Notas de Aveiro: Cavaco e esta campanha de merda

20-01-2011
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Não estava a pensar ir votar a 23 de Janeiro de 2011, dado ser monárquico e por isso ser a eleição que menos me interessa. Mas depois do que tenho lido e ouvido e entendendo que não vale tudo, em especial na forma de se fazer política no país, vou contribuir com o meu voto para a eleição de Cavaco Silva. De preferência à primeira volta, para pouparmos ao país uns milhões de euros de subvenções, custos de mesas de voto e afins.
Porquê?
Por causa desta campanha de merda. Em 30 de Maio de 2009, há mais de um ano e seis meses e depois de algumas insinuações, o Expresso publicou a noticia do "lucro" da acções da SLN (não do banco, não do banco) acções essas que tinham sido compradas em 2001 e vendidas em 2003 (uma acção que nem sequer estava cotada em bolsa). Se lerem a noticia até ao fim e para além de aludir a um comunicado que está no site da Presidência os jornalistas do Expresso, entre os quais Nicolau Santos, podem constatar as seguintes afirmações "Nesse comunicado podia ler-se que Cavaco Silva, no exercício da sua vida profissional, "nunca exerceu qualquer tipo de função no BPN ou em qualquer das suas empresas; nunca recebeu qualquer remuneração do BPN ou de qualquer das suas empresas; nunca comprou ou vendeu nada ao BPN ou a qualquer das suas empresas". Além disso, referiu que nem ele nem a sua mulher contraíram qualquer empréstimo junto do BPN nem devem um único euro a qualquer banco, nacional ou estrangeiro, nem a qualquer outra entidade. Mas sobre ter sido accionista da SLN - que controlava o BPN - nada disse.
O Expresso foi também consultar as declarações de rendimentos de Cavaco Silva. Nelas foi possível verificar que na mesma conta do BPN onde tinha depositadas as acções da SLN, Cavaco tinha, em 2005, €210.634. Com a venda das acções a €2,4 em Novembro de 2003, o PR obteve um encaixe de €252.907,2.Os €2,4 não andavam, ao que o Expresso apurou, muito longe dos valores praticados noutras transacções de acções da SLN naquela altura. O BPN não estava cotado na Bolsa, pelo que a determinação do preço das acções não era feita pelas regras de mercado. Não havia, por isso, um preço de referência para as acções definido oficialmente.A participação de Cavaco na SLN não terá sido muito diferente da de muitas pessoas que foram atraídas para o projecto de Oliveira Costa pelas perspectivas de valorização do grupo. O banqueiro utilizava os seus conhecimentos para trazer para o grupo accionistas de relevo, quer da área política quer da empresarial. Por isso não é de estranhar que também Cavaco tenha acedido a participar no projecto SLN/BPN, tendo em conta que Oliveira Costa foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de um dos seus governos."

O sublinhado é meu.

Se continuarem a ler esse texto verão que estão expostas na noticia fac-similes das cartas. - cartas estas que deveriam estar na posse do banco, certo? Com anotações de alguém do banco, ao que parece, de venda das acções à SLN Valor, isto é aquisição de acções da SLN pela empresa accionista SLN Valor (que congregava os maiores accionistas da SLN) que por sua vez controlava a SLN entidade que sim, controlava o BPN.

Por isso eu pergunto - sim, se o Manuel Alegre e o outros mentem ou são desonestos daquela forma - que política é esta quando tudo é conhecido, foi manchete de um jornal há mais de seis meses?
Que política é esta quando se usam argumentos sobre documentos da PIDE, bancos que há mais de dois anos foram nacionalizados e estão sobre investigação, etc?
Politica de nojo e nem pensava que Manuel Alegre fosse capaz. Desiludiu-me. Ou iludiu-me. Mas também, apoiado por quem o apoia, se calhar teve maus conselheiros... Percebe-se o comunicado de Cavaco Silva.


Não estava a pensar ir votar a 23 de Janeiro de 2011, dado ser monárquico e por isso ser a eleição que menos me interessa. Mas depois do que tenho lido e ouvido e entendendo que não vale tudo, em especial na forma de se fazer política no país, vou contribuir com o meu voto para a eleição de Cavaco Silva. De preferência à primeira volta, para pouparmos ao país uns milhões de euros de subvenções, custos de mesas de voto e afins.
Porquê?
Por causa desta campanha de merda. Em 30 de Maio de 2009, há mais de um ano e seis meses e depois de algumas insinuações, o Expresso publicou a noticia do "lucro" da acções da SLN (não do banco, não do banco) acções essas que tinham sido compradas em 2001 e vendidas em 2003 (uma acção que nem sequer estava cotada em bolsa). Se lerem a noticia até ao fim e para além de aludir a um comunicado que está no site da Presidência os jornalistas do Expresso, entre os quais Nicolau Santos, podem constatar as seguintes afirmações "Nesse comunicado podia ler-se que Cavaco Silva, no exercício da sua vida profissional, "nunca exerceu qualquer tipo de função no BPN ou em qualquer das suas empresas; nunca recebeu qualquer remuneração do BPN ou de qualquer das suas empresas; nunca comprou ou vendeu nada ao BPN ou a qualquer das suas empresas". Além disso, referiu que nem ele nem a sua mulher contraíram qualquer empréstimo junto do BPN nem devem um único euro a qualquer banco, nacional ou estrangeiro, nem a qualquer outra entidade. Mas sobre ter sido accionista da SLN - que controlava o BPN - nada disse.
O Expresso foi também consultar as declarações de rendimentos de Cavaco Silva. Nelas foi possível verificar que na mesma conta do BPN onde tinha depositadas as acções da SLN, Cavaco tinha, em 2005, €210.634. Com a venda das acções a €2,4 em Novembro de 2003, o PR obteve um encaixe de €252.907,2.Os €2,4 não andavam, ao que o Expresso apurou, muito longe dos valores praticados noutras transacções de acções da SLN naquela altura. O BPN não estava cotado na Bolsa, pelo que a determinação do preço das acções não era feita pelas regras de mercado. Não havia, por isso, um preço de referência para as acções definido oficialmente.A participação de Cavaco na SLN não terá sido muito diferente da de muitas pessoas que foram atraídas para o projecto de Oliveira Costa pelas perspectivas de valorização do grupo. O banqueiro utilizava os seus conhecimentos para trazer para o grupo accionistas de relevo, quer da área política quer da empresarial. Por isso não é de estranhar que também Cavaco tenha acedido a participar no projecto SLN/BPN, tendo em conta que Oliveira Costa foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de um dos seus governos."

O sublinhado é meu.

Se continuarem a ler esse texto verão que estão expostas na noticia fac-similes das cartas. - cartas estas que deveriam estar na posse do banco, certo? Com anotações de alguém do banco, ao que parece, de venda das acções à SLN Valor, isto é aquisição de acções da SLN pela empresa accionista SLN Valor (que congregava os maiores accionistas da SLN) que por sua vez controlava a SLN entidade que sim, controlava o BPN.

Por isso eu pergunto - sim, se o Manuel Alegre e o outros mentem ou são desonestos daquela forma - que política é esta quando tudo é conhecido, foi manchete de um jornal há mais de seis meses?
Que política é esta quando se usam argumentos sobre documentos da PIDE, bancos que há mais de dois anos foram nacionalizados e estão sobre investigação, etc?
Politica de nojo e nem pensava que Manuel Alegre fosse capaz. Desiludiu-me. Ou iludiu-me. Mas também, apoiado por quem o apoia, se calhar teve maus conselheiros... Percebe-se o comunicado de Cavaco Silva.

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