Saúde SA: A História repete-se...

21-01-2011
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Notícia do jornal “Público” de 17.05.2002 (Ministro Luís Filipe Pereira)Verba de 700 milhões de euros poderá ser desviada para pagar dívidas ao sector. Despesas da Saúde violam o Orçamento rectificativoO Ministério da Saúde quer utilizar 700 milhões de euros, inicialmente previstos pelo Orçamento rectificativo, aprovado esta semana, que se destinavam à criação dos chamados hospitais-empresas, para pagar todas as dívidas em atraso e limpar as contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O Ministério da Saúde quer limpar as dívidas do passado e para isso propõe utilizar os fundos dos hospitais-empresasSó que se essa operação se concretizar, noticia o "Diário Económico", lesará o espírito do documento aprovado quarta-feira com os votos favoráveis da bancada do PSD e CDS-PP, os dois partidos que suportam o Governo. É que o Orçamento rectificativo previa para esses 700 milhões de euros a função de aumento do capital dos hospitais-empresas, um modelo de gestão hospital que o novo ministro do sector quer implementar, o quanto antes, por forma a estancar o despesismo que normalmente é atribuído à gestão pública dos actuais hospitais.Essa ideia foi formalmente endereçada ao Parlamento, num documento sobre a evolução financeira do SNS em 2002, que inscreve um montante de 897,8 milhões de euros para efeitos de aumentos de capital, mas, aparentemente, omite os fundos necessários para pôr em prática essa medida, prevendo apenas uma verba de 194,2 milhões de euros.Se essa proposta do Ministério da Saúde for concretizada, poderá estar em causa o valor final do défice do Sector Público Administrativo, sublinha o mesmo diário.…A história repete-se. Nessa altura já com hospitais-empresa. Mas antes sempre foi assim, mesmo nos tempos dos hospitais SPA “endeusados” por parte de alguns políticos de esquerda e sobretudo de alguns dirigentes corporativos. Subfinanciamento, suborçamentação. Recurso à saúde, por parte dos diferentes governos, como almofada de dissimulação orçamental.No essencial escamoteia-se a verdade. Misturam-se alhos com bugalhos. O deputado João Semedo que, por princípio, não gosta da palavra “empresa”. O ainda bastonário dos médicos porque detesta as palavras produção e produtividade. Alguns dirigentes sindicais que ainda vivem na quimera do SNS imperial e grande empregador de muitos milhares de funcionários públicos.Não se compara nem actividade, nem eficiência, nem acesso, nem custos com inovação. Opina-se, palpita-se e especula-se. Alguns jornalistas exultam na oportunidade de “malhar” no SNS e no serviço público. Diligentes e prontos para servir a estratégia dos grupos privados que, entretanto, vão enxameando o país de hospitais, hospitaletes e hospitalecos. Uns mais organizados outros mais estarolados. Uns mais alavancados nos grupos financeiros que os suportam outros pregando calotes e falindo.Entretanto proliferam estudos a “metro”. Mais liberdade de escolha, o dinheiro a seguir o doente, mercado, concorrência. No entretanto, a OCDE refere no seu último Health at glance que Portugal compara bem no acesso, eficiência e resultados com a maioria dos parceiros europeus. Sobre este “incómodo” facto a imprensa do burgo fecha-se em “copas”. Que maçada perturbadora agora que tudo estava tão bem encaminhado. Ainda por cima quando se conjuga a tão oportuna fase dos “buracos” no SNS…Para compor o ramalhete os dirigentes políticos do MS em vez de falar claro e, sobretudo, de falarem verdade ensaiam um bailado contorcionista que a todos deixa com a cabeça estonteada. Comparam batatas com cebolas, meios períodos com períodos internos chegando à espantosa asserção de que o défice do SNS é uma coisa e o dos hospitais-empresa outra como fazendo crer que os referidos hospitais não fazem parte do SNS. linkSetubalenseEtiquetas: bater no fundo, s.n.s

Notícia do jornal “Público” de 17.05.2002 (Ministro Luís Filipe Pereira)Verba de 700 milhões de euros poderá ser desviada para pagar dívidas ao sector. Despesas da Saúde violam o Orçamento rectificativoO Ministério da Saúde quer utilizar 700 milhões de euros, inicialmente previstos pelo Orçamento rectificativo, aprovado esta semana, que se destinavam à criação dos chamados hospitais-empresas, para pagar todas as dívidas em atraso e limpar as contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O Ministério da Saúde quer limpar as dívidas do passado e para isso propõe utilizar os fundos dos hospitais-empresasSó que se essa operação se concretizar, noticia o "Diário Económico", lesará o espírito do documento aprovado quarta-feira com os votos favoráveis da bancada do PSD e CDS-PP, os dois partidos que suportam o Governo. É que o Orçamento rectificativo previa para esses 700 milhões de euros a função de aumento do capital dos hospitais-empresas, um modelo de gestão hospital que o novo ministro do sector quer implementar, o quanto antes, por forma a estancar o despesismo que normalmente é atribuído à gestão pública dos actuais hospitais.Essa ideia foi formalmente endereçada ao Parlamento, num documento sobre a evolução financeira do SNS em 2002, que inscreve um montante de 897,8 milhões de euros para efeitos de aumentos de capital, mas, aparentemente, omite os fundos necessários para pôr em prática essa medida, prevendo apenas uma verba de 194,2 milhões de euros.Se essa proposta do Ministério da Saúde for concretizada, poderá estar em causa o valor final do défice do Sector Público Administrativo, sublinha o mesmo diário.…A história repete-se. Nessa altura já com hospitais-empresa. Mas antes sempre foi assim, mesmo nos tempos dos hospitais SPA “endeusados” por parte de alguns políticos de esquerda e sobretudo de alguns dirigentes corporativos. Subfinanciamento, suborçamentação. Recurso à saúde, por parte dos diferentes governos, como almofada de dissimulação orçamental.No essencial escamoteia-se a verdade. Misturam-se alhos com bugalhos. O deputado João Semedo que, por princípio, não gosta da palavra “empresa”. O ainda bastonário dos médicos porque detesta as palavras produção e produtividade. Alguns dirigentes sindicais que ainda vivem na quimera do SNS imperial e grande empregador de muitos milhares de funcionários públicos.Não se compara nem actividade, nem eficiência, nem acesso, nem custos com inovação. Opina-se, palpita-se e especula-se. Alguns jornalistas exultam na oportunidade de “malhar” no SNS e no serviço público. Diligentes e prontos para servir a estratégia dos grupos privados que, entretanto, vão enxameando o país de hospitais, hospitaletes e hospitalecos. Uns mais organizados outros mais estarolados. Uns mais alavancados nos grupos financeiros que os suportam outros pregando calotes e falindo.Entretanto proliferam estudos a “metro”. Mais liberdade de escolha, o dinheiro a seguir o doente, mercado, concorrência. No entretanto, a OCDE refere no seu último Health at glance que Portugal compara bem no acesso, eficiência e resultados com a maioria dos parceiros europeus. Sobre este “incómodo” facto a imprensa do burgo fecha-se em “copas”. Que maçada perturbadora agora que tudo estava tão bem encaminhado. Ainda por cima quando se conjuga a tão oportuna fase dos “buracos” no SNS…Para compor o ramalhete os dirigentes políticos do MS em vez de falar claro e, sobretudo, de falarem verdade ensaiam um bailado contorcionista que a todos deixa com a cabeça estonteada. Comparam batatas com cebolas, meios períodos com períodos internos chegando à espantosa asserção de que o défice do SNS é uma coisa e o dos hospitais-empresa outra como fazendo crer que os referidos hospitais não fazem parte do SNS. linkSetubalenseEtiquetas: bater no fundo, s.n.s

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