A Varinha Mágica de Valentim Loureiro: Uma gaffe, um pedido de desculpas a João Semedo e o medo de errar em Obama e McCain

18-12-2009
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No lançamento do livro terão estado cerca de 100 pessoas. Entre essas pessoas, alguns amigos e familiares. As suas opiniões acerca do que escrevo são fundamentais e quase superam a satisfação de saber que o livro vende bem e, por isso, é lido por esse país fora.Mas é ainda com maior satisfação que vou sabendo da opinião de gente da política, do jornalismo, da comunicação. Sempre disse, que gostava que o meu livro fosse também lido nessa perspectiva técnica.Entre os telefonemas e mensagens que tenho recebido, uma recordou-me ontem um dos episódios que relato no livro.É um episódio que se refere a uma gaffe cometida por mim, quando, minutos antes de um debate autárquico na Rádio Renascença, cometi uma infelicidade enquanto tomava café com o moderador. A minha gaffe consistiu em ser pouco delicado ao referir-me ao candidato do Bloco de Esquerda, João Semedo, sem me aperceber que este poderia estar a ouvir, uma vez que se encontrava atrás de mim.Esse meu momento infeliz fez-me meditar. Na altura e agora. Na verdade, não cheguei a saber se João Semedo ouviu a minha conversa com o jornalista da Rádio Renascença. Mas quando acabei de proferir uma frase menos elegante referindo-me ao adversário político de Valentim Loureiro, dei de caras com ele. O que me perturbou foi ter tido a plena consciência de que, além de político e adversário, João Semedo é pessoa humana.Serviu esse episódio para tentar demonstrar que, por detrás de cada julgamento sumário, de cada erro ou leitura precipitada que, por vezes, temos tendência a fazer sobre quem apenas conhecemos dos ecrãs e dos jornais, há pessoas como nós. Pessoas que também erram que também cometem gaffes e que, por vezes, se sentem injustiçadas pelas leituras apriorísticas que fazemos sobre todos os seus actos.A vida pública e, em particular a vida política, tem-se especializado neste tipo de julgamento. E não se pense que esse é um mal português. Uma gaffe, um erro humano, uma infelicidade podem deitar por terra uma eleição… mas apenas se for público. Também no meu livro, aludo ao que aconteceu com Manuel Maria Carrilho e Carmona Rodrigues, em Lisboa, no célebre aperto de mão no final de um debate, revelo o que aconteceu nos bastidores de debates contemporâneos, com Valentim Loureiro, e nunca foi notícia, mas também procuro mostrar como é injusto, por vezes, este mundo global da comunicação.Ainda há dias, a propósito das eleições nos Estados Unidos, via na televisão uma reportagem sobre a história das gaffes cometidas por candidatos presidenciais no passado. Num dos casos, a gaffe terá sido o candidato ter olhado para o relógio durante um debate. Esse gesto pode ter custado uma eleição e pode ter alterado o rumo dos Estados Unidos, que é como dizer, do Mundo.Nas palavras de Obama e McCain consigo ler, mais do que propostas concretas para transformar para melhor a vida das pessoas, o pânico de também cometerem uma gaffe, que os tornará “carne para canhão” na injusta “guerra mediática”.Tenho pena que assim seja. Tenho pena que hoje se exija à figura pública qualidades inumanas e não, qualidades de ser humano que possam ajudar-nos a sermos mais felizes.No meio de tudo isto, e voltando ao início deste post, a mensagem que o José Carlos Gomes (ex-assessor do Bloco de Esquerda na campanha Autárquica de 2005) me enviou para o e-mail, vale muito para mim.Quanto mais não seja, prova-me que já valeu a pena ter pedido desculpa a João Semedo no livro que escrevi.


No lançamento do livro terão estado cerca de 100 pessoas. Entre essas pessoas, alguns amigos e familiares. As suas opiniões acerca do que escrevo são fundamentais e quase superam a satisfação de saber que o livro vende bem e, por isso, é lido por esse país fora.Mas é ainda com maior satisfação que vou sabendo da opinião de gente da política, do jornalismo, da comunicação. Sempre disse, que gostava que o meu livro fosse também lido nessa perspectiva técnica.Entre os telefonemas e mensagens que tenho recebido, uma recordou-me ontem um dos episódios que relato no livro.É um episódio que se refere a uma gaffe cometida por mim, quando, minutos antes de um debate autárquico na Rádio Renascença, cometi uma infelicidade enquanto tomava café com o moderador. A minha gaffe consistiu em ser pouco delicado ao referir-me ao candidato do Bloco de Esquerda, João Semedo, sem me aperceber que este poderia estar a ouvir, uma vez que se encontrava atrás de mim.Esse meu momento infeliz fez-me meditar. Na altura e agora. Na verdade, não cheguei a saber se João Semedo ouviu a minha conversa com o jornalista da Rádio Renascença. Mas quando acabei de proferir uma frase menos elegante referindo-me ao adversário político de Valentim Loureiro, dei de caras com ele. O que me perturbou foi ter tido a plena consciência de que, além de político e adversário, João Semedo é pessoa humana.Serviu esse episódio para tentar demonstrar que, por detrás de cada julgamento sumário, de cada erro ou leitura precipitada que, por vezes, temos tendência a fazer sobre quem apenas conhecemos dos ecrãs e dos jornais, há pessoas como nós. Pessoas que também erram que também cometem gaffes e que, por vezes, se sentem injustiçadas pelas leituras apriorísticas que fazemos sobre todos os seus actos.A vida pública e, em particular a vida política, tem-se especializado neste tipo de julgamento. E não se pense que esse é um mal português. Uma gaffe, um erro humano, uma infelicidade podem deitar por terra uma eleição… mas apenas se for público. Também no meu livro, aludo ao que aconteceu com Manuel Maria Carrilho e Carmona Rodrigues, em Lisboa, no célebre aperto de mão no final de um debate, revelo o que aconteceu nos bastidores de debates contemporâneos, com Valentim Loureiro, e nunca foi notícia, mas também procuro mostrar como é injusto, por vezes, este mundo global da comunicação.Ainda há dias, a propósito das eleições nos Estados Unidos, via na televisão uma reportagem sobre a história das gaffes cometidas por candidatos presidenciais no passado. Num dos casos, a gaffe terá sido o candidato ter olhado para o relógio durante um debate. Esse gesto pode ter custado uma eleição e pode ter alterado o rumo dos Estados Unidos, que é como dizer, do Mundo.Nas palavras de Obama e McCain consigo ler, mais do que propostas concretas para transformar para melhor a vida das pessoas, o pânico de também cometerem uma gaffe, que os tornará “carne para canhão” na injusta “guerra mediática”.Tenho pena que assim seja. Tenho pena que hoje se exija à figura pública qualidades inumanas e não, qualidades de ser humano que possam ajudar-nos a sermos mais felizes.No meio de tudo isto, e voltando ao início deste post, a mensagem que o José Carlos Gomes (ex-assessor do Bloco de Esquerda na campanha Autárquica de 2005) me enviou para o e-mail, vale muito para mim.Quanto mais não seja, prova-me que já valeu a pena ter pedido desculpa a João Semedo no livro que escrevi.

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