O Convite ProfissionalUma verdade tem de se dizer desde logo: como vereadora do CDS, Nogueira Pinto teve sempre uma postura «sui generis», chegando a votar com a oposição ou a abster-se em certas matérias, e julgo mesmo que, após a ruptura da coligação que o PSD mantinha com o CDS, acabaria por negociar com uma parte da oposição a adopção de posições conjuntas.Ou seja: como pessoa, Nogueira Pinto portou-se bem melhor do que alguns leitos da oposição que fizeram todos os fretes ao PSD e a Carmona.A sua tarefa mais «brilhante» perante a opinião pública, vistosa até por envolver nomes sonantes da engenharia, da arquitectura e da economia portuguesas, o que não é demérito, pelo contrário, foi o chamado Plano da Baixa-Chiado.Isso foi na altura.Depois, a Assembleia Municipal congelou-o. A mesma Assembleia dirigida por Paula Teixeira da Cruz que hoje existe e funcionará até 2009.Agora, em plena campanha, surgem as ligações ao de cima.Nogueira Pinto, que, desde que saiu do CDS, tem mostrado alguma tentação PSista, aparece agora num primeiro momento a oferece-se para ir explicar a uma sessão do arquitecto Salgado os contornos do Plano da Baixa-Chiado, mas sem António Costa – bizantinice dispensável – e depois, logo de seguida, a manter-se na sessão quando Costa resolve residir ao acto, o que, estava-se mesmo a ver, tinha um alvo político para que a opinião pública visse o troféu da candidatura: Zezinha está comigo, mesmo que tenha dito que ia porque era Manuel Salgado e não eu quem cá estava. Como vêem, estou cá e ela também.Uma espécie de enredo a três tempos.Para sobrecarga de dramatismo, Costa convida Zezinha ali mesmo – como dizem os jornais – para presidir ao futuro-ex e ex-futuro Comissariado da Baixa-Chiado, mas Zezinha não diz logo que sim.Agora, a ex-vereadora do CDS garante, como estava na cara que ia garantir, que vai estudar o convite-desafio, já que o considera como «profissional e não como político».Aí é que está a minha admiração e o meu espanto rebenta: então um candidato pode fazer convites «profissionais»? E ninguém barafusta?… Ou será que já ocorreram eleições em Lisboa e eu estava distraído?-NotaO que está a acontecer é uma espécie de «remake» invertido, uma quase inversão de papéis: com Nogueira Pinto no lugar de vereadora, Salgado integrou o Comissariado e foi uma espécie de porta-voz. Agora, com as eleições em mira, e na previsão de maioria PS, mesmo que relativa... invertem-se os papéis. E o mundo continua a girar, sem dramas, mas podia haver um pouco mais de calma em convites destes que, mesmo que toda a gente se cale, não caem bem à generalidade das pessoas que pensem um pouquinho. É que não pode valer tudo, acho eu. E até este geral silêncio dos habituais «comentadores» só pode ser lido de uma forma: o pessoal está distraído e só vai acordar no fim-de-semana... espera-se... Por todos, ver o ‘CM’: Zezinha vai estudar o convite que interpreta como profissional e não como político.
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O Convite ProfissionalUma verdade tem de se dizer desde logo: como vereadora do CDS, Nogueira Pinto teve sempre uma postura «sui generis», chegando a votar com a oposição ou a abster-se em certas matérias, e julgo mesmo que, após a ruptura da coligação que o PSD mantinha com o CDS, acabaria por negociar com uma parte da oposição a adopção de posições conjuntas.Ou seja: como pessoa, Nogueira Pinto portou-se bem melhor do que alguns leitos da oposição que fizeram todos os fretes ao PSD e a Carmona.A sua tarefa mais «brilhante» perante a opinião pública, vistosa até por envolver nomes sonantes da engenharia, da arquitectura e da economia portuguesas, o que não é demérito, pelo contrário, foi o chamado Plano da Baixa-Chiado.Isso foi na altura.Depois, a Assembleia Municipal congelou-o. A mesma Assembleia dirigida por Paula Teixeira da Cruz que hoje existe e funcionará até 2009.Agora, em plena campanha, surgem as ligações ao de cima.Nogueira Pinto, que, desde que saiu do CDS, tem mostrado alguma tentação PSista, aparece agora num primeiro momento a oferece-se para ir explicar a uma sessão do arquitecto Salgado os contornos do Plano da Baixa-Chiado, mas sem António Costa – bizantinice dispensável – e depois, logo de seguida, a manter-se na sessão quando Costa resolve residir ao acto, o que, estava-se mesmo a ver, tinha um alvo político para que a opinião pública visse o troféu da candidatura: Zezinha está comigo, mesmo que tenha dito que ia porque era Manuel Salgado e não eu quem cá estava. Como vêem, estou cá e ela também.Uma espécie de enredo a três tempos.Para sobrecarga de dramatismo, Costa convida Zezinha ali mesmo – como dizem os jornais – para presidir ao futuro-ex e ex-futuro Comissariado da Baixa-Chiado, mas Zezinha não diz logo que sim.Agora, a ex-vereadora do CDS garante, como estava na cara que ia garantir, que vai estudar o convite-desafio, já que o considera como «profissional e não como político».Aí é que está a minha admiração e o meu espanto rebenta: então um candidato pode fazer convites «profissionais»? E ninguém barafusta?… Ou será que já ocorreram eleições em Lisboa e eu estava distraído?-NotaO que está a acontecer é uma espécie de «remake» invertido, uma quase inversão de papéis: com Nogueira Pinto no lugar de vereadora, Salgado integrou o Comissariado e foi uma espécie de porta-voz. Agora, com as eleições em mira, e na previsão de maioria PS, mesmo que relativa... invertem-se os papéis. E o mundo continua a girar, sem dramas, mas podia haver um pouco mais de calma em convites destes que, mesmo que toda a gente se cale, não caem bem à generalidade das pessoas que pensem um pouquinho. É que não pode valer tudo, acho eu. E até este geral silêncio dos habituais «comentadores» só pode ser lido de uma forma: o pessoal está distraído e só vai acordar no fim-de-semana... espera-se... Por todos, ver o ‘CM’: Zezinha vai estudar o convite que interpreta como profissional e não como político.