DOLO EVENTUAL: Os herdeiros de Santa Joana Princesa

28-05-2010
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Este post sobre o Museu de Aveiro suscitou alguns comentários. Porque é um assunto pelo qual tenho particular interesse, optei por o tratar sob a forma de post em vez de o manter na cave dos comentários. 1. Começo pela simpática Marta: infelizmente vou declinar o teu convite para provar ovos moles em Aveiro. É que, apesar de viver no Porto há cerca de quinze anos, nasci e vivi até aos dezoito anos na zona de Aveiro. É aí que ainda hoje vive a minha numerosa família e onde posso encontrar uma parte significativa dos meus amigos. Creio que não existe um milímetro quadrado da cidade que eu não conheça, incluindo o próprio Museu de Aveiro (essa é a denominação oficial, ver o Instituto Português dos Museus), o qual deverei ter visitado – sem exagero – uma dezena de vezes.Se tenho de ser persistente para encontrar um site de um museu, que é apenas a maior referência patrimonial e cultural da cidade, então algo vai mal. Afinal de contas, não se trata do Santo Graal, pois não? Seja lá como for, não existe um site oficial do dito museu, pelo que devo supor que te referes a alguns sites que, apesar de se referirem ao dito museu, não são da responsabilidade deste ou do Ministério da Cultura. Até no site da Rota da Luz, as notas sobre este Museu, como poderás verificar, são bastante lacónicas, não fazendo justiça à sua importância.«Deixa-me dizer-te que a Universidade dá bastante vida à cidade, daí que os aveirenses tratem os estudantes com muito respeito e carinho. A cidade de Aveiro orgulha-se bastante da sua Universidade». Deixa-me então dizer-te que isto é conversa mole. Nem a Universidade dá vida à cidade e nem a cidade conhece a Universidade. A UA é uma ilha auto-suficiente que poderia estar em qualquer outra cidade ou até no meio do deserto. É certo que a nem toda a culpa será dessa instituição que nasceu à revelia da vontade autárquica e à margem do espírito conservador aveirense. Ainda hoje é um corpo estranho. É claro que sempre me podes provar o contrário, basta-me arranjares alguns exemplos dessa suposta simbiose Aveiro Cidade / Aveiro Universidade, mas não vai ser fácil.2. O sempre diligente João Oliveira, blogger e assessor de imprensa da CMA, apressou-se a apresentar o site www.eraumavezemaveiro.pt (aliás, www.eraumavezemaveiro.com e não .pt) como sendo o site oficial do Museu de Aveiro. Bom, das duas uma: ou o João não visitou o site que sugere (hipótese para a qual me inclino) ou o João não faz a mais pálida ideia do que será um site de um museu. Qualquer um poderá constatar de que se trata de um projecto pedagógico especialmente direccionado para o público infantil e não um site informativo do MA, apesar de este se assumir como entidade gestora do projecto.Quanto à Aveiro Digital, não entendo onde é que o João pretende chegar. Fico a aguardar mais detalhes. Também não entendi o pedido que me foi dirigido para esquecer a velha guerra entre a UA e a cidade. Isso é que dava cá um jeitaço! Mas não, não esqueço.3. Já fora dos comentários, o post teve ainda direito a uma referência da Maria do Rosário Fardilha do excelente Divas & Contrabaixos. Só uma palavra: visitar o site www.eraumavezemaveiro.com pode ser divertido, não duvido. No entanto, tenho as minhas reservas quanto à redução da imagem a uma animação estilizada. Educar não é infantilizar. Mas isso… já são manias minhas.4. A Aveiro desaguam diariamente um número considerável de turistas e de visitantes via IP5, uma das principais vias de entrada no país. Como sempre, fazemos o possível para os ignorar e para esconder as nossas preciosidades. Ou pura e simplesmente não acreditamos que elas existam e que os museus apenas sirvam para entreter a canalha da escola. Façam a experiência ao contrário, subam o IP5 e fiquem pela primeira cidade espanhola que vos aparecer à frente: Salamanca. Esta possui um portal do turismo em quatro línguas e vejam este caso de um bem modesto museu: http://www.museocasalis.org.5. Santa Joana Princesa escolheu Aveiro porque procurava isolar-se do mundo. É justo e apropriado que a cidade a tenha escolhido por padroeira. Etiquetas: Aveiro, Cultura

Este post sobre o Museu de Aveiro suscitou alguns comentários. Porque é um assunto pelo qual tenho particular interesse, optei por o tratar sob a forma de post em vez de o manter na cave dos comentários. 1. Começo pela simpática Marta: infelizmente vou declinar o teu convite para provar ovos moles em Aveiro. É que, apesar de viver no Porto há cerca de quinze anos, nasci e vivi até aos dezoito anos na zona de Aveiro. É aí que ainda hoje vive a minha numerosa família e onde posso encontrar uma parte significativa dos meus amigos. Creio que não existe um milímetro quadrado da cidade que eu não conheça, incluindo o próprio Museu de Aveiro (essa é a denominação oficial, ver o Instituto Português dos Museus), o qual deverei ter visitado – sem exagero – uma dezena de vezes.Se tenho de ser persistente para encontrar um site de um museu, que é apenas a maior referência patrimonial e cultural da cidade, então algo vai mal. Afinal de contas, não se trata do Santo Graal, pois não? Seja lá como for, não existe um site oficial do dito museu, pelo que devo supor que te referes a alguns sites que, apesar de se referirem ao dito museu, não são da responsabilidade deste ou do Ministério da Cultura. Até no site da Rota da Luz, as notas sobre este Museu, como poderás verificar, são bastante lacónicas, não fazendo justiça à sua importância.«Deixa-me dizer-te que a Universidade dá bastante vida à cidade, daí que os aveirenses tratem os estudantes com muito respeito e carinho. A cidade de Aveiro orgulha-se bastante da sua Universidade». Deixa-me então dizer-te que isto é conversa mole. Nem a Universidade dá vida à cidade e nem a cidade conhece a Universidade. A UA é uma ilha auto-suficiente que poderia estar em qualquer outra cidade ou até no meio do deserto. É certo que a nem toda a culpa será dessa instituição que nasceu à revelia da vontade autárquica e à margem do espírito conservador aveirense. Ainda hoje é um corpo estranho. É claro que sempre me podes provar o contrário, basta-me arranjares alguns exemplos dessa suposta simbiose Aveiro Cidade / Aveiro Universidade, mas não vai ser fácil.2. O sempre diligente João Oliveira, blogger e assessor de imprensa da CMA, apressou-se a apresentar o site www.eraumavezemaveiro.pt (aliás, www.eraumavezemaveiro.com e não .pt) como sendo o site oficial do Museu de Aveiro. Bom, das duas uma: ou o João não visitou o site que sugere (hipótese para a qual me inclino) ou o João não faz a mais pálida ideia do que será um site de um museu. Qualquer um poderá constatar de que se trata de um projecto pedagógico especialmente direccionado para o público infantil e não um site informativo do MA, apesar de este se assumir como entidade gestora do projecto.Quanto à Aveiro Digital, não entendo onde é que o João pretende chegar. Fico a aguardar mais detalhes. Também não entendi o pedido que me foi dirigido para esquecer a velha guerra entre a UA e a cidade. Isso é que dava cá um jeitaço! Mas não, não esqueço.3. Já fora dos comentários, o post teve ainda direito a uma referência da Maria do Rosário Fardilha do excelente Divas & Contrabaixos. Só uma palavra: visitar o site www.eraumavezemaveiro.com pode ser divertido, não duvido. No entanto, tenho as minhas reservas quanto à redução da imagem a uma animação estilizada. Educar não é infantilizar. Mas isso… já são manias minhas.4. A Aveiro desaguam diariamente um número considerável de turistas e de visitantes via IP5, uma das principais vias de entrada no país. Como sempre, fazemos o possível para os ignorar e para esconder as nossas preciosidades. Ou pura e simplesmente não acreditamos que elas existam e que os museus apenas sirvam para entreter a canalha da escola. Façam a experiência ao contrário, subam o IP5 e fiquem pela primeira cidade espanhola que vos aparecer à frente: Salamanca. Esta possui um portal do turismo em quatro línguas e vejam este caso de um bem modesto museu: http://www.museocasalis.org.5. Santa Joana Princesa escolheu Aveiro porque procurava isolar-se do mundo. É justo e apropriado que a cidade a tenha escolhido por padroeira. Etiquetas: Aveiro, Cultura

Este post sobre o Museu de Aveiro suscitou alguns comentários. Porque é um assunto pelo qual tenho particular interesse, optei por o tratar sob a forma de post em vez de o manter na cave dos comentários. 1. Começo pela simpática Marta: infelizmente vou declinar o teu convite para provar ovos moles em Aveiro. É que, apesar de viver no Porto há cerca de quinze anos, nasci e vivi até aos dezoito anos na zona de Aveiro. É aí que ainda hoje vive a minha numerosa família e onde posso encontrar uma parte significativa dos meus amigos. Creio que não existe um milímetro quadrado da cidade que eu não conheça, incluindo o próprio Museu de Aveiro (essa é a denominação oficial, ver o Instituto Português dos Museus), o qual deverei ter visitado – sem exagero – uma dezena de vezes.Se tenho de ser persistente para encontrar um site de um museu, que é apenas a maior referência patrimonial e cultural da cidade, então algo vai mal. Afinal de contas, não se trata do Santo Graal, pois não? Seja lá como for, não existe um site oficial do dito museu, pelo que devo supor que te referes a alguns sites que, apesar de se referirem ao dito museu, não são da responsabilidade deste ou do Ministério da Cultura. Até no site da Rota da Luz, as notas sobre este Museu, como poderás verificar, são bastante lacónicas, não fazendo justiça à sua importância.«Deixa-me dizer-te que a Universidade dá bastante vida à cidade, daí que os aveirenses tratem os estudantes com muito respeito e carinho. A cidade de Aveiro orgulha-se bastante da sua Universidade». Deixa-me então dizer-te que isto é conversa mole. Nem a Universidade dá vida à cidade e nem a cidade conhece a Universidade. A UA é uma ilha auto-suficiente que poderia estar em qualquer outra cidade ou até no meio do deserto. É certo que a nem toda a culpa será dessa instituição que nasceu à revelia da vontade autárquica e à margem do espírito conservador aveirense. Ainda hoje é um corpo estranho. É claro que sempre me podes provar o contrário, basta-me arranjares alguns exemplos dessa suposta simbiose Aveiro Cidade / Aveiro Universidade, mas não vai ser fácil.2. O sempre diligente João Oliveira, blogger e assessor de imprensa da CMA, apressou-se a apresentar o site www.eraumavezemaveiro.pt (aliás, www.eraumavezemaveiro.com e não .pt) como sendo o site oficial do Museu de Aveiro. Bom, das duas uma: ou o João não visitou o site que sugere (hipótese para a qual me inclino) ou o João não faz a mais pálida ideia do que será um site de um museu. Qualquer um poderá constatar de que se trata de um projecto pedagógico especialmente direccionado para o público infantil e não um site informativo do MA, apesar de este se assumir como entidade gestora do projecto.Quanto à Aveiro Digital, não entendo onde é que o João pretende chegar. Fico a aguardar mais detalhes. Também não entendi o pedido que me foi dirigido para esquecer a velha guerra entre a UA e a cidade. Isso é que dava cá um jeitaço! Mas não, não esqueço.3. Já fora dos comentários, o post teve ainda direito a uma referência da Maria do Rosário Fardilha do excelente Divas & Contrabaixos. Só uma palavra: visitar o site www.eraumavezemaveiro.com pode ser divertido, não duvido. No entanto, tenho as minhas reservas quanto à redução da imagem a uma animação estilizada. Educar não é infantilizar. Mas isso… já são manias minhas.4. A Aveiro desaguam diariamente um número considerável de turistas e de visitantes via IP5, uma das principais vias de entrada no país. Como sempre, fazemos o possível para os ignorar e para esconder as nossas preciosidades. Ou pura e simplesmente não acreditamos que elas existam e que os museus apenas sirvam para entreter a canalha da escola. Façam a experiência ao contrário, subam o IP5 e fiquem pela primeira cidade espanhola que vos aparecer à frente: Salamanca. Esta possui um portal do turismo em quatro línguas e vejam este caso de um bem modesto museu: http://www.museocasalis.org.5. Santa Joana Princesa escolheu Aveiro porque procurava isolar-se do mundo. É justo e apropriado que a cidade a tenha escolhido por padroeira. Etiquetas: Aveiro, Cultura

Este post sobre o Museu de Aveiro suscitou alguns comentários. Porque é um assunto pelo qual tenho particular interesse, optei por o tratar sob a forma de post em vez de o manter na cave dos comentários. 1. Começo pela simpática Marta: infelizmente vou declinar o teu convite para provar ovos moles em Aveiro. É que, apesar de viver no Porto há cerca de quinze anos, nasci e vivi até aos dezoito anos na zona de Aveiro. É aí que ainda hoje vive a minha numerosa família e onde posso encontrar uma parte significativa dos meus amigos. Creio que não existe um milímetro quadrado da cidade que eu não conheça, incluindo o próprio Museu de Aveiro (essa é a denominação oficial, ver o Instituto Português dos Museus), o qual deverei ter visitado – sem exagero – uma dezena de vezes.Se tenho de ser persistente para encontrar um site de um museu, que é apenas a maior referência patrimonial e cultural da cidade, então algo vai mal. Afinal de contas, não se trata do Santo Graal, pois não? Seja lá como for, não existe um site oficial do dito museu, pelo que devo supor que te referes a alguns sites que, apesar de se referirem ao dito museu, não são da responsabilidade deste ou do Ministério da Cultura. Até no site da Rota da Luz, as notas sobre este Museu, como poderás verificar, são bastante lacónicas, não fazendo justiça à sua importância.«Deixa-me dizer-te que a Universidade dá bastante vida à cidade, daí que os aveirenses tratem os estudantes com muito respeito e carinho. A cidade de Aveiro orgulha-se bastante da sua Universidade». Deixa-me então dizer-te que isto é conversa mole. Nem a Universidade dá vida à cidade e nem a cidade conhece a Universidade. A UA é uma ilha auto-suficiente que poderia estar em qualquer outra cidade ou até no meio do deserto. É certo que a nem toda a culpa será dessa instituição que nasceu à revelia da vontade autárquica e à margem do espírito conservador aveirense. Ainda hoje é um corpo estranho. É claro que sempre me podes provar o contrário, basta-me arranjares alguns exemplos dessa suposta simbiose Aveiro Cidade / Aveiro Universidade, mas não vai ser fácil.2. O sempre diligente João Oliveira, blogger e assessor de imprensa da CMA, apressou-se a apresentar o site www.eraumavezemaveiro.pt (aliás, www.eraumavezemaveiro.com e não .pt) como sendo o site oficial do Museu de Aveiro. Bom, das duas uma: ou o João não visitou o site que sugere (hipótese para a qual me inclino) ou o João não faz a mais pálida ideia do que será um site de um museu. Qualquer um poderá constatar de que se trata de um projecto pedagógico especialmente direccionado para o público infantil e não um site informativo do MA, apesar de este se assumir como entidade gestora do projecto.Quanto à Aveiro Digital, não entendo onde é que o João pretende chegar. Fico a aguardar mais detalhes. Também não entendi o pedido que me foi dirigido para esquecer a velha guerra entre a UA e a cidade. Isso é que dava cá um jeitaço! Mas não, não esqueço.3. Já fora dos comentários, o post teve ainda direito a uma referência da Maria do Rosário Fardilha do excelente Divas & Contrabaixos. Só uma palavra: visitar o site www.eraumavezemaveiro.com pode ser divertido, não duvido. No entanto, tenho as minhas reservas quanto à redução da imagem a uma animação estilizada. Educar não é infantilizar. Mas isso… já são manias minhas.4. A Aveiro desaguam diariamente um número considerável de turistas e de visitantes via IP5, uma das principais vias de entrada no país. Como sempre, fazemos o possível para os ignorar e para esconder as nossas preciosidades. Ou pura e simplesmente não acreditamos que elas existam e que os museus apenas sirvam para entreter a canalha da escola. Façam a experiência ao contrário, subam o IP5 e fiquem pela primeira cidade espanhola que vos aparecer à frente: Salamanca. Esta possui um portal do turismo em quatro línguas e vejam este caso de um bem modesto museu: http://www.museocasalis.org.5. Santa Joana Princesa escolheu Aveiro porque procurava isolar-se do mundo. É justo e apropriado que a cidade a tenha escolhido por padroeira. Etiquetas: Aveiro, Cultura

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