O Grande Zoo: Esquerda Socialista

21-01-2011
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Ontem, a corrente de opinião do PS, Esquerda Socialista, reuniu-se em plenário nacional, em Santarém. Uma parte do que dela resultou é conhecida. Espero, num dos próximos dias, escrever um comentário político a tudo o que lá ocorreu. Hoje, venho apenas dar conta da minha reacção a um infeliz efeito colateral produzido indirectamente pela reunião. Eis uma carta que enviei hoje para os membros ou simpatizante da corrente ES, de cujos endereços dispunha:Caros camaradas:Pelo menos na TSF, em notícias difundidas no decorrer do dia de hoje, Henrique Neto surgiu objectivamente como porta-voz da Esquerda Socialista, a nossa corrente de opinião dentro do PS, difundindo as posições tomadas na Reunião Nacional, realizada no passado dia 8 em Santarém.Como membro da respectiva Comissão Coordenadora e como participante na reunião de Santarém, tenho que recordar que Henrique Neto não tem qualquer mandato para falar em nome da Esquerda Socialista. Aliás, foi esta a primeira reunião nacional em que participou e, que eu saiba, só muito recentemente aderiu à ES.Embora tenha subscrito a nossa moção apresentada no mais recente congresso do PS, não desempenhou qualquer papel na sua elaboração, nem teve um papel activo nos trabalhos inerentes a esse Congresso, onde a Moção Mudar para Mudar foi apresentada. Continuou fora dos trabalhos da ES, até há pouco tempo atrás.Não tem pois qualquer legitimidade formal ou substancial para ser porta-voz da ES ou para falar em nome da corrente, seja em que circunstância for. Por isso, o que Henrique Neto tenha dito ou venha a dizer em quaisquer circunstâncias públicas só a ele o responsabiliza.De facto, a última coisa a que, pela minha parte, estarei disposto é a que me possam confundir com os apoiantes de algumas das infelizes posições e opiniões que Henrique Neto tem exprimido publicamente, nos últimos tempos. E embora eu possa achar estranho que tenha aderido à nossa Moção e se sinta bem dentro da ES quem sustente tais opiniões, enquanto elas forem expressas a título pessoal situam-se dentro de um normal exercício da liberdade de opinião e nada tenho a ver com elas nem a opor-lhes, mas se quem as tiver proferido for porta-voz formal ou informal de uma corrente política a que eu pertença, aí o caso muda de figura: não posso pactuar com situações dúbias.Lamento que quem nada teve a ver com o esforço paciente de anos que precedeu o ponto a que chegámos, tenha objectivamente assumido um papel tão contraproducente.É pena que eu tenha sido obrigado a tomar esta posição formal, mas não me foi deixada alternativa.Coimbra, 9 de Maio de 2010Rui Namorado


Ontem, a corrente de opinião do PS, Esquerda Socialista, reuniu-se em plenário nacional, em Santarém. Uma parte do que dela resultou é conhecida. Espero, num dos próximos dias, escrever um comentário político a tudo o que lá ocorreu. Hoje, venho apenas dar conta da minha reacção a um infeliz efeito colateral produzido indirectamente pela reunião. Eis uma carta que enviei hoje para os membros ou simpatizante da corrente ES, de cujos endereços dispunha:Caros camaradas:Pelo menos na TSF, em notícias difundidas no decorrer do dia de hoje, Henrique Neto surgiu objectivamente como porta-voz da Esquerda Socialista, a nossa corrente de opinião dentro do PS, difundindo as posições tomadas na Reunião Nacional, realizada no passado dia 8 em Santarém.Como membro da respectiva Comissão Coordenadora e como participante na reunião de Santarém, tenho que recordar que Henrique Neto não tem qualquer mandato para falar em nome da Esquerda Socialista. Aliás, foi esta a primeira reunião nacional em que participou e, que eu saiba, só muito recentemente aderiu à ES.Embora tenha subscrito a nossa moção apresentada no mais recente congresso do PS, não desempenhou qualquer papel na sua elaboração, nem teve um papel activo nos trabalhos inerentes a esse Congresso, onde a Moção Mudar para Mudar foi apresentada. Continuou fora dos trabalhos da ES, até há pouco tempo atrás.Não tem pois qualquer legitimidade formal ou substancial para ser porta-voz da ES ou para falar em nome da corrente, seja em que circunstância for. Por isso, o que Henrique Neto tenha dito ou venha a dizer em quaisquer circunstâncias públicas só a ele o responsabiliza.De facto, a última coisa a que, pela minha parte, estarei disposto é a que me possam confundir com os apoiantes de algumas das infelizes posições e opiniões que Henrique Neto tem exprimido publicamente, nos últimos tempos. E embora eu possa achar estranho que tenha aderido à nossa Moção e se sinta bem dentro da ES quem sustente tais opiniões, enquanto elas forem expressas a título pessoal situam-se dentro de um normal exercício da liberdade de opinião e nada tenho a ver com elas nem a opor-lhes, mas se quem as tiver proferido for porta-voz formal ou informal de uma corrente política a que eu pertença, aí o caso muda de figura: não posso pactuar com situações dúbias.Lamento que quem nada teve a ver com o esforço paciente de anos que precedeu o ponto a que chegámos, tenha objectivamente assumido um papel tão contraproducente.É pena que eu tenha sido obrigado a tomar esta posição formal, mas não me foi deixada alternativa.Coimbra, 9 de Maio de 2010Rui Namorado

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