Debaixo dos Arcos: Já tão perto

28-05-2010
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Publicado na edição do dia 18.12.2008 do Diário de Aveiro.Sais MineraisJá tão perto…Aproxima-se a passos largos o final do ano de 2008. Restam apenas duas semanas.Como é mais do que óbvio, por força da calendarização gregoriana, com o avizinhar do final de 2008, regressa mais um ‘novo’ ano.Para além disso, a azáfama da quadra natalícia que, por mais crises anunciadas (ou vividas) ‘obriga’ a um quotidiano completamente alterado e alucinado, vai diluindo a perspectiva cinzenta, para não dizer negra, de um ano de 2009 perfeitamente caótico, recessivo e problemático a nível financeiro e social.Mesmo que em muitas situações a crise seja motivo para posições e opções financeiras e comercias, no mínimo, duvidosas e pouco claras (a crise serve de “capa” e “desresponsabilização”), o que é certo é que ela existe, está presente, é uma realidade e veio para ficar.Pior… o ano de 2009 vai ser, segundo apontam todos os índices, as referências e os “entendidos na matéria”, o ano mais grave.A esta vivência natalícia que vai ‘amolecendo’ o espírito, as emoções e, até mesmo, a razão, acresce a ilusão das medidas que vão sendo adoptadas e anunciadas e que tocam muito directamente os cidadãos e, particularmente, as suas finanças domésticas: a sucessiva baixa da taxa de juro de referência (Euribor) e, por exemplo, o desagravamento do preço dos combustíveis. São, aparentemente, processos de combate à realidade económica mundial, pelo menos a Norte-Americana e a Europeia.Mas será assim?!Na prática, a diminuição do valor da taxa de juro, com repercussões, por exemplo, no crédito à habitação própria (e que alguns peritos em economia e finanças ousam apontar previsões para valores a rondar os 0,00%) será significativa e relevante?!É que as descidas das taxas de juro, por si só, não resolverão a situação (mesmo que tal afirmação pareça algo do género “pobres e mal agradecidos”). Apesar da ‘moeda corrente’, para a maioria dos cidadãos, ser as queixas relacionadas com os encargos financeiros domésticos com as casas, parece que a solução desta crise não passa apenas pelo baixar das taxas de juro.Se é verdade que as mensalidades referentes ao empréstimo à habitação poderão baixar e com algum significado, também não o é menos que o dinheiro ‘aforrado’ (poupança) valerá menos e renderá muito pouco.Por outro lado, se a descida dos preços dos combustíveis e do valor das taxas de juro potenciam alguma sensação de melhoria financeira, nomeadamente a doméstica, é também um facto que assistimos ao agravamento da taxa de desemprego e à diminuição do poder de compra. Ou seja… os juros e as despesas mensais reduzem, mas aumenta a impossibilidade ou a dificuldade em haver dinheiro nas famílias para fazer face a esta certeza da crise e da vida.E nada melhor para ilustrar esta realidade, já muito próxima, do que nos lembrarmos das mais recentes notícias: em 2009 a electricidade sofrerá aumentos na ordem dos 4,9% (o dobro da inflação prevista), o pão, o arroz e as portagens são alguns exemplos da subida do custo de vida. E não se espere que se fique por aqui.Ao sabor da pena… e um Feliz Natal, para todos!


Publicado na edição do dia 18.12.2008 do Diário de Aveiro.Sais MineraisJá tão perto…Aproxima-se a passos largos o final do ano de 2008. Restam apenas duas semanas.Como é mais do que óbvio, por força da calendarização gregoriana, com o avizinhar do final de 2008, regressa mais um ‘novo’ ano.Para além disso, a azáfama da quadra natalícia que, por mais crises anunciadas (ou vividas) ‘obriga’ a um quotidiano completamente alterado e alucinado, vai diluindo a perspectiva cinzenta, para não dizer negra, de um ano de 2009 perfeitamente caótico, recessivo e problemático a nível financeiro e social.Mesmo que em muitas situações a crise seja motivo para posições e opções financeiras e comercias, no mínimo, duvidosas e pouco claras (a crise serve de “capa” e “desresponsabilização”), o que é certo é que ela existe, está presente, é uma realidade e veio para ficar.Pior… o ano de 2009 vai ser, segundo apontam todos os índices, as referências e os “entendidos na matéria”, o ano mais grave.A esta vivência natalícia que vai ‘amolecendo’ o espírito, as emoções e, até mesmo, a razão, acresce a ilusão das medidas que vão sendo adoptadas e anunciadas e que tocam muito directamente os cidadãos e, particularmente, as suas finanças domésticas: a sucessiva baixa da taxa de juro de referência (Euribor) e, por exemplo, o desagravamento do preço dos combustíveis. São, aparentemente, processos de combate à realidade económica mundial, pelo menos a Norte-Americana e a Europeia.Mas será assim?!Na prática, a diminuição do valor da taxa de juro, com repercussões, por exemplo, no crédito à habitação própria (e que alguns peritos em economia e finanças ousam apontar previsões para valores a rondar os 0,00%) será significativa e relevante?!É que as descidas das taxas de juro, por si só, não resolverão a situação (mesmo que tal afirmação pareça algo do género “pobres e mal agradecidos”). Apesar da ‘moeda corrente’, para a maioria dos cidadãos, ser as queixas relacionadas com os encargos financeiros domésticos com as casas, parece que a solução desta crise não passa apenas pelo baixar das taxas de juro.Se é verdade que as mensalidades referentes ao empréstimo à habitação poderão baixar e com algum significado, também não o é menos que o dinheiro ‘aforrado’ (poupança) valerá menos e renderá muito pouco.Por outro lado, se a descida dos preços dos combustíveis e do valor das taxas de juro potenciam alguma sensação de melhoria financeira, nomeadamente a doméstica, é também um facto que assistimos ao agravamento da taxa de desemprego e à diminuição do poder de compra. Ou seja… os juros e as despesas mensais reduzem, mas aumenta a impossibilidade ou a dificuldade em haver dinheiro nas famílias para fazer face a esta certeza da crise e da vida.E nada melhor para ilustrar esta realidade, já muito próxima, do que nos lembrarmos das mais recentes notícias: em 2009 a electricidade sofrerá aumentos na ordem dos 4,9% (o dobro da inflação prevista), o pão, o arroz e as portagens são alguns exemplos da subida do custo de vida. E não se espere que se fique por aqui.Ao sabor da pena… e um Feliz Natal, para todos!

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