Pedro Silva Pereira acusa comissão de tentar desesperadamente provar tese contra Governo

09-05-2010
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Audição ficou marcada pelo confronto verbal entre o ministro da Presidência e o deputado João Semedo, a quem o governante acusou de manipulação

Cuidadoso, o ministro da Presidência armou-se com um vídeo de uma conferência de imprensa, dois telexes da Lusa e um comunicado da PT à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - as suas "provas" - e foi à comissão de inquérito dizer aos deputados, em especial ao bloquista João Semedo, que tudo o que sabia e disse sobre o polémico negócio no dia 25 de Junho de 2009 se baseava nas informações divulgadas na altura pelos intervenientes.

Pedro Silva Pereira, chamado à comissão para explicar que informações privilegiadas tinha na altura que lhe permitiam afirmar que "o negócio não se confirmava", reiterou que todas as suas declarações derivaram de "informação que era pública", divulgada pelas duas partes envolvidas no negócio, e foi sucessivamente citando os diversos documentos e fontes. "Se alguém anda à procura desesperadamente de provas, a situação não se alterou muito depois deste acto falhado, desta acusação ligeira e infundada, que não credibiliza o trabalho desta comissão", criticou o ministro.

A audição transformou-se, a certa altura, numa discussão de semântica, em que o deputado João Semedo e o ministro esgrimiam argumentos sobre as palavras de uma frase de Silva Pereira e o seu verdadeiro significado. Semedo considerou "estranha a enorme segurança" com que o ministro fazia as declarações da não confirmação do negócio, algo que não estaria vertido em nenhum dos documentos citados pelo ministro. "Olhando apenas para aquela hora, é uma de três coisas: ou é precipitação, ou é informação privilegiada, ou uma intuição muito apurada", apontou. Silva Pereira recusou ter feito "futurologia": "Nunca disse que o negócio não ia para a frente. Eu limitei-me a citar. Pode dar as voltas que quiser, mas eu sou muito cuidadoso nas palavras", avisou.

Silva Pereira fez a defesa da ignorância do primeiro-ministro sobre o assunto e aproveitou para deixar críticas e recados à comissão, acabando por ser repreendido até pelo presidente, Mota Amaral. Disse que a comissão tem "uma tese para provar e há, já nesta altura, uma tese para salvar". E que "mesmo nas 80 perguntas que vão ser colocadas ao primeiro-ministro, este não é confrontado com nenhuma prova em contrário do que afirmou no Parlamento".

À saída, o ministro tido como braço- direito de José Sócrates e o coordenador do PS alinhavam nas críticas à oposição, em especial ao relator João Semedo, por terem uma tese contra o chefe de Governo e descredibilizarem a comissão e o Parlamento ao fazerem "teatro". Já a oposição apontou que Silva Pereira apenas contribuiu para aumentar a opacidade do negócio e Semedo reiterou que "o ministro sabia mais do que disse".

Audição ficou marcada pelo confronto verbal entre o ministro da Presidência e o deputado João Semedo, a quem o governante acusou de manipulação

Cuidadoso, o ministro da Presidência armou-se com um vídeo de uma conferência de imprensa, dois telexes da Lusa e um comunicado da PT à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - as suas "provas" - e foi à comissão de inquérito dizer aos deputados, em especial ao bloquista João Semedo, que tudo o que sabia e disse sobre o polémico negócio no dia 25 de Junho de 2009 se baseava nas informações divulgadas na altura pelos intervenientes.

Pedro Silva Pereira, chamado à comissão para explicar que informações privilegiadas tinha na altura que lhe permitiam afirmar que "o negócio não se confirmava", reiterou que todas as suas declarações derivaram de "informação que era pública", divulgada pelas duas partes envolvidas no negócio, e foi sucessivamente citando os diversos documentos e fontes. "Se alguém anda à procura desesperadamente de provas, a situação não se alterou muito depois deste acto falhado, desta acusação ligeira e infundada, que não credibiliza o trabalho desta comissão", criticou o ministro.

A audição transformou-se, a certa altura, numa discussão de semântica, em que o deputado João Semedo e o ministro esgrimiam argumentos sobre as palavras de uma frase de Silva Pereira e o seu verdadeiro significado. Semedo considerou "estranha a enorme segurança" com que o ministro fazia as declarações da não confirmação do negócio, algo que não estaria vertido em nenhum dos documentos citados pelo ministro. "Olhando apenas para aquela hora, é uma de três coisas: ou é precipitação, ou é informação privilegiada, ou uma intuição muito apurada", apontou. Silva Pereira recusou ter feito "futurologia": "Nunca disse que o negócio não ia para a frente. Eu limitei-me a citar. Pode dar as voltas que quiser, mas eu sou muito cuidadoso nas palavras", avisou.

Silva Pereira fez a defesa da ignorância do primeiro-ministro sobre o assunto e aproveitou para deixar críticas e recados à comissão, acabando por ser repreendido até pelo presidente, Mota Amaral. Disse que a comissão tem "uma tese para provar e há, já nesta altura, uma tese para salvar". E que "mesmo nas 80 perguntas que vão ser colocadas ao primeiro-ministro, este não é confrontado com nenhuma prova em contrário do que afirmou no Parlamento".

À saída, o ministro tido como braço- direito de José Sócrates e o coordenador do PS alinhavam nas críticas à oposição, em especial ao relator João Semedo, por terem uma tese contra o chefe de Governo e descredibilizarem a comissão e o Parlamento ao fazerem "teatro". Já a oposição apontou que Silva Pereira apenas contribuiu para aumentar a opacidade do negócio e Semedo reiterou que "o ministro sabia mais do que disse".

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