PUXAPALAVRA: Enjeitados (4)

07-08-2010
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Para além dos enjeitados do PSD que esta série de postes começou por referir, e apesar da sua procissão continuar, com Marques Mendes a entrar na fila dos agravados que olham de viés para Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva, surgem, agora, "enjeitados" noutras áreas do espectro político.

Manuel João Ramos, antropólogo, activista do movimento dos Cidadão Auto-Mobilizados, vereador eleito com Helena Roseta para a Câmara Municipal de Lisboa, na lista Cidadãos por Lisboa, afastou-se do executivo camarário há cerca de dois meses, dizendo-se frustrado com a experiência autárquica.

Decepcionado com o modo como António Costa exerce a presidência, mete ombros à criação de um novo movimento (que poderá vir a dar em partido...) apelando os eleitores a votarem nulo nas eleições.

A ideia, apesar de não ser original, exprime, de forma singular, mais uma fatia do inconformismo galopante que assola os portugueses.

José Saramago imaginou a maioria a votar em branco (Ensaio sobre a cegueira, 2004); Manuel João Ramos prefere o voto nulo para "responsabilizar" os políticos e criar uma situação que permita mudar as coisas.

Muitos de nós havemos de ter sentido essa desconfortável sensação de não nos sentirmos tão longe do sistema que não possamos imaginar uma saída, mas sem proximidade suficiente com qualquer dos partidos do arco parlamentar para, encurtando razões, podermos votar num deles. Porém, este movimento em favor do voto nulo (ver texto no DN de hoje, página 11 da edição em papel, e aqui na edição online ), parece sobretudo apontado ao potencial apoio eleitoral de Helena Roseta nas listas do PS.

Entretanto, os votos nulos são apenas um sinal. Não elegem ninguém. Apesar de a intenção anunciada se destinar ao combate da abstenção, na prática, se retirados da área de influência de Roseta, irão inexoravelmentre beneficiar Pedro Santana Lopes.

Para além dos enjeitados do PSD que esta série de postes começou por referir, e apesar da sua procissão continuar, com Marques Mendes a entrar na fila dos agravados que olham de viés para Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva, surgem, agora, "enjeitados" noutras áreas do espectro político.

Manuel João Ramos, antropólogo, activista do movimento dos Cidadão Auto-Mobilizados, vereador eleito com Helena Roseta para a Câmara Municipal de Lisboa, na lista Cidadãos por Lisboa, afastou-se do executivo camarário há cerca de dois meses, dizendo-se frustrado com a experiência autárquica.

Decepcionado com o modo como António Costa exerce a presidência, mete ombros à criação de um novo movimento (que poderá vir a dar em partido...) apelando os eleitores a votarem nulo nas eleições.

A ideia, apesar de não ser original, exprime, de forma singular, mais uma fatia do inconformismo galopante que assola os portugueses.

José Saramago imaginou a maioria a votar em branco (Ensaio sobre a cegueira, 2004); Manuel João Ramos prefere o voto nulo para "responsabilizar" os políticos e criar uma situação que permita mudar as coisas.

Muitos de nós havemos de ter sentido essa desconfortável sensação de não nos sentirmos tão longe do sistema que não possamos imaginar uma saída, mas sem proximidade suficiente com qualquer dos partidos do arco parlamentar para, encurtando razões, podermos votar num deles. Porém, este movimento em favor do voto nulo (ver texto no DN de hoje, página 11 da edição em papel, e aqui na edição online ), parece sobretudo apontado ao potencial apoio eleitoral de Helena Roseta nas listas do PS.

Entretanto, os votos nulos são apenas um sinal. Não elegem ninguém. Apesar de a intenção anunciada se destinar ao combate da abstenção, na prática, se retirados da área de influência de Roseta, irão inexoravelmentre beneficiar Pedro Santana Lopes.

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