Acidente na A25 provocou coro de críticas devido à extinção da Brigada de Trânsito

28-08-2010
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Presidente da ACA-M critica Autoridade Rodoviária por esta não fazer campanhas específicas

A crítica mais repetida na sequência dos acidentes da A25 de anteontem, em Sever do Vouga, vai para a extinção da Brigada de Trânsito (BT) da GNR e o consequente decréscimo da fiscalização e do patrulhamento móvel. Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, e a própria Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) condenaram ontem o fim da BT.

Em comunicado, a APG/GNR afirma que "a opção pelo radar, que garante a cobrança de multas em detrimento do policiamento de proximidade, dissuasor da prática da infracção, tem-se revelado produtiva como fonte de receita, mas perniciosa para a segurança dos cidadãos". Segundo a agência Lusa, com a entrada em vigor da lei orgânica da GNR, em Janeiro de 2009, a BT foi extinta, passando os cerca de 2500 militares a fazer parte dos 18 destacamentos territoriais, e foi criada a Unidade Nacional de Trânsito, com cerca de 160 elementos.

Para Manuel João Ramos, além da responsabilidade dos condutores e da falta de fiscalização e patrulhamento, existem culpas de outras entidades, "sobretudo da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária [ANSR]". Não crê que a solução defendida pelo comandante dos Bombeiros de Sever de Vouga, José Carvalho - iluminar a zona dos acidentes, caracterizada por nevoeiros frequentes -, chegasse para evitar os choques em cadeia. Por outro lado, defende que, "com uma semana de antecedência", é possível alertar para o surgimento de condições climatéricas adversas.

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"Mas existe uma incapacidade das autoridades governamentais em fazer alertas específicos. Fazem-se campanhas genéricas e o dinheiro público está a ser gasto em autopromoção - não é para reduzir a sinistralidade, mas sim para dizer que a ANSR está preocupada com a sinistralidade. Se em Portugal há problemas com as primeiras chuvas e nevoeiros, então têm de se fazer campanhas de alerta", afirmou Manuel João Ramos. O PÚBLICO tentou obter reacções por parte da ANSR às críticas do líder da ACA-M e do Ministério da Administração Interna, em relação às vozes que pedem o regresso da BT, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

Noutra reacção aos acidentes de anteontem, o director-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), José Manuel Trigoso, defendeu ainda a realização "obrigatória e séria" de auditorias de segurança rodoviária aos projectos de construção das estradas, antes de estas estarem prontas. José Manuel Trigoso lamenta a não existência dessa cultura em Portugal: "Aliás, não consigo compreender. Está pronto um projecto para regulamentar as auditorias às estradas - bem feito por um conjunto de entidades -, mas há anos que está na gaveta do poder sem ser publicado".

Por último, fonte da Procuradoria-Geral da República anunciou à Lusa que o Ministério Público vai investigar os dois acidentes em cadeia da A25, que envolveram 54 viaturas e em que morreram cinco pessoas e 72 ficaram feridas - 24 das quais em estado grave.

Presidente da ACA-M critica Autoridade Rodoviária por esta não fazer campanhas específicas

A crítica mais repetida na sequência dos acidentes da A25 de anteontem, em Sever do Vouga, vai para a extinção da Brigada de Trânsito (BT) da GNR e o consequente decréscimo da fiscalização e do patrulhamento móvel. Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, e a própria Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) condenaram ontem o fim da BT.

Em comunicado, a APG/GNR afirma que "a opção pelo radar, que garante a cobrança de multas em detrimento do policiamento de proximidade, dissuasor da prática da infracção, tem-se revelado produtiva como fonte de receita, mas perniciosa para a segurança dos cidadãos". Segundo a agência Lusa, com a entrada em vigor da lei orgânica da GNR, em Janeiro de 2009, a BT foi extinta, passando os cerca de 2500 militares a fazer parte dos 18 destacamentos territoriais, e foi criada a Unidade Nacional de Trânsito, com cerca de 160 elementos.

Para Manuel João Ramos, além da responsabilidade dos condutores e da falta de fiscalização e patrulhamento, existem culpas de outras entidades, "sobretudo da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária [ANSR]". Não crê que a solução defendida pelo comandante dos Bombeiros de Sever de Vouga, José Carvalho - iluminar a zona dos acidentes, caracterizada por nevoeiros frequentes -, chegasse para evitar os choques em cadeia. Por outro lado, defende que, "com uma semana de antecedência", é possível alertar para o surgimento de condições climatéricas adversas.

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"Mas existe uma incapacidade das autoridades governamentais em fazer alertas específicos. Fazem-se campanhas genéricas e o dinheiro público está a ser gasto em autopromoção - não é para reduzir a sinistralidade, mas sim para dizer que a ANSR está preocupada com a sinistralidade. Se em Portugal há problemas com as primeiras chuvas e nevoeiros, então têm de se fazer campanhas de alerta", afirmou Manuel João Ramos. O PÚBLICO tentou obter reacções por parte da ANSR às críticas do líder da ACA-M e do Ministério da Administração Interna, em relação às vozes que pedem o regresso da BT, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

Noutra reacção aos acidentes de anteontem, o director-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), José Manuel Trigoso, defendeu ainda a realização "obrigatória e séria" de auditorias de segurança rodoviária aos projectos de construção das estradas, antes de estas estarem prontas. José Manuel Trigoso lamenta a não existência dessa cultura em Portugal: "Aliás, não consigo compreender. Está pronto um projecto para regulamentar as auditorias às estradas - bem feito por um conjunto de entidades -, mas há anos que está na gaveta do poder sem ser publicado".

Por último, fonte da Procuradoria-Geral da República anunciou à Lusa que o Ministério Público vai investigar os dois acidentes em cadeia da A25, que envolveram 54 viaturas e em que morreram cinco pessoas e 72 ficaram feridas - 24 das quais em estado grave.

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