O aspecto da candidatura de Manuel Alegre representa os lados atraentes que são possíveis no situacionismo da III República. O lado nacionalista, simbolizado no fervor do hino, o lado romântico do sofrimento do exílio condensado nos versos à escolha que muitos tem o candidato, o lado soberanista em relação à posição de Portugal na Europa. Depois a estética da palavra, o modo empolgante de falar. Republicano, socialista e laico, com a vantagem de ser do Benfica, a maior maioria de Portugal e da simpática Académica de Coimbra, o segundo clube de quase toda a gente.Passando à substância: está lá o messianismo constitucional, a ouvidoria de Belém como função, o colectivismo anti-neo-liberal. E a federação de todas as oposições eleitorais ao Bloco, ao PCP, ao PS e muito especialmente a Soares.Um cocktail explosivo. Pelo menos anima as coisas e sai das geometrias monolíticas com que os discursos dos outros candidatos maçam e entediam diariamente o país.
Categorias
Entidades
O aspecto da candidatura de Manuel Alegre representa os lados atraentes que são possíveis no situacionismo da III República. O lado nacionalista, simbolizado no fervor do hino, o lado romântico do sofrimento do exílio condensado nos versos à escolha que muitos tem o candidato, o lado soberanista em relação à posição de Portugal na Europa. Depois a estética da palavra, o modo empolgante de falar. Republicano, socialista e laico, com a vantagem de ser do Benfica, a maior maioria de Portugal e da simpática Académica de Coimbra, o segundo clube de quase toda a gente.Passando à substância: está lá o messianismo constitucional, a ouvidoria de Belém como função, o colectivismo anti-neo-liberal. E a federação de todas as oposições eleitorais ao Bloco, ao PCP, ao PS e muito especialmente a Soares.Um cocktail explosivo. Pelo menos anima as coisas e sai das geometrias monolíticas com que os discursos dos outros candidatos maçam e entediam diariamente o país.