O Grande Zoo: Tragédia, drama ou simples pesadelo ?

21-01-2011
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Nas últimas eleições para a Comissão Política Concelhia de Coimbra do PS apresentaram-se duas alternativas, uma liderada pelo Henrique Fernandes e outra pelo Carlos Cidade. A primeira era uma lista de continuidade do poder concelhio instituído, mas que queria parecer novidade, sem verdadeiramente querer correr o risco de o ser. A segunda era uma lista que se ufanava de uma novidade que, no entanto, se não atrevia a ser, por completo.No fundo, sem pôr em causa a honestidade pessoal e o esforço despendido pelos dois protagonistas em causa e por muitos que os acompanharam, eram duas hesitações que competiam entre si. O primeiro ganhou, mas rapidamente se entendeu com o segundo, numa fusão de inércias, que, só por muito pouco tempo, conseguiu parecer uma conjugação de vontades. E o que chegou a parecer o despontar de um ímpeto, rapidamente se aquietou numa sucessão de previsibilidades.E quando o risco de naufrágio parecia ganhar corpo, inesperadamente, pareceu desenhar-se, afinal, em Coimbra o regresso de um novo impulso e alguma esperança. Novas sinergias despontaram, mostrando-se vocacionadas para estimular e dinamizar aquilo que, até então, parecia irremediavelmente adormecido. Mas esse bruxulear de energia depressa se apagou. O império das inércias e o reino das hesitações voltaram impiedosos, para cobrarem de novo o seu tributo. Os equívocos foram ganhando força. O resmungar das meias palavras levou a que cada um se convencesse que eram reais as suas próprias fantasias. E as fantasias de uns foram tornando-se nos pesadelos de outros.Numa invasão do teatro político pelo hálito tenso da tragédia, os apoiantes de Henrique Fernandes tornaram o paroxismo desse apoio numa angústia crescente do apoiado; mas o sonhado candidato Henrique Fernandes converteu-se para a subjectividade impaciente dos seus apoiantes num ansioso vazio. Numa espiral perversa apoiantes e apoiado pareciam corroer involuntariamente o que mais pareciam desejar.Na imprensa de hoje e em palavras que navegam já no hiper-espaço, a tragédia política do PS de Coimbra, no plano concelhio, parece aproximar-se do seu ápice.Incrédulo, regresso a alguns comentários que fiz neste blog e recordo: em Coimbra, no plano autárquico, dentro do PS , contra ventos e marés, o suicídio político continua.


Nas últimas eleições para a Comissão Política Concelhia de Coimbra do PS apresentaram-se duas alternativas, uma liderada pelo Henrique Fernandes e outra pelo Carlos Cidade. A primeira era uma lista de continuidade do poder concelhio instituído, mas que queria parecer novidade, sem verdadeiramente querer correr o risco de o ser. A segunda era uma lista que se ufanava de uma novidade que, no entanto, se não atrevia a ser, por completo.No fundo, sem pôr em causa a honestidade pessoal e o esforço despendido pelos dois protagonistas em causa e por muitos que os acompanharam, eram duas hesitações que competiam entre si. O primeiro ganhou, mas rapidamente se entendeu com o segundo, numa fusão de inércias, que, só por muito pouco tempo, conseguiu parecer uma conjugação de vontades. E o que chegou a parecer o despontar de um ímpeto, rapidamente se aquietou numa sucessão de previsibilidades.E quando o risco de naufrágio parecia ganhar corpo, inesperadamente, pareceu desenhar-se, afinal, em Coimbra o regresso de um novo impulso e alguma esperança. Novas sinergias despontaram, mostrando-se vocacionadas para estimular e dinamizar aquilo que, até então, parecia irremediavelmente adormecido. Mas esse bruxulear de energia depressa se apagou. O império das inércias e o reino das hesitações voltaram impiedosos, para cobrarem de novo o seu tributo. Os equívocos foram ganhando força. O resmungar das meias palavras levou a que cada um se convencesse que eram reais as suas próprias fantasias. E as fantasias de uns foram tornando-se nos pesadelos de outros.Numa invasão do teatro político pelo hálito tenso da tragédia, os apoiantes de Henrique Fernandes tornaram o paroxismo desse apoio numa angústia crescente do apoiado; mas o sonhado candidato Henrique Fernandes converteu-se para a subjectividade impaciente dos seus apoiantes num ansioso vazio. Numa espiral perversa apoiantes e apoiado pareciam corroer involuntariamente o que mais pareciam desejar.Na imprensa de hoje e em palavras que navegam já no hiper-espaço, a tragédia política do PS de Coimbra, no plano concelhio, parece aproximar-se do seu ápice.Incrédulo, regresso a alguns comentários que fiz neste blog e recordo: em Coimbra, no plano autárquico, dentro do PS , contra ventos e marés, o suicídio político continua.

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