Ministério da Saúde demite presidente do INEM e nomeia substituto no mesmo dia

10-10-2010
marcar artigo

Instituto passa a ser dirigido por um especialista em Medicina de Emergência, que ocupa o lugar do coronel Abílio Gomes, cuja gestão foi muito controversa

A menos de cinco meses do fim do seu mandato de três anos, o coronel e cardiologista Abílio Gomes foi ontem demitido pelo Ministério da Saúde da presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O novo presidente do conselho directivo, que entra hoje em funções, é Miguel Soares de Oliveira, especialista em Medicina de Emergência.

A substituição do conselho directivo do INEM - do qual apenas transita um membro, o engenheiro José Pedro Lopes - ocorreu nesta altura porque, a acontecer no início do próximo ano, condicionava as medidas que a tutela pretende tomar na área da emergência médica. "O INEM passou por uma dramática crise de crescimento: de uma pequena organização de regulação da emergência médica em 2004 transformou-se numa instituição com uma enorme prestação nesta área, com 90 ambulâncias e cinco helicópteros, crescimento que não foi acompanhado de um correspondente trabalho de suporte", explicou ao PÚBLICO um especialista. Além disso, eram públicas algumas dificuldades no relacionamento entre o INEM e os outros parceiros do sistema integrado de emergência médica.

"Esta substituição só perde por ser tardia porque era há muito evidente a incapacidade desta direcção", defende o deputado do BE João Semedo, que já apresentou dois requerimentos na Assembleia da República para ter acesso ao relatório e contas do INEM. João Semedo fala em "despesismo" desta direcção e alude aos problemas que persistem ao nível do quadro de pessoal, que implicam um recurso a muitas horas extraordinárias. Foi durante o consulado de Abílio Gomes que se criou a figura de técnico de emergência pré-hospitalar, muito contestada pelos enfermeiros, que foram afastados dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

Ontem, o Ministério da Saúde foi lacónico, limitando-se a emitir uma nota informativa em que dá conta da substituição do conselho directivo, evitando falar em demissões. "O INEM entra num novo ciclo em que o essencial da acção deve centrar-se na consolidação dos meios, na formação e na diferenciação profissional. Um novo enquadramento que necessita de uma abordagem diversa ao nível da gestão", justifica o MS, em comunicado. Por seu lado, a actual direcção recusou-se a comentar a decisão, esclarecendo apenas que o seu mandato acabava em Fevereiro próximo.

Mestre em Medicina de Emergência, Miguel Soares de Oliveira foi director regional do INEM, coordenador regional das Vias Verdes do Acidente Vascular Cerebral e do Enfarte Agudo do Miocárdio e coordenador da Comissão Regional do Doente Crítico, na Administração Regional de Saúde do Norte. Na Direcção-Geral da Saúde, foi o responsável pela criação da Via Verde da Sépsis e das Equipas de Emergência Médica intra-hospitalar e pela implementação da iniciativa da Organização Mundial de Saúde Cirurgia segura salva vidas.

Além de Miguel Soares de Oliveira, o conselho directivo do INEM é composto por José Pedro Lopes, engenheiro, que vem da equipa anterior, e por Júlio Candeias Pedro, administrador hospitalar, licenciado em Gestão de Recursos Humanos e até agora vogal do conselho de administração do Hospital do Litoral Alentejano.

Instituto passa a ser dirigido por um especialista em Medicina de Emergência, que ocupa o lugar do coronel Abílio Gomes, cuja gestão foi muito controversa

A menos de cinco meses do fim do seu mandato de três anos, o coronel e cardiologista Abílio Gomes foi ontem demitido pelo Ministério da Saúde da presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O novo presidente do conselho directivo, que entra hoje em funções, é Miguel Soares de Oliveira, especialista em Medicina de Emergência.

A substituição do conselho directivo do INEM - do qual apenas transita um membro, o engenheiro José Pedro Lopes - ocorreu nesta altura porque, a acontecer no início do próximo ano, condicionava as medidas que a tutela pretende tomar na área da emergência médica. "O INEM passou por uma dramática crise de crescimento: de uma pequena organização de regulação da emergência médica em 2004 transformou-se numa instituição com uma enorme prestação nesta área, com 90 ambulâncias e cinco helicópteros, crescimento que não foi acompanhado de um correspondente trabalho de suporte", explicou ao PÚBLICO um especialista. Além disso, eram públicas algumas dificuldades no relacionamento entre o INEM e os outros parceiros do sistema integrado de emergência médica.

"Esta substituição só perde por ser tardia porque era há muito evidente a incapacidade desta direcção", defende o deputado do BE João Semedo, que já apresentou dois requerimentos na Assembleia da República para ter acesso ao relatório e contas do INEM. João Semedo fala em "despesismo" desta direcção e alude aos problemas que persistem ao nível do quadro de pessoal, que implicam um recurso a muitas horas extraordinárias. Foi durante o consulado de Abílio Gomes que se criou a figura de técnico de emergência pré-hospitalar, muito contestada pelos enfermeiros, que foram afastados dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

Ontem, o Ministério da Saúde foi lacónico, limitando-se a emitir uma nota informativa em que dá conta da substituição do conselho directivo, evitando falar em demissões. "O INEM entra num novo ciclo em que o essencial da acção deve centrar-se na consolidação dos meios, na formação e na diferenciação profissional. Um novo enquadramento que necessita de uma abordagem diversa ao nível da gestão", justifica o MS, em comunicado. Por seu lado, a actual direcção recusou-se a comentar a decisão, esclarecendo apenas que o seu mandato acabava em Fevereiro próximo.

Mestre em Medicina de Emergência, Miguel Soares de Oliveira foi director regional do INEM, coordenador regional das Vias Verdes do Acidente Vascular Cerebral e do Enfarte Agudo do Miocárdio e coordenador da Comissão Regional do Doente Crítico, na Administração Regional de Saúde do Norte. Na Direcção-Geral da Saúde, foi o responsável pela criação da Via Verde da Sépsis e das Equipas de Emergência Médica intra-hospitalar e pela implementação da iniciativa da Organização Mundial de Saúde Cirurgia segura salva vidas.

Além de Miguel Soares de Oliveira, o conselho directivo do INEM é composto por José Pedro Lopes, engenheiro, que vem da equipa anterior, e por Júlio Candeias Pedro, administrador hospitalar, licenciado em Gestão de Recursos Humanos e até agora vogal do conselho de administração do Hospital do Litoral Alentejano.

marcar artigo