir uma esquerda de governo para um governo de esquerda»...Genial, não acham?Diz-me a minha memória - e tenho todas as razões para nela confiar - que raras vezes o pensamento bloqueiro terá atingido tamanhas alturas e sonoridades.Eu, se estivesse no lugar do líder Louçã, punha-me a pau com este Semedo.É que, quem produz uma frase como a acima citada, revela incontestáveis - quiçá incontornáveis... - artes de liderança.Mas não há crise: Louçã sabe isso muito melhor do que eu - e o mais certo é que, à hora a que escrevo este post, um, ou uma, qualquer jornalista, esteja já a elaborar, afanosamente, a pergunta que permitirá ao líder, uma vez mais, afirmar-se como tal, exibindo a superior qualidade da sonoridade do seu verbo.

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