Eu Sou Gourmet?: Histórias do Azeite

20-05-2011
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Até há uma boa de dezena de anos, o simples ato de esticarmos o braço para pegar no galheteiro e retirarmos a garrafa de azeite para temperar o nosso prato era quase instintivo. Um curto comando cerebral que se refletia num movimento e num posterior aumento gustativo vegetal no prato. Agora, como no vinho, todos somos eruditos e questionamos antes de nos servir: “qual é a acidez deste azeite?”, “é virgem, ultra virgem ou pornograficamente refinado?”.A origem da oliveira, segundo alguns cientistas, remonta à Era Terciária, mas a primeira aplicação que se conhece foi há mais de 6000 anos, quando então os guerreiros da Mesopotâmia se untavam para se proteger do frio. De acordo com a bíblia e alguns achados arqueológicos, as oliveiras já eram cultivadas em solo fértil desde o Século XXX a.C.. Mas foi apenas no século VII a.C. que os gregos e romanos começaram a utilizar este produto na sua dieta. Agora é tão comum que é impensável entrar numa cozinha sem uma garrafa de azeite.Benéfico para a saúde, visto que reduz o risco de enfarte ou AVC – a sua grande quantidade de gordura monoinsaturada pode reduzir o mau colesterol (LDL), tornou-se o melhor aliado na cozinha. Na realidade, há alguns factores que são importantes na escolha do azeite, um dos principais é a acidez, quanto menor provavelmente melhor é. A luz é um dos piores inimigos: o contacto com esta acelera o processo de oxidação, logo a deterioração do mesmo.O calor também não ajuda: evite os locais quentes, mas não guarde no frigorífico. Tenha também atenção aos períodos de validade, pois dificilmente podem durar mais do que um ano após a produção. E por último, é o ar. Recentemente, várias marcas introduziram os bicos doseadores, que são proporcionalmente negativos ao efeito prático, pois estes aceleram muito a oxidação.Digamos que a garrafa ou embalagem ideal seria em vidro escuro temperado, ou mesmo tapado, ou uma embalagem em alumínio totalmente opaca, e o néctar teria de ter baixa acidez e ser bastante aromático para facilitar a sua vida.Aqui vão algumas sugestões de alguns dos melhores que poderá encontrar no “mercado”:• AcushlaÉ um azeite biológico certificado, extra virgem, DOP, com uma acidez inferior a 0,1% produzido pela Quinta do Prado em Vila Flor no Douro.Além da sua imagem contemporânea, bonita, a embalagem foi desenhada e criada pensando nas questões ambientais, sendo totalmente reciclável.Quanto às propriedades do produto, em copo próprio apresenta-se amarelo esverdeado, com aromas e sabores frutados, tendo uma longa persistência final com notas apimentadas.(€9,90 - 500ml)www.acushla.pt• CARMTem uma gama muito extensa, desde a seleção CARM, Quinta do Bispado, do Côa, da Calábria e das Marvalhas todos com processo muito parecidos, no entanto de olivais distintos, de azeitonas de variedades diferentes, havendo espaço para cada um ter a sua identidade, mas a qualidade é comum a todas.O Premium das Madural e Verdeal é talvez o mais expressivo, com aromas fortes e apaixonantes e apesar de uma acidez de 0,1% é bastante saboroso e encorpado na boca.(€6,40 – 500ml)www.carm.pt• Gallo Azeite NovoExtraído a frio de azeitonas que são colhidas entre os meses de Outubro a Dezembro, é o mais requintado de toda a gama Gallo.O formato é tipicamente igual a quase todas as garrafas do mercado, mas esta tem a particularidade de ter um revestimento dourado que não só protege da oxidação como lhe confere um design distinto.Já recebeu o primeiro prémio Mário Solinas, sendo considerado o melhor azeite do mundo.Muito frutado, intenso e ligeiramente picante.(€4,50 - 500ml)www.gallo.pt• Oliveira Ramos PremiumProduzido das azeitonas galega, cobrançosa e picual tem uma identidade muito própria e complexa.A sua extração e conservação bastante técnica e cuidado permitem uma boa armazenagem de aromas e sabores resultando no azeite fresco e elegante, muito frutado, no entanto a revelar outros frutos como maçã, amêndoas e frutos secos.É ligeiramente picante mas de forma graciosa e interessante.Não há uma ciência para a utilização desde azeite, mas serve para temperar, cozinhar e guarnecer.Muito boa proposta da João Portugal Ramos(€8,90 - 500ml)www.jportugalramos.com• Quinta do Vale Meão Curiosamente o nome já está bem conotado, pois o vinho é considerado um dos melhores de Portugal, o que pouca gente sabe é que o azeite também é excelente.Azeitonas de Trás-os-Montes de um olival que foi plantado pela Dona Antónia Adelaide Ferreira, é produzido em modo de Agricultura biológica e atinge a acidez máxima de 0,2%.Bom aroma herbáceo e fruta, ligeiramente especiado na boca. É mesmo uma agradável surpresa.(€11,50 - 500ml)www.quintadovalemeao.ptTexto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 04 de Abril de 2011


Até há uma boa de dezena de anos, o simples ato de esticarmos o braço para pegar no galheteiro e retirarmos a garrafa de azeite para temperar o nosso prato era quase instintivo. Um curto comando cerebral que se refletia num movimento e num posterior aumento gustativo vegetal no prato. Agora, como no vinho, todos somos eruditos e questionamos antes de nos servir: “qual é a acidez deste azeite?”, “é virgem, ultra virgem ou pornograficamente refinado?”.A origem da oliveira, segundo alguns cientistas, remonta à Era Terciária, mas a primeira aplicação que se conhece foi há mais de 6000 anos, quando então os guerreiros da Mesopotâmia se untavam para se proteger do frio. De acordo com a bíblia e alguns achados arqueológicos, as oliveiras já eram cultivadas em solo fértil desde o Século XXX a.C.. Mas foi apenas no século VII a.C. que os gregos e romanos começaram a utilizar este produto na sua dieta. Agora é tão comum que é impensável entrar numa cozinha sem uma garrafa de azeite.Benéfico para a saúde, visto que reduz o risco de enfarte ou AVC – a sua grande quantidade de gordura monoinsaturada pode reduzir o mau colesterol (LDL), tornou-se o melhor aliado na cozinha. Na realidade, há alguns factores que são importantes na escolha do azeite, um dos principais é a acidez, quanto menor provavelmente melhor é. A luz é um dos piores inimigos: o contacto com esta acelera o processo de oxidação, logo a deterioração do mesmo.O calor também não ajuda: evite os locais quentes, mas não guarde no frigorífico. Tenha também atenção aos períodos de validade, pois dificilmente podem durar mais do que um ano após a produção. E por último, é o ar. Recentemente, várias marcas introduziram os bicos doseadores, que são proporcionalmente negativos ao efeito prático, pois estes aceleram muito a oxidação.Digamos que a garrafa ou embalagem ideal seria em vidro escuro temperado, ou mesmo tapado, ou uma embalagem em alumínio totalmente opaca, e o néctar teria de ter baixa acidez e ser bastante aromático para facilitar a sua vida.Aqui vão algumas sugestões de alguns dos melhores que poderá encontrar no “mercado”:• AcushlaÉ um azeite biológico certificado, extra virgem, DOP, com uma acidez inferior a 0,1% produzido pela Quinta do Prado em Vila Flor no Douro.Além da sua imagem contemporânea, bonita, a embalagem foi desenhada e criada pensando nas questões ambientais, sendo totalmente reciclável.Quanto às propriedades do produto, em copo próprio apresenta-se amarelo esverdeado, com aromas e sabores frutados, tendo uma longa persistência final com notas apimentadas.(€9,90 - 500ml)www.acushla.pt• CARMTem uma gama muito extensa, desde a seleção CARM, Quinta do Bispado, do Côa, da Calábria e das Marvalhas todos com processo muito parecidos, no entanto de olivais distintos, de azeitonas de variedades diferentes, havendo espaço para cada um ter a sua identidade, mas a qualidade é comum a todas.O Premium das Madural e Verdeal é talvez o mais expressivo, com aromas fortes e apaixonantes e apesar de uma acidez de 0,1% é bastante saboroso e encorpado na boca.(€6,40 – 500ml)www.carm.pt• Gallo Azeite NovoExtraído a frio de azeitonas que são colhidas entre os meses de Outubro a Dezembro, é o mais requintado de toda a gama Gallo.O formato é tipicamente igual a quase todas as garrafas do mercado, mas esta tem a particularidade de ter um revestimento dourado que não só protege da oxidação como lhe confere um design distinto.Já recebeu o primeiro prémio Mário Solinas, sendo considerado o melhor azeite do mundo.Muito frutado, intenso e ligeiramente picante.(€4,50 - 500ml)www.gallo.pt• Oliveira Ramos PremiumProduzido das azeitonas galega, cobrançosa e picual tem uma identidade muito própria e complexa.A sua extração e conservação bastante técnica e cuidado permitem uma boa armazenagem de aromas e sabores resultando no azeite fresco e elegante, muito frutado, no entanto a revelar outros frutos como maçã, amêndoas e frutos secos.É ligeiramente picante mas de forma graciosa e interessante.Não há uma ciência para a utilização desde azeite, mas serve para temperar, cozinhar e guarnecer.Muito boa proposta da João Portugal Ramos(€8,90 - 500ml)www.jportugalramos.com• Quinta do Vale Meão Curiosamente o nome já está bem conotado, pois o vinho é considerado um dos melhores de Portugal, o que pouca gente sabe é que o azeite também é excelente.Azeitonas de Trás-os-Montes de um olival que foi plantado pela Dona Antónia Adelaide Ferreira, é produzido em modo de Agricultura biológica e atinge a acidez máxima de 0,2%.Bom aroma herbáceo e fruta, ligeiramente especiado na boca. É mesmo uma agradável surpresa.(€11,50 - 500ml)www.quintadovalemeao.ptTexto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 04 de Abril de 2011

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