Barreto Xavier acusa Canavilhas de "dificultar" acção da DGA

13-07-2010
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O ex-director-geral das Artes, Jorge Barreto Xavier, decidiu refutar o comunicado do Ministério da Cultura (MC), que, além de manifestar "grande satisfação" pelo seu pedido de demissão, ainda o responsabilizava pelos "sucessivos atrasos nos concursos" e por ter construído uma "barreira entre o gabinete da ministra e os agentes culturais". Numa nota enviada à Lusa, anteontem à noite, Barreto Xavier acusa a ministra, Gabriela Canavilhas, de "dificultar e atrasar" a actividade da Direcção-Geral das Artes (DGA) ao longo deste ano.

Apesar de não sustentar explicitamente a crítica, nota que "alertou", de forma insistente, "para as consequências das opções políticas em curso" e que chegou mesmo a apresentar "propostas de redução das actividades da DGA sem, todavia, tocar nos compromissos exigidos". "Considero que as necessidades de contenção devem ser pensadas em relação ao presente e ao futuro numa óptica de poupança, mas não de destruição do tecido cultural", escreveu Barreto Xavier, questionando ainda: "Se o Estado não cumpre os compromissos assumidos com terceiros, como exigir o mesmo ao sector privado? E como garantir, no futuro, que qualquer entidade assuma que compromissos com agentes culturais não venham depois a dar o dito por não dito invocando, nomeadamente, o exemplo do Estado?".

A questão sobre se o MC vai ou não cumprir os projectos já contratualizados foi colocada directamente a Canavilhas pelas bancadas do Bloco de Esquerda e do PCP, na passada quarta-feira, no Parlamento. Os deputados ficaram sem resposta.

Durante a discussão, João Oliveira, do PCP, acusou o MC de avançar com "cortes cegos", inviabilizando projectos, e de descurar a ameaça de desemprego no sector. Oliveira frisou ainda que os cortes orçamentais nesta área não terão efeitos substanciais na redução do défice público.

Estes e outros temas serão debatidos esta tarde numa sessão pública organizada pelo PCP na Sociedade Guilherme Cossoul, em Lisboa, a partir das 17h00, com a participação dos deputados João Oliveira e António Filipe. Dois dias antes da audição de Canavilhas no Parlamento, na quarta-feira, os comunistas querem avaliar a situação orçamental da Cultura e ouvir os profissionais do sector.

O ex-director-geral das Artes, Jorge Barreto Xavier, decidiu refutar o comunicado do Ministério da Cultura (MC), que, além de manifestar "grande satisfação" pelo seu pedido de demissão, ainda o responsabilizava pelos "sucessivos atrasos nos concursos" e por ter construído uma "barreira entre o gabinete da ministra e os agentes culturais". Numa nota enviada à Lusa, anteontem à noite, Barreto Xavier acusa a ministra, Gabriela Canavilhas, de "dificultar e atrasar" a actividade da Direcção-Geral das Artes (DGA) ao longo deste ano.

Apesar de não sustentar explicitamente a crítica, nota que "alertou", de forma insistente, "para as consequências das opções políticas em curso" e que chegou mesmo a apresentar "propostas de redução das actividades da DGA sem, todavia, tocar nos compromissos exigidos". "Considero que as necessidades de contenção devem ser pensadas em relação ao presente e ao futuro numa óptica de poupança, mas não de destruição do tecido cultural", escreveu Barreto Xavier, questionando ainda: "Se o Estado não cumpre os compromissos assumidos com terceiros, como exigir o mesmo ao sector privado? E como garantir, no futuro, que qualquer entidade assuma que compromissos com agentes culturais não venham depois a dar o dito por não dito invocando, nomeadamente, o exemplo do Estado?".

A questão sobre se o MC vai ou não cumprir os projectos já contratualizados foi colocada directamente a Canavilhas pelas bancadas do Bloco de Esquerda e do PCP, na passada quarta-feira, no Parlamento. Os deputados ficaram sem resposta.

Durante a discussão, João Oliveira, do PCP, acusou o MC de avançar com "cortes cegos", inviabilizando projectos, e de descurar a ameaça de desemprego no sector. Oliveira frisou ainda que os cortes orçamentais nesta área não terão efeitos substanciais na redução do défice público.

Estes e outros temas serão debatidos esta tarde numa sessão pública organizada pelo PCP na Sociedade Guilherme Cossoul, em Lisboa, a partir das 17h00, com a participação dos deputados João Oliveira e António Filipe. Dois dias antes da audição de Canavilhas no Parlamento, na quarta-feira, os comunistas querem avaliar a situação orçamental da Cultura e ouvir os profissionais do sector.

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