O Carmo e a Trindade: Política pura em Lisboa

18-12-2009
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Mesmo que tenha o pudor de não dizer aqui o que quero, permitam ao menos que tenha a liberdade de dizer o que não quero…É tempo de política pura, por mais um mês e meio. Depois, volta tudo ao normal.…E, por uma vez, estou de acordo com Manuela Ferreira Leite. Lisboa não quer Sérgio Lipari Pinto. Ela bem o disse a Negrão. Mas, dizem-nos do interior do próprio PSD sem qualquer rebuço, o peso de Lipari no aparelho do PSD é grande (preside a uma das maiores secções da Cidade). Esse poder foi construído milimetricamente: entrada a rodos de JSD – primeiro na Gebalis (2002-2005, como director-geral) e depois na CML, nos vários pelouros que tutelou. Isso agora é tudo garantido por militantes que o detestam. Seguiu-se, na construção desse tal poder no aparelho, o apoio a Paula Teixeira da Cruz para a Distrital. O homem tornou-se então indispensável. Mesmo que se saiba de ciência certa que tudo aquilo em que mexe dá bernarda e de forma descarada e desajeitada. Sei de quem, sendo assessor / a de Carmona e ex-colega de Lipari, não esconda nem o desprezo intelectual por Lipari nem a avaliação muito negativa da sua actuação no que toca ao prestígio quer da CML quer do PSD. Visto de dentro, é assim.Mas não só...Manuela Ferreira Leite é mandatária de Negrão. Ela defendeu publicamente que nenhum (repito: nenhum) dos membros da anterior equipa devia ficar na lista. Estaria a pensar sobretudo em Lipari – dizem-me.Mas não lhe valeu de nada: Lipari está lá e está de pedra e cal, mais uma vez. É vê-lo, em todos os actos públicos de Negrão, a espreitar e a pôr-se em bicos de pés para as câmaras…Mas isso tem custos para o PSD...Há quem garanta que de cada vez que Lipari aparece, o PSD perde mais uns votos.Mas Lipari não é mentecapto, como alguns pretendem fazer crer. Hoje sabe-se que quando ele afrontava publicamente Carmona não era por ser mal-educado ou idiota: era mesmo para afrontar Carmona e isso ao serviço de uma estratégia do PSD. Do «seu» PSD.Mais: uma pessoa que ao longo de anos e anos, paulatinamente, dia-a-dia, pacientemente, monta uma estrutura de apoio de militantes usando para isso o favorecimento pessoal, em trabalho de formiguinha, não é incompetente: é mas é, isso sim, muito competente, desesperadamente competente. Só que usa essas capacidades na direcção errada…As últimas são do melhor...Lipari não desistiu ainda de continuar a ser incómodo e desajeitado até ao último segundo – que acontecerá em 15 de Julho, espero.Só uns apontamentos. Primeiro: já esta semana, em trabalho de campanha, levou Negrão (repito: em campanha do PSD) a uma festa da Gebalis, empresa municipal que tutelou até há umas semanas. Isto é usar o aparelho do Estado para fins partidários e suponho que não passará em claro a Marina Ferreira, a actual Presidente da (CA da) CML. O próprio presidente da Gebalis se sentiu incomodado e classificou publicamente o acto como «lamentável». Segundo: há uma semana, levou Negrão a uma festa de idosos de uma pequena associação (20 idosos utentes), na qual Negrão fez o elogio de um serviço da CML chamado «Lisboa Amiga». Bronca das broncas: um dos últimos actos de Lipari, ali ao lado, enquanto ainda era vereador, fora exactamente acabar com esse programa de apoio social… Mais: Carmona veio há uns dias acusar Lipari de ter em carteira 200 casas de habitação social paradas e desabitadas e não as ter atribuído a inquilinos… nem ele Carmona sabe porquê: «Em um ano e meio Lipari só atribuiu uma casa», acusa Carmona agora..Entra agora a Universidade Atlântica nas histórias da Gebalis....Outra: quando mandou fazer um relatório sobre a Gebalis, logo a seguir à ruptura do PSD com Nogueira Pinto (julgo que em Fevereiro/Março deste ano), o relator foi Themudo Barata. Acusaram Lipari de ter nomeado uma comissão composta por amigos seus para escreverem o que lhe convinha a ele, Lipari. Isso deu um sururu dos diabos (foi apenas há três meses, mas parece que foi há anos, tantas foram as peripécias destas semanas...). À minha frente, apertado pelos jornalistas nos Paços do Concelho, Lipari disse na altura que «nem conhecia Themudo Barata». Pois bem: pela boca morre o peixe. Vem-se a saber que Themudo Barata, Paula Teixeira da Cruz e Marques Mendes se cruzam todos na história recente da Universidade Atlântica / Oeiras, de que é accionista maioritário a Câmara de Oeiras (Isaltino os nomeou ou apoiou a nomeação de todos eles para lá, e Isaltino, agora zangado com o PSD, os apeou a quase todos de lá). Pode ler isso no 'CM' de ontem, por exemplo. Aqui. Portanto, a nomeação de Themudo Barata para o tal relatório sobre a Gebalis (uma questão ainda em investigação na PJ e que Nogueira Pinto garantiu que levaria a tribunal), essa nomeação, no mínimo, resultou dessas parcerias em Oeiras entre amigos seus. «Não o conheço», dizia Lipari, julgando que podia enganar todos todo o tempo. Mas não pode. O mundo é mesmo pequeno. E tudo se vem a saber....Dito de outra forma: onde quer que Lipari meta a colher, só dá asneira!O problema é que, até há quinze dias, as suas asneiras eram pagas por Lisboa: mais despesa galopante e menos e pior serviço na área social já de si tão debilitada na Cidade...


Mesmo que tenha o pudor de não dizer aqui o que quero, permitam ao menos que tenha a liberdade de dizer o que não quero…É tempo de política pura, por mais um mês e meio. Depois, volta tudo ao normal.…E, por uma vez, estou de acordo com Manuela Ferreira Leite. Lisboa não quer Sérgio Lipari Pinto. Ela bem o disse a Negrão. Mas, dizem-nos do interior do próprio PSD sem qualquer rebuço, o peso de Lipari no aparelho do PSD é grande (preside a uma das maiores secções da Cidade). Esse poder foi construído milimetricamente: entrada a rodos de JSD – primeiro na Gebalis (2002-2005, como director-geral) e depois na CML, nos vários pelouros que tutelou. Isso agora é tudo garantido por militantes que o detestam. Seguiu-se, na construção desse tal poder no aparelho, o apoio a Paula Teixeira da Cruz para a Distrital. O homem tornou-se então indispensável. Mesmo que se saiba de ciência certa que tudo aquilo em que mexe dá bernarda e de forma descarada e desajeitada. Sei de quem, sendo assessor / a de Carmona e ex-colega de Lipari, não esconda nem o desprezo intelectual por Lipari nem a avaliação muito negativa da sua actuação no que toca ao prestígio quer da CML quer do PSD. Visto de dentro, é assim.Mas não só...Manuela Ferreira Leite é mandatária de Negrão. Ela defendeu publicamente que nenhum (repito: nenhum) dos membros da anterior equipa devia ficar na lista. Estaria a pensar sobretudo em Lipari – dizem-me.Mas não lhe valeu de nada: Lipari está lá e está de pedra e cal, mais uma vez. É vê-lo, em todos os actos públicos de Negrão, a espreitar e a pôr-se em bicos de pés para as câmaras…Mas isso tem custos para o PSD...Há quem garanta que de cada vez que Lipari aparece, o PSD perde mais uns votos.Mas Lipari não é mentecapto, como alguns pretendem fazer crer. Hoje sabe-se que quando ele afrontava publicamente Carmona não era por ser mal-educado ou idiota: era mesmo para afrontar Carmona e isso ao serviço de uma estratégia do PSD. Do «seu» PSD.Mais: uma pessoa que ao longo de anos e anos, paulatinamente, dia-a-dia, pacientemente, monta uma estrutura de apoio de militantes usando para isso o favorecimento pessoal, em trabalho de formiguinha, não é incompetente: é mas é, isso sim, muito competente, desesperadamente competente. Só que usa essas capacidades na direcção errada…As últimas são do melhor...Lipari não desistiu ainda de continuar a ser incómodo e desajeitado até ao último segundo – que acontecerá em 15 de Julho, espero.Só uns apontamentos. Primeiro: já esta semana, em trabalho de campanha, levou Negrão (repito: em campanha do PSD) a uma festa da Gebalis, empresa municipal que tutelou até há umas semanas. Isto é usar o aparelho do Estado para fins partidários e suponho que não passará em claro a Marina Ferreira, a actual Presidente da (CA da) CML. O próprio presidente da Gebalis se sentiu incomodado e classificou publicamente o acto como «lamentável». Segundo: há uma semana, levou Negrão a uma festa de idosos de uma pequena associação (20 idosos utentes), na qual Negrão fez o elogio de um serviço da CML chamado «Lisboa Amiga». Bronca das broncas: um dos últimos actos de Lipari, ali ao lado, enquanto ainda era vereador, fora exactamente acabar com esse programa de apoio social… Mais: Carmona veio há uns dias acusar Lipari de ter em carteira 200 casas de habitação social paradas e desabitadas e não as ter atribuído a inquilinos… nem ele Carmona sabe porquê: «Em um ano e meio Lipari só atribuiu uma casa», acusa Carmona agora..Entra agora a Universidade Atlântica nas histórias da Gebalis....Outra: quando mandou fazer um relatório sobre a Gebalis, logo a seguir à ruptura do PSD com Nogueira Pinto (julgo que em Fevereiro/Março deste ano), o relator foi Themudo Barata. Acusaram Lipari de ter nomeado uma comissão composta por amigos seus para escreverem o que lhe convinha a ele, Lipari. Isso deu um sururu dos diabos (foi apenas há três meses, mas parece que foi há anos, tantas foram as peripécias destas semanas...). À minha frente, apertado pelos jornalistas nos Paços do Concelho, Lipari disse na altura que «nem conhecia Themudo Barata». Pois bem: pela boca morre o peixe. Vem-se a saber que Themudo Barata, Paula Teixeira da Cruz e Marques Mendes se cruzam todos na história recente da Universidade Atlântica / Oeiras, de que é accionista maioritário a Câmara de Oeiras (Isaltino os nomeou ou apoiou a nomeação de todos eles para lá, e Isaltino, agora zangado com o PSD, os apeou a quase todos de lá). Pode ler isso no 'CM' de ontem, por exemplo. Aqui. Portanto, a nomeação de Themudo Barata para o tal relatório sobre a Gebalis (uma questão ainda em investigação na PJ e que Nogueira Pinto garantiu que levaria a tribunal), essa nomeação, no mínimo, resultou dessas parcerias em Oeiras entre amigos seus. «Não o conheço», dizia Lipari, julgando que podia enganar todos todo o tempo. Mas não pode. O mundo é mesmo pequeno. E tudo se vem a saber....Dito de outra forma: onde quer que Lipari meta a colher, só dá asneira!O problema é que, até há quinze dias, as suas asneiras eram pagas por Lisboa: mais despesa galopante e menos e pior serviço na área social já de si tão debilitada na Cidade...

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