Notas de Aveiro: Meter Agua...

03-08-2010
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Andei a ver a novela "Águas de Portugal" versus Alberto Souto para ver o que dava. Afinal deu aquilo que já todos sabemos... a questão SIMRIA.Para que todos saibam do que estamos a falar, a história é esta: há uns dias, mais precisamente a 19, a TSF noticiava que a Câmara de Aveiro era, juntamente com as Câmaras de Loures e Lisboa, uma das que mais devia à empresa.O presidente da empresa pública Águas de Portugal, Pedro Serra, admitia recorrer "a todos os meios" para obrigar a Câmara de Aveiro a pagar as dívidas em atraso. Na altura, escreveu-se que seria "pelo pagamento do abastecimento da água distribuída na rede pública" o que provocou uma reacção enérgica de Alberto Souto, que exigiu um pedido de desculpas pois Aveiro recebe a água do Sistema Intermunicipal do Carvoeiro.Bem, o Público de hoje esclarece aquilo que quem conhece o organigrama do grupo "Águas de Portugal" já suspeitava: Pedro Serra estava a falar da SIMRIA... Desculpem-me a malta do Público mas hoje vou citar a maior parte da noticia, escrita pela Maria José Santana...Tudo indica que está para durar a polémica que estalou recentemente entre a Câmara de Aveiro e a Águas de Portugal (AdP), a propósito de uma suposta dívida da autarquia à empresa. O presidente do município aveirense, Alberto Souto, desmentiu a existência de qualquer verba em atraso, considerando que "deve ter havido um grande equívoco" nas informações veiculadas pelo presidente da empresa, Pedro Serra - que colocam Aveiro ao lado dos municípios de Lisboa e Loures como os que maiores quantias devem à AdP - e exigiu um desmentido. Ao PÚBLICO, a empresa reconheceu que, de facto, as dívidas não dizem respeito directamente à AdP, mas sim à Simria, da qual a empresa pública de águas é o accionista maioritário. "A Câmara de Aveiro não tem qualquer contrato com a AdP, mas sim com a Associação de Municípios do Carvoeiro. Deve ter havido um lapso da parte do dr. Pedro Serra, ou então, alguém o informou mal", frisou Alberto Souto na reacção às declarações proferidas este fim-de-semana pelo presidente da AdP, Pedro Serra, à TSF, e sobre as quais dizia estar à espera de "esclarecimentos" e de "um desmentido". A empresa AdP, através do seu gabinete de comunicação, já fez saber que não irá efectuar tal "desmentido", mas explica que a dívida da Câmara Municipal de Aveiro se fica a dever "a serviços de recolhas de águas residuais", prestados pela empresa que gere o sistema intermunicipal de saneamento dos municípios da ria (Simria), da qual a AdP é o accionista maioritário, visto que detém 67,72 por cento do capital. O grupo Águas de Portugal - que opera nas vertentes do abastecimento de água, saneamento de águas residuais e tratamento e valorização de resíduos sólidos - é composto por 67 empresas participadas, uma das quais é precisamente a Simria. Nos esclarecimentos prestados ao PÚBLICO, o gabinete de comunicação da empresa pública de águas revelou apenas que o montante da dívida da autarquia aveirense à Simria compreende "um valor avultado", sem especificar qual a quantia exacta. Tal como já tem vindo a ser noticiado por diversas vezes, o município de Aveiro nunca reconheceu o contrato de tarifário que assinou com a Simria, ainda no tempo de António Guterres, por desacordo das verbas a pagar pelo caudal de saneamento. Esta falta de entendimento entre a Simria e a edilidade aveirense motivou várias trocas de acusações públicas entre o presidente da autarquia, Alberto Souto, e o administrador da empresa de saneamento, Manuel Fernandes Thomaz. Num dos últimos "episódios" conhecidos sobre o assunto, Ribau Esteves, presidente da Associação de Municípios da Ria (Amria), referia que a dívida da autarquia aveirense à Simria ascendia a cerca de quatro milhões de euros. "Esse assuntojá deu muita polémica"Contactado pelo PÚBLICO, o administrador da Simria, Manuel Fernandes Thomaz, escusou-se a comentar o assunto. "É uma matéria sobre a qual não tenho interesse em comentar, até porque esse assunto já deu muita polémica entre a Simria e a Câmara Municipal de Aveiro", declarou. O administrador da empresa que gere o sistema intermunicipal de saneamento da ria escusou-se ainda a adiantar qual o montante da dívida actual da edilidade aveirense à Simria, acrescentando apenas que "este é um assunto que os accionistas, onde se incluem a AdP e a Câmara de Aveiro, estão a tentar resolver". Depois de ter tido conhecimento da explicação avançada pela AdP, o presidente da edilidade aveirense asseverou que "a Câmara de Aveiro não tem qualquer dívida à Simria, visto que o contrato não está em vigor", e lamenta que a empresa pública de águas tenha "colocado uma informação dessas cá para fora, podendo estragar o processo de concertação que está em curso". Ou seja, Alberto Souto confirma o desenvolvimento de esforços entre os accionistas da Simria para resolver o diferendo de longa data, e que tem levado a autarquia aveirense a não reconhecer a dívida para com a empresa de saneamento. Mais: o edil diz que a AdP "misturou alhos com bugalhos", dando a entender que "a Câmara de Aveiro era uma das três maiores devedoras relativamente ao abastecimento de águas", ainda mais "numa altura de seca e em véspera de eleições autárquicas". Há um conclusão a tirar: Alberto Souto continua a negar uma evidência. Em nossas casas, nem conseguiamos ter um fornecimento sem um contrato. Mas ele tem. E contesta o valor. Até ai tudo bem. Está no seu direito. Mas sabe que está a utilizar. E sabe que vai ter que pagar. Será que as contas da Câmara de Aveiro, como as de qualquer empresa sadia, estão neste momento a reflectir o valor das provisões necessárias para fazer face a esta "divida". É que senão as contas são falsas pois não reflectem um dos principais princípios das contas: reflectir a realidade financeira da empresa.


Andei a ver a novela "Águas de Portugal" versus Alberto Souto para ver o que dava. Afinal deu aquilo que já todos sabemos... a questão SIMRIA.Para que todos saibam do que estamos a falar, a história é esta: há uns dias, mais precisamente a 19, a TSF noticiava que a Câmara de Aveiro era, juntamente com as Câmaras de Loures e Lisboa, uma das que mais devia à empresa.O presidente da empresa pública Águas de Portugal, Pedro Serra, admitia recorrer "a todos os meios" para obrigar a Câmara de Aveiro a pagar as dívidas em atraso. Na altura, escreveu-se que seria "pelo pagamento do abastecimento da água distribuída na rede pública" o que provocou uma reacção enérgica de Alberto Souto, que exigiu um pedido de desculpas pois Aveiro recebe a água do Sistema Intermunicipal do Carvoeiro.Bem, o Público de hoje esclarece aquilo que quem conhece o organigrama do grupo "Águas de Portugal" já suspeitava: Pedro Serra estava a falar da SIMRIA... Desculpem-me a malta do Público mas hoje vou citar a maior parte da noticia, escrita pela Maria José Santana...Tudo indica que está para durar a polémica que estalou recentemente entre a Câmara de Aveiro e a Águas de Portugal (AdP), a propósito de uma suposta dívida da autarquia à empresa. O presidente do município aveirense, Alberto Souto, desmentiu a existência de qualquer verba em atraso, considerando que "deve ter havido um grande equívoco" nas informações veiculadas pelo presidente da empresa, Pedro Serra - que colocam Aveiro ao lado dos municípios de Lisboa e Loures como os que maiores quantias devem à AdP - e exigiu um desmentido. Ao PÚBLICO, a empresa reconheceu que, de facto, as dívidas não dizem respeito directamente à AdP, mas sim à Simria, da qual a empresa pública de águas é o accionista maioritário. "A Câmara de Aveiro não tem qualquer contrato com a AdP, mas sim com a Associação de Municípios do Carvoeiro. Deve ter havido um lapso da parte do dr. Pedro Serra, ou então, alguém o informou mal", frisou Alberto Souto na reacção às declarações proferidas este fim-de-semana pelo presidente da AdP, Pedro Serra, à TSF, e sobre as quais dizia estar à espera de "esclarecimentos" e de "um desmentido". A empresa AdP, através do seu gabinete de comunicação, já fez saber que não irá efectuar tal "desmentido", mas explica que a dívida da Câmara Municipal de Aveiro se fica a dever "a serviços de recolhas de águas residuais", prestados pela empresa que gere o sistema intermunicipal de saneamento dos municípios da ria (Simria), da qual a AdP é o accionista maioritário, visto que detém 67,72 por cento do capital. O grupo Águas de Portugal - que opera nas vertentes do abastecimento de água, saneamento de águas residuais e tratamento e valorização de resíduos sólidos - é composto por 67 empresas participadas, uma das quais é precisamente a Simria. Nos esclarecimentos prestados ao PÚBLICO, o gabinete de comunicação da empresa pública de águas revelou apenas que o montante da dívida da autarquia aveirense à Simria compreende "um valor avultado", sem especificar qual a quantia exacta. Tal como já tem vindo a ser noticiado por diversas vezes, o município de Aveiro nunca reconheceu o contrato de tarifário que assinou com a Simria, ainda no tempo de António Guterres, por desacordo das verbas a pagar pelo caudal de saneamento. Esta falta de entendimento entre a Simria e a edilidade aveirense motivou várias trocas de acusações públicas entre o presidente da autarquia, Alberto Souto, e o administrador da empresa de saneamento, Manuel Fernandes Thomaz. Num dos últimos "episódios" conhecidos sobre o assunto, Ribau Esteves, presidente da Associação de Municípios da Ria (Amria), referia que a dívida da autarquia aveirense à Simria ascendia a cerca de quatro milhões de euros. "Esse assuntojá deu muita polémica"Contactado pelo PÚBLICO, o administrador da Simria, Manuel Fernandes Thomaz, escusou-se a comentar o assunto. "É uma matéria sobre a qual não tenho interesse em comentar, até porque esse assunto já deu muita polémica entre a Simria e a Câmara Municipal de Aveiro", declarou. O administrador da empresa que gere o sistema intermunicipal de saneamento da ria escusou-se ainda a adiantar qual o montante da dívida actual da edilidade aveirense à Simria, acrescentando apenas que "este é um assunto que os accionistas, onde se incluem a AdP e a Câmara de Aveiro, estão a tentar resolver". Depois de ter tido conhecimento da explicação avançada pela AdP, o presidente da edilidade aveirense asseverou que "a Câmara de Aveiro não tem qualquer dívida à Simria, visto que o contrato não está em vigor", e lamenta que a empresa pública de águas tenha "colocado uma informação dessas cá para fora, podendo estragar o processo de concertação que está em curso". Ou seja, Alberto Souto confirma o desenvolvimento de esforços entre os accionistas da Simria para resolver o diferendo de longa data, e que tem levado a autarquia aveirense a não reconhecer a dívida para com a empresa de saneamento. Mais: o edil diz que a AdP "misturou alhos com bugalhos", dando a entender que "a Câmara de Aveiro era uma das três maiores devedoras relativamente ao abastecimento de águas", ainda mais "numa altura de seca e em véspera de eleições autárquicas". Há um conclusão a tirar: Alberto Souto continua a negar uma evidência. Em nossas casas, nem conseguiamos ter um fornecimento sem um contrato. Mas ele tem. E contesta o valor. Até ai tudo bem. Está no seu direito. Mas sabe que está a utilizar. E sabe que vai ter que pagar. Será que as contas da Câmara de Aveiro, como as de qualquer empresa sadia, estão neste momento a reflectir o valor das provisões necessárias para fazer face a esta "divida". É que senão as contas são falsas pois não reflectem um dos principais princípios das contas: reflectir a realidade financeira da empresa.

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