ambio: Responsabilidades

26-01-2011
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Publico com todo o gosto este texto do Luís Jordão, sobre a mata do Bussaco e recente comunicado da QUERCUS sobre o assunto.henrique pereira dos santosHá já muito tempo que vinha pensando em começar a escrever para este blogue.O Henrique por diversas vezes deixou o desafio, eu por outras tantas fugi a ele porque aquilo que mais me interessaria em termos de blogues seria criar ou aderir a algum que se relacione maioritariamente com fotografia de flora autóctone.Não porque a discussão aberta de tudo o que tenha a ver com conservação da natureza, biodiversidade e desenvolvimento rural não me interesse (são estas no fundo as grandes linhas onde tenho vindo a trabalhar desde que me conheço como trabalhador), mas porque sempre entendi que outros há, muito mais capacitados e disponíveis para o efeito.Mas hoje, fui chamado à realidade duas vezes ao longo do dia e em ambos os casos por causa da Mata do Bussaco.Desde há poucos meses, por via de regular actividade profissional, voltei a confrontar-me com este espaço fantástico, com o qual contactei pela primeira vez há muitos anos como provavelmente a maior parte dos portugueses da minha geração – quando as excursões escolares ao Bussaco, a Mira Daire, a Sintra, ao Gerês e a tantos outros espaços de ar livre ainda não tinham sido substituídas pela Kidzania e outros que tais - e que vi degradar-se ao longos dos anos ao ponto de já não me atrair visitá-lo e conhecê-lo melhor enquanto adulto.E foi também neste âmbito que fui (re)conhecendo, agora provavelmente com outra visão e com um espírito enviesado para as temáticas acima descritas, que norteiam o meu trabalho/lazer, um Bussaco que para mim era totalmente desconhecido e que inclui espaços de uma natureza singular, aliás já bem estudados e caracterizados, mas que se mantêm totalmente desconhecidos da maioria do público português. Também, neste âmbito, me fui apercebendo das fraquezas e debilidades da Mata, das necessidades de gestão activa que a mesma requer, da enorme escassez de recursos humanos e materiais com que a nova entidade gestora – a Fundação Mata do Buçaco - se debate desde a sua criação e da gestão profissional, empenhada e empreendedora que a norteia, a que se associa um espírito de voluntarismo e empenho de um conjunto de técnicos e estagiários, alguns dos quais não remunerados, alguns dos quais não dotados de todos os conhecimentos necessários (que é o que o está?), mas todos certamente norteados por boas intenções.Da mesma forma me apercebi, como já vem sendo hábito em questões de conservação da natureza, da escassez de apoio especializado com que a equipa de gestão se debate, das dificuldades em aceder a informação útil à gestão, e de um Plano de Ordenamento e Gestão que, tal como muitos outros instrumentos assim designados no nosso país - independentemente do mérito dos estudos científicos e equipas em que se baseiam - pouco concretiza, pouco detalha, pouco orienta, pouco permite … ordenar e gerir!Ora vem isto a propósito, no segundo contacto do dia, a respeito do comunicado da Quercus sobre “Azevinhos e sobreiros destruídos na Mata do Buçaco” em que se exige o “apuramento de responsabilidades”. Conheço pouco o caso no sentido de que ainda não tive ocasião de me deslocar ao local em concreto para, com os meus próprios olhos, ver a dimensão dos estragos relatados. Mas invariavelmente, passei em frente às parcelas referidas vários dias seguidos ao longo dos meses de Dezembro e Janeiro para desde logo possuir também a minha própria opinião, que talvez num outro post possa relatar em maior detalhe e que é certamente, apesar de tudo, menos “bombástica” do que as relatadas pela Quercurs e órgãos de comunicação local que têm abordado o assunto.O que me motiva hoje é o “apuramento de responsabilidades” e, de uma forma geral, o teor agressivo e radical que vem sendo comum à Quercus, como à maioria das ONG´s portuguesas.Sem prejuízo de um enquadramento que não só denota um conhecimento ligeiro sobre os valores naturais de maior relevo conservacionista existentes na Mata, nos quais talvez pudéssemos incluir certamente o azevinho - tão comum e abundante aqui e novamente noutros locais do Centro do país - , mas porquê o cedro-do-Bussaco, uma ornamental exótica ? Será por ser “do Bussaco”, ou lusitanica? Será que sabemos do que estamos a falar?Apesar de opiniões eventualmente mais avalizadas para o fazer, e baseando-me apenas na informação técnico-científica que norteia o Plano de Ordenamento Gestão, o valor conservacionista da Mata envolve sobretudo, ao nível florístico, um conjunto de pequenas manchas de habitats reliquiais naturais, um dos quais apenas descrito, no território europeu, para esta Mata Nacional (pergunto-me se a Quercus alguma vez ouviu falar do adernal)! E é exactamente para evitar futuras ameaças a este habitat que se direccionam trabalhos como os que estão na origem da situação (isto sem avalizar a FORMA como os mesmos foram executados).Segue o comunicado alertando para se ter constatado “os abates dos exemplares de azevinhos, sobreiros e medronheiros”. O bolo vai-se adensando, misturando espécies com alguma protecção legal com outras que – sem negar o seu valor ecológico – não a possuem; isto para nem sequer invocar uma opinião subjectiva, por vezes transmitida neste blogue e que partilho, relativamente à (in)utilidade de alguns destes estatutos legais diferenciadores, especialmente no que ao sobreiro se refere.Não questiono, aliás as fotos são disso esclarecedoras, o abate de espécies como as referidas. Nem questiono também quem cometeu o acto, que me parece ter sido obviamente mais um madeireiro que procedeu ali como em qualquer espaço florestal da sua área de intervenção (e com isto, a Quercus não se preocupa?), nem uma eventual falta de acompanhamento e supervisão por parte da entidade gestora (restando saber porque é que ela se deu, i.e. houve intenção de causar a situação, se havia alguma orientação ou boa prática que norteasse a intervenção e teria permitido evitar a situação, se dispõe de meios humanos e outros que possibilitassem um outro resultado).E voltamos então ao “apuramento das responsabilidades”. É muito fácil, depois de detectado um erro, apontar os dedos ao seu executor ou executores.E nisso as ONG´s portuguesas são exímias.Mas onde está a cadeia de responsabilidade: no madeireiro, que fez o que sempre faz e nunca foi motivado a ter outras práticas? No(s) decisore(s) e técnico(s) da entidade gestora, que se basearam provavelmente na informação de orientação existente e no(s) seus próprios conhecimentos? Também certamente, mas não só.Qual o papel, em tudo isto, das orientações de gestão (ou da sua inexistência)? Quão concretas elas são e em que medida permitem GERIR e EVITAR este tipo de situações? Com isso, não vejo a Quercus preocupada… apenas com o fim da linha.Ora como grande parte das vezes neste país, o que me parece que existiu neste caso é um conjunto de boas vontades mal executadas, e que a ausência de verdadeiras ORIENTAÇÕES DE GESTÃO muito para isso contribuiu. Mas diga-se, então como, se até existe um instrumento de gestão – um Plano de Ordenamento e Gestão, último legado da administração central antes de transmitir a gestão da Mata à actual Fundação, ao mesmo tempo que dali retirava todo o corpo técnico, operário e restantes recursos e meios necessários à sua gestão. E o que nos diz este instrumento?Pois vejam-se em concreto o detalhe proposto neste instrumento, no qual se gastaram vários milhares de euros em estudos técnico-científicos, em consultoria, em equipas multidisciplinares e uns quantos anos de trabalho, conforme sucessivos adiamentos da sua apresentação (que antecedeu a passagem da gestão da administração central para a actual Fundação):Os quadros atrás, idênticos em detalhe e orientações aos restantes apresentados no Plano de Ordenamento e Gestão, são aplicáveis à área concretamente abrangida pelo caso que a Quercus refere como “ bem representativo da falta de cuidado das entidades que fazem a gestão do património florestal português”. Nesta parcela, seriam pelo menos aplicáveis as medidas 2.2, 4.1. e 4.2, como se poderá verificar pela leitura do documento integral.Como aqui lemos, qualquer executor estará bem elucidado quanto a aspectos de menor relevância para a GESTÃO como calendarização (p.e. quando é que deve ser feito, com que faseamento, …), situação (p.e. ter em atenção a eventuais exemplares isolados de …) e observações (p.e. recomendável um acompanhamento contínuo, recomendável a aplicação das práticas … e …, recomendável …).Para esta área, das menos interessantes em termos de vegetação autóctone e das mais “atacadas” por exóticas como as acácias, preconizavam-se sobretudo medidas relacionadas com a contenção/eliminação de espécies invasoras (que colocam em causa, entre muros, a conservação dos habitats naturais existentes, entre os quais o já referido), bem como uma progressiva substituição da do coberto florestal resultante de acção humana maioritariamente um pinhal, ainda que com exemplares provavelmente centenários e também ocupado, de forma pontual, por alguns exemplares de regeneração da mata original como os referidos sobreiros, azevinhos e medronheiros. Trabalhos que, sem prejuízo de uma notória “aceleração” induzida por um eventual estado fitossanitário mais débil dos pinheiros e da aparente ausência de aplicação das práticas mais recomendadas ao controlo de invasoras e ao corte, foram executados, com os erros e resultados que são relatados (muito embora com uma dimensão provavelmente idêntica à de outros espaços florestais públicos e privados, com os quais não tenho visto a Quercus reclamar).A questão que novamente coloco é: onde estão as responsabilidades, face a um instrumento que, conforme se vê nos exemplos, deixa tanto a desejar ao nível da concretização e da gestão efectiva e operacional? E já agora, onde estão também as responsabilidades da Quercus (e das restantes ONG´s), quando não questionaram esse mesmo instrumento quando o mesmo foi publicamente apresentado há dois anos atrás? Não é também responsabilidade de uma ONG estar atenta a este tipo de situações?Ah …. Desculpem, esqueci-me que “neste Ano Internacional das Florestas designado pela UNESCO devido à importância da floresta, continuamos dispostos a colaborar voluntariamente com todos os que pretendem fazer uma gestão florestal sustentável, que dignifique o nosso melhor património natural e contribuindo para a conservação da natureza nas nossas Matas Nacionais.” De facto, há dois anos estávamos no Ano Internacional de …. quê?Luis Jordão


Publico com todo o gosto este texto do Luís Jordão, sobre a mata do Bussaco e recente comunicado da QUERCUS sobre o assunto.henrique pereira dos santosHá já muito tempo que vinha pensando em começar a escrever para este blogue.O Henrique por diversas vezes deixou o desafio, eu por outras tantas fugi a ele porque aquilo que mais me interessaria em termos de blogues seria criar ou aderir a algum que se relacione maioritariamente com fotografia de flora autóctone.Não porque a discussão aberta de tudo o que tenha a ver com conservação da natureza, biodiversidade e desenvolvimento rural não me interesse (são estas no fundo as grandes linhas onde tenho vindo a trabalhar desde que me conheço como trabalhador), mas porque sempre entendi que outros há, muito mais capacitados e disponíveis para o efeito.Mas hoje, fui chamado à realidade duas vezes ao longo do dia e em ambos os casos por causa da Mata do Bussaco.Desde há poucos meses, por via de regular actividade profissional, voltei a confrontar-me com este espaço fantástico, com o qual contactei pela primeira vez há muitos anos como provavelmente a maior parte dos portugueses da minha geração – quando as excursões escolares ao Bussaco, a Mira Daire, a Sintra, ao Gerês e a tantos outros espaços de ar livre ainda não tinham sido substituídas pela Kidzania e outros que tais - e que vi degradar-se ao longos dos anos ao ponto de já não me atrair visitá-lo e conhecê-lo melhor enquanto adulto.E foi também neste âmbito que fui (re)conhecendo, agora provavelmente com outra visão e com um espírito enviesado para as temáticas acima descritas, que norteiam o meu trabalho/lazer, um Bussaco que para mim era totalmente desconhecido e que inclui espaços de uma natureza singular, aliás já bem estudados e caracterizados, mas que se mantêm totalmente desconhecidos da maioria do público português. Também, neste âmbito, me fui apercebendo das fraquezas e debilidades da Mata, das necessidades de gestão activa que a mesma requer, da enorme escassez de recursos humanos e materiais com que a nova entidade gestora – a Fundação Mata do Buçaco - se debate desde a sua criação e da gestão profissional, empenhada e empreendedora que a norteia, a que se associa um espírito de voluntarismo e empenho de um conjunto de técnicos e estagiários, alguns dos quais não remunerados, alguns dos quais não dotados de todos os conhecimentos necessários (que é o que o está?), mas todos certamente norteados por boas intenções.Da mesma forma me apercebi, como já vem sendo hábito em questões de conservação da natureza, da escassez de apoio especializado com que a equipa de gestão se debate, das dificuldades em aceder a informação útil à gestão, e de um Plano de Ordenamento e Gestão que, tal como muitos outros instrumentos assim designados no nosso país - independentemente do mérito dos estudos científicos e equipas em que se baseiam - pouco concretiza, pouco detalha, pouco orienta, pouco permite … ordenar e gerir!Ora vem isto a propósito, no segundo contacto do dia, a respeito do comunicado da Quercus sobre “Azevinhos e sobreiros destruídos na Mata do Buçaco” em que se exige o “apuramento de responsabilidades”. Conheço pouco o caso no sentido de que ainda não tive ocasião de me deslocar ao local em concreto para, com os meus próprios olhos, ver a dimensão dos estragos relatados. Mas invariavelmente, passei em frente às parcelas referidas vários dias seguidos ao longo dos meses de Dezembro e Janeiro para desde logo possuir também a minha própria opinião, que talvez num outro post possa relatar em maior detalhe e que é certamente, apesar de tudo, menos “bombástica” do que as relatadas pela Quercurs e órgãos de comunicação local que têm abordado o assunto.O que me motiva hoje é o “apuramento de responsabilidades” e, de uma forma geral, o teor agressivo e radical que vem sendo comum à Quercus, como à maioria das ONG´s portuguesas.Sem prejuízo de um enquadramento que não só denota um conhecimento ligeiro sobre os valores naturais de maior relevo conservacionista existentes na Mata, nos quais talvez pudéssemos incluir certamente o azevinho - tão comum e abundante aqui e novamente noutros locais do Centro do país - , mas porquê o cedro-do-Bussaco, uma ornamental exótica ? Será por ser “do Bussaco”, ou lusitanica? Será que sabemos do que estamos a falar?Apesar de opiniões eventualmente mais avalizadas para o fazer, e baseando-me apenas na informação técnico-científica que norteia o Plano de Ordenamento Gestão, o valor conservacionista da Mata envolve sobretudo, ao nível florístico, um conjunto de pequenas manchas de habitats reliquiais naturais, um dos quais apenas descrito, no território europeu, para esta Mata Nacional (pergunto-me se a Quercus alguma vez ouviu falar do adernal)! E é exactamente para evitar futuras ameaças a este habitat que se direccionam trabalhos como os que estão na origem da situação (isto sem avalizar a FORMA como os mesmos foram executados).Segue o comunicado alertando para se ter constatado “os abates dos exemplares de azevinhos, sobreiros e medronheiros”. O bolo vai-se adensando, misturando espécies com alguma protecção legal com outras que – sem negar o seu valor ecológico – não a possuem; isto para nem sequer invocar uma opinião subjectiva, por vezes transmitida neste blogue e que partilho, relativamente à (in)utilidade de alguns destes estatutos legais diferenciadores, especialmente no que ao sobreiro se refere.Não questiono, aliás as fotos são disso esclarecedoras, o abate de espécies como as referidas. Nem questiono também quem cometeu o acto, que me parece ter sido obviamente mais um madeireiro que procedeu ali como em qualquer espaço florestal da sua área de intervenção (e com isto, a Quercus não se preocupa?), nem uma eventual falta de acompanhamento e supervisão por parte da entidade gestora (restando saber porque é que ela se deu, i.e. houve intenção de causar a situação, se havia alguma orientação ou boa prática que norteasse a intervenção e teria permitido evitar a situação, se dispõe de meios humanos e outros que possibilitassem um outro resultado).E voltamos então ao “apuramento das responsabilidades”. É muito fácil, depois de detectado um erro, apontar os dedos ao seu executor ou executores.E nisso as ONG´s portuguesas são exímias.Mas onde está a cadeia de responsabilidade: no madeireiro, que fez o que sempre faz e nunca foi motivado a ter outras práticas? No(s) decisore(s) e técnico(s) da entidade gestora, que se basearam provavelmente na informação de orientação existente e no(s) seus próprios conhecimentos? Também certamente, mas não só.Qual o papel, em tudo isto, das orientações de gestão (ou da sua inexistência)? Quão concretas elas são e em que medida permitem GERIR e EVITAR este tipo de situações? Com isso, não vejo a Quercus preocupada… apenas com o fim da linha.Ora como grande parte das vezes neste país, o que me parece que existiu neste caso é um conjunto de boas vontades mal executadas, e que a ausência de verdadeiras ORIENTAÇÕES DE GESTÃO muito para isso contribuiu. Mas diga-se, então como, se até existe um instrumento de gestão – um Plano de Ordenamento e Gestão, último legado da administração central antes de transmitir a gestão da Mata à actual Fundação, ao mesmo tempo que dali retirava todo o corpo técnico, operário e restantes recursos e meios necessários à sua gestão. E o que nos diz este instrumento?Pois vejam-se em concreto o detalhe proposto neste instrumento, no qual se gastaram vários milhares de euros em estudos técnico-científicos, em consultoria, em equipas multidisciplinares e uns quantos anos de trabalho, conforme sucessivos adiamentos da sua apresentação (que antecedeu a passagem da gestão da administração central para a actual Fundação):Os quadros atrás, idênticos em detalhe e orientações aos restantes apresentados no Plano de Ordenamento e Gestão, são aplicáveis à área concretamente abrangida pelo caso que a Quercus refere como “ bem representativo da falta de cuidado das entidades que fazem a gestão do património florestal português”. Nesta parcela, seriam pelo menos aplicáveis as medidas 2.2, 4.1. e 4.2, como se poderá verificar pela leitura do documento integral.Como aqui lemos, qualquer executor estará bem elucidado quanto a aspectos de menor relevância para a GESTÃO como calendarização (p.e. quando é que deve ser feito, com que faseamento, …), situação (p.e. ter em atenção a eventuais exemplares isolados de …) e observações (p.e. recomendável um acompanhamento contínuo, recomendável a aplicação das práticas … e …, recomendável …).Para esta área, das menos interessantes em termos de vegetação autóctone e das mais “atacadas” por exóticas como as acácias, preconizavam-se sobretudo medidas relacionadas com a contenção/eliminação de espécies invasoras (que colocam em causa, entre muros, a conservação dos habitats naturais existentes, entre os quais o já referido), bem como uma progressiva substituição da do coberto florestal resultante de acção humana maioritariamente um pinhal, ainda que com exemplares provavelmente centenários e também ocupado, de forma pontual, por alguns exemplares de regeneração da mata original como os referidos sobreiros, azevinhos e medronheiros. Trabalhos que, sem prejuízo de uma notória “aceleração” induzida por um eventual estado fitossanitário mais débil dos pinheiros e da aparente ausência de aplicação das práticas mais recomendadas ao controlo de invasoras e ao corte, foram executados, com os erros e resultados que são relatados (muito embora com uma dimensão provavelmente idêntica à de outros espaços florestais públicos e privados, com os quais não tenho visto a Quercus reclamar).A questão que novamente coloco é: onde estão as responsabilidades, face a um instrumento que, conforme se vê nos exemplos, deixa tanto a desejar ao nível da concretização e da gestão efectiva e operacional? E já agora, onde estão também as responsabilidades da Quercus (e das restantes ONG´s), quando não questionaram esse mesmo instrumento quando o mesmo foi publicamente apresentado há dois anos atrás? Não é também responsabilidade de uma ONG estar atenta a este tipo de situações?Ah …. Desculpem, esqueci-me que “neste Ano Internacional das Florestas designado pela UNESCO devido à importância da floresta, continuamos dispostos a colaborar voluntariamente com todos os que pretendem fazer uma gestão florestal sustentável, que dignifique o nosso melhor património natural e contribuindo para a conservação da natureza nas nossas Matas Nacionais.” De facto, há dois anos estávamos no Ano Internacional de …. quê?Luis Jordão

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