PÁTRIA ALMA : PSP SEM MEIOS PARA VIGIAR COIMBRA

03-08-2010
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Os carros bonitos são para os supervisores fazerem policiamento de proximidade, diz fonteda PSP, ao frisar que há falta de pessoal para o serviço de dia, quanto mais para o da noiteSempre que as férias de Verão chegam, as queixas relacionadas com a falta de segurança e a insuficiência de policiamento em Coimbra são apontadas como factores contribuidores para os assaltos registados um pouco por toda a cidade, embora com particular incidência para a zona da Baixa, há muito tempo identificada como um dos espaços mais “visitados pelos amigos do alheio”.Nas madrugadas de domingo e segunda-feira, a loja Jorge Mendes, na Praça do Comércio, e o café Angola, no Largo dos Ameias, junto à Estação Nova, respectivamente, foram assaltadas. Mais dois furtos na Baixa, com recurso à mesma forma de actuar. Durante a noite, os larápios lançaram uma pedra contra os vidros das lojas e já está. Com “livre acesso” ao interior, furtaram o que “estava à mão de semear” e seguiram, sem incómodos, para onde quiseram.Durante a semana passada, outros assaltos foram concretizados na Praça do Comércio. Segundo a contabilidade dos comerciantes, além dos dois já referidos, «aconteceram, pelo menos, mais quatro assaltos». Os lojistas criticam a polícia por esta não conseguir controlar a situação, assim como ficam insatisfeitos com a resposta da Polícia de Segurança Pública (PSP). «Falei com a polícia e eles disseram-me. “Somos quatro polícias para a cidade toda, não podemos fazer nada”», contou Miguel Mendes.“Reformou-se muitagente e não foi reposta”O Diário de Coimbra procurou apurar junto da Direcção Nacional e do Comando Distrital de Coimbra da PSP se a insatisfação tinha, ou não, razão de ser. Contudo, ambas as entidades solicitaram o envio de e-mail com as questões para as quais queríamos respostas. Até à hora de fecho desta edição, os esclarecimentos pedidos via e-mail não foram obtidos.Apesar dos lesados nos assaltos serem os primeiros a mostrarem-se contra a (não) actuação das autoridades, a verdade é que os sindicatos já se manifestaram, há muito tempo, sobre os problemas que afectam a classe, nomeadamente no que diz respeito à falta de recursos humanos e materiais. Contactado pelo Diário de Coimbra, João Oliveira, dirigente nacional da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP)/PSP, “bateu” no que vai mal na polícia, concretamente em Coimbra.«Estamos com grande dificuldade de pessoal para trabalhar durante a noite, mas, também, durante o dia. Na altura das férias, o problema é mais grave. É todos os anos a mesma coisa», avançou João Oliveira, antes de sublinhar que, «no último ano, reformou-se muita gente e não foi reposta». Confrontado com o facto de, nalgumas ocasiões, ficar apenas um agente na esquadra durante a noite, Oliveira foi peremptório: «Ter só um agente não é verdade».“Para fazerem o expedientenão podem andar na rua”O agente da 2.a Esquadra da PSP, que fica junto à Câmara Municipal de Coimbra, acentuou que, além da «grande falta efectiva de agentes», o Comando Distrital tem «falta de meios materiais». «O pessoal vai às ocorrências, é obrigado a parar porque tem de fazer o expediente e, durante esse tempo, não pode andar na rua a fazer o patrulhamento. Os agentes têm horários de serviço para cumprir. Hoje em dia, não há patrulhamento, porque o carro não chega para as encomendas», acrescentou.O dirigente sindical confirmou que «chegou a haver um carro para o patrulhamento da cidade toda», mas, sublinhou, «por acaso, não houve nada a registar». Confrontado com a unicidade automóvel, João Oliveira deu conta que, «na Baixa, há dois carros quando há, e temos um carro no Comando na Elísio de Moura». Quanto aos restantes carros da PSP que os cidadãos vêem circular pela cidade, o agente da 2.a esquadra esclareceu: «Os carros bonitos são para os supervisores andarem pela cidade a fazer policiamento de proximidade e as viaturas do trânsito são só para multar».Segundo João Oliveira, «houve, agora, uma reunião com o comandante que disse que ia tentar resolver os problemas», entre os quais o estado dos actuais carros usados no patrulhamento. «Estão em muito mau estado. Os carros estão todos velhos, não oferecem qualquer segurança e obrigam a mil e um cuidados», assumiu o dirigente sindical, antes de voltar a criticar: «Os agentes têm de andar devagar e ter cuidado para não bater, pois se tiverem a mínima culpa têm de pagar os consertos». As queixas feitas pela ASPP/ /PSP são comungadas por muitos efectivos, embora, por razões óbvias, optem por não serem citados.Polícias dizem ser“impossível fazer mais”São dois casos que o Diário de Coimbra teve conhecimento, mas que permitem perceber a efectiva falta de recursos humanos no Comando Distrital de Coimbra da PSP. Há uns dias, um carro foi furtado numa rua da cidade. Os lesados deslocaram-se a uma esquadra da PSP para apresentarem queixa e eis que foram sujeitos aos desabafos do agente de serviço: «Estou aqui sozinho, sujeito a tudo, tenho mulher e filhos em casa». Situações que se repetem muitas vezes, com os agentes a deixarem claro que, face à falta de recursos, «é impossível fazer mais». Noutro caso, um acidente de trânsito levou «muito tempo» até que as autoridades chegassem ao local e quando chegaram «foi a despachar», pois tinham outra ocorrência para resolver.FONTEEtiquetas: Coimbra, Criminalidade, PSP

Os carros bonitos são para os supervisores fazerem policiamento de proximidade, diz fonteda PSP, ao frisar que há falta de pessoal para o serviço de dia, quanto mais para o da noiteSempre que as férias de Verão chegam, as queixas relacionadas com a falta de segurança e a insuficiência de policiamento em Coimbra são apontadas como factores contribuidores para os assaltos registados um pouco por toda a cidade, embora com particular incidência para a zona da Baixa, há muito tempo identificada como um dos espaços mais “visitados pelos amigos do alheio”.Nas madrugadas de domingo e segunda-feira, a loja Jorge Mendes, na Praça do Comércio, e o café Angola, no Largo dos Ameias, junto à Estação Nova, respectivamente, foram assaltadas. Mais dois furtos na Baixa, com recurso à mesma forma de actuar. Durante a noite, os larápios lançaram uma pedra contra os vidros das lojas e já está. Com “livre acesso” ao interior, furtaram o que “estava à mão de semear” e seguiram, sem incómodos, para onde quiseram.Durante a semana passada, outros assaltos foram concretizados na Praça do Comércio. Segundo a contabilidade dos comerciantes, além dos dois já referidos, «aconteceram, pelo menos, mais quatro assaltos». Os lojistas criticam a polícia por esta não conseguir controlar a situação, assim como ficam insatisfeitos com a resposta da Polícia de Segurança Pública (PSP). «Falei com a polícia e eles disseram-me. “Somos quatro polícias para a cidade toda, não podemos fazer nada”», contou Miguel Mendes.“Reformou-se muitagente e não foi reposta”O Diário de Coimbra procurou apurar junto da Direcção Nacional e do Comando Distrital de Coimbra da PSP se a insatisfação tinha, ou não, razão de ser. Contudo, ambas as entidades solicitaram o envio de e-mail com as questões para as quais queríamos respostas. Até à hora de fecho desta edição, os esclarecimentos pedidos via e-mail não foram obtidos.Apesar dos lesados nos assaltos serem os primeiros a mostrarem-se contra a (não) actuação das autoridades, a verdade é que os sindicatos já se manifestaram, há muito tempo, sobre os problemas que afectam a classe, nomeadamente no que diz respeito à falta de recursos humanos e materiais. Contactado pelo Diário de Coimbra, João Oliveira, dirigente nacional da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP)/PSP, “bateu” no que vai mal na polícia, concretamente em Coimbra.«Estamos com grande dificuldade de pessoal para trabalhar durante a noite, mas, também, durante o dia. Na altura das férias, o problema é mais grave. É todos os anos a mesma coisa», avançou João Oliveira, antes de sublinhar que, «no último ano, reformou-se muita gente e não foi reposta». Confrontado com o facto de, nalgumas ocasiões, ficar apenas um agente na esquadra durante a noite, Oliveira foi peremptório: «Ter só um agente não é verdade».“Para fazerem o expedientenão podem andar na rua”O agente da 2.a Esquadra da PSP, que fica junto à Câmara Municipal de Coimbra, acentuou que, além da «grande falta efectiva de agentes», o Comando Distrital tem «falta de meios materiais». «O pessoal vai às ocorrências, é obrigado a parar porque tem de fazer o expediente e, durante esse tempo, não pode andar na rua a fazer o patrulhamento. Os agentes têm horários de serviço para cumprir. Hoje em dia, não há patrulhamento, porque o carro não chega para as encomendas», acrescentou.O dirigente sindical confirmou que «chegou a haver um carro para o patrulhamento da cidade toda», mas, sublinhou, «por acaso, não houve nada a registar». Confrontado com a unicidade automóvel, João Oliveira deu conta que, «na Baixa, há dois carros quando há, e temos um carro no Comando na Elísio de Moura». Quanto aos restantes carros da PSP que os cidadãos vêem circular pela cidade, o agente da 2.a esquadra esclareceu: «Os carros bonitos são para os supervisores andarem pela cidade a fazer policiamento de proximidade e as viaturas do trânsito são só para multar».Segundo João Oliveira, «houve, agora, uma reunião com o comandante que disse que ia tentar resolver os problemas», entre os quais o estado dos actuais carros usados no patrulhamento. «Estão em muito mau estado. Os carros estão todos velhos, não oferecem qualquer segurança e obrigam a mil e um cuidados», assumiu o dirigente sindical, antes de voltar a criticar: «Os agentes têm de andar devagar e ter cuidado para não bater, pois se tiverem a mínima culpa têm de pagar os consertos». As queixas feitas pela ASPP/ /PSP são comungadas por muitos efectivos, embora, por razões óbvias, optem por não serem citados.Polícias dizem ser“impossível fazer mais”São dois casos que o Diário de Coimbra teve conhecimento, mas que permitem perceber a efectiva falta de recursos humanos no Comando Distrital de Coimbra da PSP. Há uns dias, um carro foi furtado numa rua da cidade. Os lesados deslocaram-se a uma esquadra da PSP para apresentarem queixa e eis que foram sujeitos aos desabafos do agente de serviço: «Estou aqui sozinho, sujeito a tudo, tenho mulher e filhos em casa». Situações que se repetem muitas vezes, com os agentes a deixarem claro que, face à falta de recursos, «é impossível fazer mais». Noutro caso, um acidente de trânsito levou «muito tempo» até que as autoridades chegassem ao local e quando chegaram «foi a despachar», pois tinham outra ocorrência para resolver.FONTEEtiquetas: Coimbra, Criminalidade, PSP

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