Julgo que uma das mais sérias pechas do PSD é, de um ponto de vista meramente formalista, o seu actual funcionamento interno. Infelizmente para o País, felizmente para Sócrates. Uma das matérias em que a implosiva rivalidade Santana Menezes se tornou decisiva e quase fatal é o célebre «pacto» sobre a lei eleitoral autárquica. Infelizmente para a democracia, felizmente para o centrão. Trata-se de uma proposta de lei assassina do pluralismo. Seria útil que o pacto fosse rompido. Mas tal não deverá acontecer. E apenas por razões de luta interna pelo poder no PSD. É que o PSD profundo quer aquela lei. E Santana não quer ceder ao desejo momentâneo de Menezes de romper o «pacto» por mera «révanche» relativa ao que se passou com o «mapa judiciário». Ou seja: a nada disto corresponde nada de útil para o País e se o «pacto» for rasgado será por mera razão de mesquinhez e de guerra intestina pelo poder real. Uma tristeza invade quem quereria que as razões fossem bem mais sérias. Mas isso é puro idealismo de pés no ar: este é o PSD que temos e sempre teremos (felizmente para Sócrates, infelizmente para o País); este é o PS que sempre teremos (felizmente para o centrão, infelismente para o País). Lamentemos mas que ninguém desista de pôr o dedo na ferida.
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Julgo que uma das mais sérias pechas do PSD é, de um ponto de vista meramente formalista, o seu actual funcionamento interno. Infelizmente para o País, felizmente para Sócrates. Uma das matérias em que a implosiva rivalidade Santana Menezes se tornou decisiva e quase fatal é o célebre «pacto» sobre a lei eleitoral autárquica. Infelizmente para a democracia, felizmente para o centrão. Trata-se de uma proposta de lei assassina do pluralismo. Seria útil que o pacto fosse rompido. Mas tal não deverá acontecer. E apenas por razões de luta interna pelo poder no PSD. É que o PSD profundo quer aquela lei. E Santana não quer ceder ao desejo momentâneo de Menezes de romper o «pacto» por mera «révanche» relativa ao que se passou com o «mapa judiciário». Ou seja: a nada disto corresponde nada de útil para o País e se o «pacto» for rasgado será por mera razão de mesquinhez e de guerra intestina pelo poder real. Uma tristeza invade quem quereria que as razões fossem bem mais sérias. Mas isso é puro idealismo de pés no ar: este é o PSD que temos e sempre teremos (felizmente para Sócrates, infelizmente para o País); este é o PS que sempre teremos (felizmente para o centrão, infelismente para o País). Lamentemos mas que ninguém desista de pôr o dedo na ferida.