Copo de 3

20-01-2011
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Das terras altas do Douro vinhateiro, mais propriamente da famosa e carismática Casa Ferreirinha sai este vinho, aquele que poderia ter feito parte da sequela de um míto de nome Barca Velha mas que em determinada altura do seu repouso foi despromovido para Reserva Especial (nome criado em 1962) ou como se designa nos dias de hoje, Reserva.Em prova cega foram colocados dois vinhos, apenas se sabia que eram vinhos tintos, dois exemplares que deram muito que falar durante a prova e que fizeram as delícias de todos os presentes.Os vinhos em causa foram decantados com antecedência e servidos a temperatura correcta, uma pequena nota de destaque para as rolhas dos dois vinhos que ambas deram problemas ao serem removidas, o problema não é só de agora.Foi engraçado levar o primeiro vinho ao nariz que me fez lembrar um vinho que faz alguns anos me marcou pela excelente prova que me tinha proporcionado, o seu perfil poucas dúvidas me deixava restando apenas saber o ano, devido a um rebordo ligeiramente laranja não o via como um jovem mas isto de adivinhar anos tem muito que se lhe diga, fiquei pelo palpite mais que certo pois tratava-se de um Ferreirinha Reserva 1989 que aqui passo a descrever:Ferreirinha Reserva 1989 Castas: da zona - Estágio: carvalho francês -12,5%Tonalidade muito bonita e cativante com um ruby com ligeiro rebordo laranja a mostrar a clara passagem do tempo.Nariz de boa intensidade, inicialmente químico, terroso, abrindo com o tempo para aromas de fruta (preta) em compota, chá preto com azeitona preta, tabaco em pequena quantidade, chocolate, especiaria com final fino e delicado em apontamento mineral (xisto húmido). Em comparação nota-se uma evolução mais acentuada que no seguinte vinho.Boca com componente mais vegetal, fruta presente mas muito leve, está com frescura presente mas o seu melhor já passou, fino e elegante, com um bom final de boca de persistência média/alta.Com quase 18 anos este vinho já deu o seu melhor faz algum tempo, digamos que da última vez que o bebi estava bem de saúde, com mais para contar, fiel representante do Douro a não merecer muito mais guarda pois já não dá grandes alegrias.16,5O segundo vinho em prova tinha um aroma muito semelhante ao anterior, certamente seria irmão, mas neste caso seria mais novo, digamos mais recente, o que se veio a verificar pois tratava-se do Ferreirinha Reserva 1994 que passo aqui a relatar:Ferreirinha Reserva 1994Castas: da zona - Estágio: carvalho francês - 12,5% Vol.Tonalidade ruby escuro de mediana concentração, apresenta ainda que muito ligeiro, um pequeno rebordo alaranjado.Nariz inicialmente fechado, abrindo com o tempo para aromas de fruta preta (ameixa e amora) muito madura e com ligeira compota, leve baunilha, especiaria e algum floral (esteva), tabaquinho com ligeira sensação de resina de pinheiro, torrado de fundo, tudo num conjunto muito harmonioso e em nada extravagante, aqui mandam os bons costumes e tudo se porta com normas bem precisas.Boca com entrada fresca em corpo fino, perfil sedoso, muito equilibrado com frescura presente e fruta madura, balsâmico presente num final de boca de persistência média/alta.Um grande vinho que foge claramente às novas tendências enológicas que reinam por este mundo fora, fiel exemplo dos vinhos do Douro finos e elegantes.Hoje em dia são poucos os vinhos que vão chegar a estas idades, com os consumidores cada vez mais a darem menos tempo de espera aos vinhos.17,5A pergunta que fica no ar é, quantos dos vinhos que hoje em dia nos enchem os olhos e esvaziam a carteira vão aguentar tão bem a passagem dos anos como estes dois exemplares ? Será que vamos ter hipótese de os provar com estas idades ?

Das terras altas do Douro vinhateiro, mais propriamente da famosa e carismática Casa Ferreirinha sai este vinho, aquele que poderia ter feito parte da sequela de um míto de nome Barca Velha mas que em determinada altura do seu repouso foi despromovido para Reserva Especial (nome criado em 1962) ou como se designa nos dias de hoje, Reserva.Em prova cega foram colocados dois vinhos, apenas se sabia que eram vinhos tintos, dois exemplares que deram muito que falar durante a prova e que fizeram as delícias de todos os presentes.Os vinhos em causa foram decantados com antecedência e servidos a temperatura correcta, uma pequena nota de destaque para as rolhas dos dois vinhos que ambas deram problemas ao serem removidas, o problema não é só de agora.Foi engraçado levar o primeiro vinho ao nariz que me fez lembrar um vinho que faz alguns anos me marcou pela excelente prova que me tinha proporcionado, o seu perfil poucas dúvidas me deixava restando apenas saber o ano, devido a um rebordo ligeiramente laranja não o via como um jovem mas isto de adivinhar anos tem muito que se lhe diga, fiquei pelo palpite mais que certo pois tratava-se de um Ferreirinha Reserva 1989 que aqui passo a descrever:Ferreirinha Reserva 1989 Castas: da zona - Estágio: carvalho francês -12,5%Tonalidade muito bonita e cativante com um ruby com ligeiro rebordo laranja a mostrar a clara passagem do tempo.Nariz de boa intensidade, inicialmente químico, terroso, abrindo com o tempo para aromas de fruta (preta) em compota, chá preto com azeitona preta, tabaco em pequena quantidade, chocolate, especiaria com final fino e delicado em apontamento mineral (xisto húmido). Em comparação nota-se uma evolução mais acentuada que no seguinte vinho.Boca com componente mais vegetal, fruta presente mas muito leve, está com frescura presente mas o seu melhor já passou, fino e elegante, com um bom final de boca de persistência média/alta.Com quase 18 anos este vinho já deu o seu melhor faz algum tempo, digamos que da última vez que o bebi estava bem de saúde, com mais para contar, fiel representante do Douro a não merecer muito mais guarda pois já não dá grandes alegrias.16,5O segundo vinho em prova tinha um aroma muito semelhante ao anterior, certamente seria irmão, mas neste caso seria mais novo, digamos mais recente, o que se veio a verificar pois tratava-se do Ferreirinha Reserva 1994 que passo aqui a relatar:Ferreirinha Reserva 1994Castas: da zona - Estágio: carvalho francês - 12,5% Vol.Tonalidade ruby escuro de mediana concentração, apresenta ainda que muito ligeiro, um pequeno rebordo alaranjado.Nariz inicialmente fechado, abrindo com o tempo para aromas de fruta preta (ameixa e amora) muito madura e com ligeira compota, leve baunilha, especiaria e algum floral (esteva), tabaquinho com ligeira sensação de resina de pinheiro, torrado de fundo, tudo num conjunto muito harmonioso e em nada extravagante, aqui mandam os bons costumes e tudo se porta com normas bem precisas.Boca com entrada fresca em corpo fino, perfil sedoso, muito equilibrado com frescura presente e fruta madura, balsâmico presente num final de boca de persistência média/alta.Um grande vinho que foge claramente às novas tendências enológicas que reinam por este mundo fora, fiel exemplo dos vinhos do Douro finos e elegantes.Hoje em dia são poucos os vinhos que vão chegar a estas idades, com os consumidores cada vez mais a darem menos tempo de espera aos vinhos.17,5A pergunta que fica no ar é, quantos dos vinhos que hoje em dia nos enchem os olhos e esvaziam a carteira vão aguentar tão bem a passagem dos anos como estes dois exemplares ? Será que vamos ter hipótese de os provar com estas idades ?

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