O Carmo e a Trindade: 5 fotos, 5 recordações da Eugénio dos Santos (1973

19-12-2009
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«A Escola Técnica Elementar de Eugénio dos Santos foi criada em Agosto de 1948, a primeira das 18 escolas do Ensino Técnico Elementar promovidas pelo Decreto de 11 de Julho de 1947, nº 30.406. Ficou concluída no tempo recorde de 18 meses (15/11/1950 ) e foi inaugurada a 6/12/1951. O seu primeiro director foi António Gonçalves Mattoso, pai de José Mattoso. Em 1968 passou a chamar-se Escola Preparatória de Eugénio dos Santos e, em 1993, Escola EB 2+3 Eugénio dos Santos (...).»Naquele tempo tudo era gigante: o gradeamento, as portas, as paredes, o interminável corredor do 1º piso do edifício principal. Melhores recordações: os olhos negros da Maria João e a delicadeza da Joana (esqueci os apelidos porque, ao contrário da Primária, ali não eram identificativos, pois cada qual escrevia numa placa de cartolina o respectivo nome próprio, que colocava em cima da secretária); os jogos junto ao portão e as sessões infantis no Alvalade, guiadas por minha Mãe ou por minha Avó materna. Isso e as aulas de inglês (pela bonitona I.Bernardo), ciências da natureza (por A.Pratas) e matemática (por C.Cícero). As piores? Uma contínua, perdão, auxiliar administrativa, que era um autêntico verme, e uma inspecção médica de cacáracá, hoje impossível, que muito irritou a meu Pai e com razão.Cá fora, no recreio e naquele canteiro junto ao gradeamento da Av.Roma, fazia batalhas intermináveis com o meu amigo Carlos Botão, com tanques minúsculos que eram brinde de pastilha elástica... Um belo dia a escola virou colorida e, à vez, ora comandávamos os chaimites de Spínola, ora os de Marcello (houve-os?). Um belo dia, também, fizemos a primeira "manif" de que havia memória por aquelas bandas: eram centenas de fedelhos, liderados pelos repetentes do 2º ano, slogan: "Não queremos aulas aos Sábados". E conseguimos.Aqui eram a cantina e o ginásio, e a sala de música, em anfiteatro improvisado, mas eficaz. Desta, só me lembro que gostava de tocar xilofone e que passávamos a vida a cantar o Hino da Alegria. Naquele, fui gozado mais do que uma vez por não saber dar o laço aos atacadores das sapatilhas de ginástica. O equipamento era branco, e eu faltava quando podia. Cá fora, uma vez, graças a uma intervenção coriácea de minha Avó, determinado repetente deixou de se meter comigo. Aqui eram as aulas de desenho e trabalhos manuais. Nunca tive grande jeito, mas tenho saudades de moldar o papel celofane e de desenhar sobre o vegetal, do cheiro dos guaches e dos lápis-de-cera, do toque do papel cavalinho e daquelas borrachas verdes da Pelikan, dos lápis Staedler e dos apetrechos para o compasso. Foram também as primeiras experiências malucas com tinta da china.Hoje, é com muita satisfação que a vejo ainda de pé e com muita saúde e alunos. E que aderiu às novas tecnologias, tanto ela como os pais dos alunos.Fonte: Arquivo Municipal, Escola Eugénio dos Santos e Jornal da Praceta


«A Escola Técnica Elementar de Eugénio dos Santos foi criada em Agosto de 1948, a primeira das 18 escolas do Ensino Técnico Elementar promovidas pelo Decreto de 11 de Julho de 1947, nº 30.406. Ficou concluída no tempo recorde de 18 meses (15/11/1950 ) e foi inaugurada a 6/12/1951. O seu primeiro director foi António Gonçalves Mattoso, pai de José Mattoso. Em 1968 passou a chamar-se Escola Preparatória de Eugénio dos Santos e, em 1993, Escola EB 2+3 Eugénio dos Santos (...).»Naquele tempo tudo era gigante: o gradeamento, as portas, as paredes, o interminável corredor do 1º piso do edifício principal. Melhores recordações: os olhos negros da Maria João e a delicadeza da Joana (esqueci os apelidos porque, ao contrário da Primária, ali não eram identificativos, pois cada qual escrevia numa placa de cartolina o respectivo nome próprio, que colocava em cima da secretária); os jogos junto ao portão e as sessões infantis no Alvalade, guiadas por minha Mãe ou por minha Avó materna. Isso e as aulas de inglês (pela bonitona I.Bernardo), ciências da natureza (por A.Pratas) e matemática (por C.Cícero). As piores? Uma contínua, perdão, auxiliar administrativa, que era um autêntico verme, e uma inspecção médica de cacáracá, hoje impossível, que muito irritou a meu Pai e com razão.Cá fora, no recreio e naquele canteiro junto ao gradeamento da Av.Roma, fazia batalhas intermináveis com o meu amigo Carlos Botão, com tanques minúsculos que eram brinde de pastilha elástica... Um belo dia a escola virou colorida e, à vez, ora comandávamos os chaimites de Spínola, ora os de Marcello (houve-os?). Um belo dia, também, fizemos a primeira "manif" de que havia memória por aquelas bandas: eram centenas de fedelhos, liderados pelos repetentes do 2º ano, slogan: "Não queremos aulas aos Sábados". E conseguimos.Aqui eram a cantina e o ginásio, e a sala de música, em anfiteatro improvisado, mas eficaz. Desta, só me lembro que gostava de tocar xilofone e que passávamos a vida a cantar o Hino da Alegria. Naquele, fui gozado mais do que uma vez por não saber dar o laço aos atacadores das sapatilhas de ginástica. O equipamento era branco, e eu faltava quando podia. Cá fora, uma vez, graças a uma intervenção coriácea de minha Avó, determinado repetente deixou de se meter comigo. Aqui eram as aulas de desenho e trabalhos manuais. Nunca tive grande jeito, mas tenho saudades de moldar o papel celofane e de desenhar sobre o vegetal, do cheiro dos guaches e dos lápis-de-cera, do toque do papel cavalinho e daquelas borrachas verdes da Pelikan, dos lápis Staedler e dos apetrechos para o compasso. Foram também as primeiras experiências malucas com tinta da china.Hoje, é com muita satisfação que a vejo ainda de pé e com muita saúde e alunos. E que aderiu às novas tecnologias, tanto ela como os pais dos alunos.Fonte: Arquivo Municipal, Escola Eugénio dos Santos e Jornal da Praceta

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