Saúde SA: Urgências: para pior já basta assim...

04-08-2010
marcar artigo

(...) Os protocolos recente e apressadamente assinados entre Correia de Campos e alguns presidentes de Câmara de municípios onde o governo pretende fechar a respectiva urgência hospitalar, podem desmobilizar o protesto popular. Desse ponto de vista, a operação de charme lançada pelo governo até pode ser bem sucedida. link Mas os protocolos, só por si, não resolvem nem garantem que este processo de requalificação das urgências se traduza numa melhoria dos cuidados de urgência, num acesso mais fácil e num atendimento de maior qualidade. E não garantem por três razões: primeiro, porque quase todos eles são provisórios, são temporários e, portanto, não asseguram que no futuro se mantenham as soluções agora prometidas; segundo, porque o seu conteúdo incide sobre outras áreas da prestação de serviços que nada têm a ver com o funcionamento dos serviços de urgência; e por último, mas a mais relevante, porque não são os protocolos que podem garantir que o governo não opte por começar a montar a rede pelo que é mais fácil - os encerramentos, quando devia começar pelo que é mais preciso e inadiável: a instalação e requalificação dos actuais hospitais e serviços para os quais está previsto o estatuto de urgência polivalente.Este é politicamente o principal perigo do processo desencadeado por Correia de Campos. Tanto mais que a sua implementação não está articulada com o reforço da rede de emergência pré-hospitalar, nem tão pouco com as mudanças em curso na organização dos cuidados primários de saúde, cujos reflexos no aumento da sua capacidade assistencial ainda não se fazem sentir.Perante os riscos deste processo - e em contraponto à teimosia do governo e à pesca à linha a que Correia de Campos se tem dedicado, manda o bom senso e a inteligência que a requalificação dos serviços de urgência comece pelas urgências polivalentes e pelo sistema de emergência hospitalar. Enquanto a instalação da rede não estiver concluída, as urgências hospitalares que o governo quer fechar devem manter-se em funcionamento, no seu modelo actual ou de urgências básicas ( ou mesmo de SAPs), funcionando até às 20 ou 24h, conforme as situações.João Semedo

(...) Os protocolos recente e apressadamente assinados entre Correia de Campos e alguns presidentes de Câmara de municípios onde o governo pretende fechar a respectiva urgência hospitalar, podem desmobilizar o protesto popular. Desse ponto de vista, a operação de charme lançada pelo governo até pode ser bem sucedida. link Mas os protocolos, só por si, não resolvem nem garantem que este processo de requalificação das urgências se traduza numa melhoria dos cuidados de urgência, num acesso mais fácil e num atendimento de maior qualidade. E não garantem por três razões: primeiro, porque quase todos eles são provisórios, são temporários e, portanto, não asseguram que no futuro se mantenham as soluções agora prometidas; segundo, porque o seu conteúdo incide sobre outras áreas da prestação de serviços que nada têm a ver com o funcionamento dos serviços de urgência; e por último, mas a mais relevante, porque não são os protocolos que podem garantir que o governo não opte por começar a montar a rede pelo que é mais fácil - os encerramentos, quando devia começar pelo que é mais preciso e inadiável: a instalação e requalificação dos actuais hospitais e serviços para os quais está previsto o estatuto de urgência polivalente.Este é politicamente o principal perigo do processo desencadeado por Correia de Campos. Tanto mais que a sua implementação não está articulada com o reforço da rede de emergência pré-hospitalar, nem tão pouco com as mudanças em curso na organização dos cuidados primários de saúde, cujos reflexos no aumento da sua capacidade assistencial ainda não se fazem sentir.Perante os riscos deste processo - e em contraponto à teimosia do governo e à pesca à linha a que Correia de Campos se tem dedicado, manda o bom senso e a inteligência que a requalificação dos serviços de urgência comece pelas urgências polivalentes e pelo sistema de emergência hospitalar. Enquanto a instalação da rede não estiver concluída, as urgências hospitalares que o governo quer fechar devem manter-se em funcionamento, no seu modelo actual ou de urgências básicas ( ou mesmo de SAPs), funcionando até às 20 ou 24h, conforme as situações.João Semedo

marcar artigo