PALAVROSSAVRVS REX: VOTAR É DE VIDA OU DE MORTE

04-08-2010
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O eleitorado português pode ter mil e uma razões para deixar de votar. Considerar que é inútil. Achar que nada muda. Que o indivíduo sai sempre tragado na voragem das mesmíssimas políticas extorsionárias e exploratórias actualmente em vigor sem dó nem piedade sobre o cidadão e contribuinte. Não há, porém, atitude mais perigosa que deixar a outros, canina e politicamente fidelizados, um nível de escolha que é de todos e nos compete nunca deixar omissa, nem sabotada, nem irrelevante. Foi assim que, na Alemanha, um eleitorado seduzido, inexperiente e vulnerável se deixou arrastar por Hitler que chegou ao poder mediante eleições minimamente livres para se converter depois na consabido ditador sanguinário. E foi assim que nos últimos quatro anos e meio, devido à desilusão com um Governo cheio de precalços e inconsistências, o eleitorado se atirou de cabeça para o Messianismo flanado por Sócrates, o qual, uma vez Poder, se deslumbrou consigo mesmo e se esforçou por messianizar a própria figura. Espada do défice domado. Capa de inflexibilidade perante protestos e contestação. Milagre das rosas ou multiplicação dos pães de a bota do Real não bater com a perdigota da Fantasia. Pois bem, votar é criar. É recriar equilíbrios, atribuir responsabilidades, criar expectativas. Tudo isto gera-se no dinamismo do voto. Se é verdade que PS e PSD capturaram as votações que permitiram o Poder alternante desde há 35 anos, hoje compreende-se que foram governações falhas de estratégia, repletas de corrupção, incúria e vícios clientelares altamente danosos para os efeitos e caminhos pretendidos. Deles provém o falhanço quanto a um tipo de crescimento e de enriquecimento que se detecta nas demais sociedades europeias. Deles provém igualmente o desgaste clamoroso no conceito de bem comum que passou a incomum, demasiado privado ou privativo para se reflectir nas gentes. Deles provém a consolidação de uma assimetria impensável na Revolução de Abril, com o favorecimento deliberado de um conjunto de interesses na maior parte dos casos completamente alheios ao interesse nacional e aliás sem qualquer reflexo nele nos planos Fiscal ou da geração de Emprego, tratando-se de estruturas produtivas ou financeiras plenamente automatizadas sem alma e sem escopo social. Dir-se-ia que explorar o Povo Português está estatuído e os oligopólios fazem-no sem censura nem autocensura. Servir o Povo Português com zelo e qualidade não está estatuído. Criar-lhe emprego não está estatuído nem enriquecer e homogeneizar a sociedade de um modo criativo e dinâmico. Por isso é hora de, fortalecendo o CDS-PP, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, criar todas as condições para que as melhores ideias beneficiem o País por serem fruto de negociação amadurecida e partilhada o mais transversal possível no Parlamento e na Sociedade em interacção viva com os Órgãos de Soberania em vez de resultarem do voluntarismo primitivo de um Líder pseudo-iluminado, armado em péssimo neo-Marquês de Pombal, apoiado por um bando de imberbes e amedrontados deputados sem espinha dorsal e infelizmente sem patriotismo dada a alienação partidaresca. Os governos minoritários não devem ser temidos. São possíveis. São mais eficientes e frugais. São mais humildes e mais éticos. Ao mesmo tempo é preciso fazer com que os interesses partidários sanguessugas de esse Bloco de Centro passem à história e tudo se escrutine na Administração a fim de evitar os abusos clientelares passados e ainda presentes. Importa que a relação crispada entre PS e PSD nada mais evoque que uma fase infantil passada. Portugal só ganhará se a falsa dicotomia entre PS e PSD não se prolongar por ser estéril. Deve existir uma plataforma estratégica comum que não oscile em função de quem é Poder. Antes de tudo, já a 27 de Setembro, é preciso curar Portugal das feridas originadas por um PS ávido de colonizar a Administração Pública e tentaculizar toda a espécie de hierarquia subvertendo o pluralismo e a isenção dos cargos; PS rolo compressor das liberdades e direitos de quem se lhe opõe. Há milhares de feridas a curar e um país inteiro por reconciliar consigo mesmo após a Tempestade Rafeira a que o submeteram: «Um em cada três eleitores portugueses não votou nas europeias por falta de confiança ou insatisfação quanto à política (28 por cento), revela o primeiro Eurobarómetro realizado após as eleições de 7 de Junho.»


O eleitorado português pode ter mil e uma razões para deixar de votar. Considerar que é inútil. Achar que nada muda. Que o indivíduo sai sempre tragado na voragem das mesmíssimas políticas extorsionárias e exploratórias actualmente em vigor sem dó nem piedade sobre o cidadão e contribuinte. Não há, porém, atitude mais perigosa que deixar a outros, canina e politicamente fidelizados, um nível de escolha que é de todos e nos compete nunca deixar omissa, nem sabotada, nem irrelevante. Foi assim que, na Alemanha, um eleitorado seduzido, inexperiente e vulnerável se deixou arrastar por Hitler que chegou ao poder mediante eleições minimamente livres para se converter depois na consabido ditador sanguinário. E foi assim que nos últimos quatro anos e meio, devido à desilusão com um Governo cheio de precalços e inconsistências, o eleitorado se atirou de cabeça para o Messianismo flanado por Sócrates, o qual, uma vez Poder, se deslumbrou consigo mesmo e se esforçou por messianizar a própria figura. Espada do défice domado. Capa de inflexibilidade perante protestos e contestação. Milagre das rosas ou multiplicação dos pães de a bota do Real não bater com a perdigota da Fantasia. Pois bem, votar é criar. É recriar equilíbrios, atribuir responsabilidades, criar expectativas. Tudo isto gera-se no dinamismo do voto. Se é verdade que PS e PSD capturaram as votações que permitiram o Poder alternante desde há 35 anos, hoje compreende-se que foram governações falhas de estratégia, repletas de corrupção, incúria e vícios clientelares altamente danosos para os efeitos e caminhos pretendidos. Deles provém o falhanço quanto a um tipo de crescimento e de enriquecimento que se detecta nas demais sociedades europeias. Deles provém igualmente o desgaste clamoroso no conceito de bem comum que passou a incomum, demasiado privado ou privativo para se reflectir nas gentes. Deles provém a consolidação de uma assimetria impensável na Revolução de Abril, com o favorecimento deliberado de um conjunto de interesses na maior parte dos casos completamente alheios ao interesse nacional e aliás sem qualquer reflexo nele nos planos Fiscal ou da geração de Emprego, tratando-se de estruturas produtivas ou financeiras plenamente automatizadas sem alma e sem escopo social. Dir-se-ia que explorar o Povo Português está estatuído e os oligopólios fazem-no sem censura nem autocensura. Servir o Povo Português com zelo e qualidade não está estatuído. Criar-lhe emprego não está estatuído nem enriquecer e homogeneizar a sociedade de um modo criativo e dinâmico. Por isso é hora de, fortalecendo o CDS-PP, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, criar todas as condições para que as melhores ideias beneficiem o País por serem fruto de negociação amadurecida e partilhada o mais transversal possível no Parlamento e na Sociedade em interacção viva com os Órgãos de Soberania em vez de resultarem do voluntarismo primitivo de um Líder pseudo-iluminado, armado em péssimo neo-Marquês de Pombal, apoiado por um bando de imberbes e amedrontados deputados sem espinha dorsal e infelizmente sem patriotismo dada a alienação partidaresca. Os governos minoritários não devem ser temidos. São possíveis. São mais eficientes e frugais. São mais humildes e mais éticos. Ao mesmo tempo é preciso fazer com que os interesses partidários sanguessugas de esse Bloco de Centro passem à história e tudo se escrutine na Administração a fim de evitar os abusos clientelares passados e ainda presentes. Importa que a relação crispada entre PS e PSD nada mais evoque que uma fase infantil passada. Portugal só ganhará se a falsa dicotomia entre PS e PSD não se prolongar por ser estéril. Deve existir uma plataforma estratégica comum que não oscile em função de quem é Poder. Antes de tudo, já a 27 de Setembro, é preciso curar Portugal das feridas originadas por um PS ávido de colonizar a Administração Pública e tentaculizar toda a espécie de hierarquia subvertendo o pluralismo e a isenção dos cargos; PS rolo compressor das liberdades e direitos de quem se lhe opõe. Há milhares de feridas a curar e um país inteiro por reconciliar consigo mesmo após a Tempestade Rafeira a que o submeteram: «Um em cada três eleitores portugueses não votou nas europeias por falta de confiança ou insatisfação quanto à política (28 por cento), revela o primeiro Eurobarómetro realizado após as eleições de 7 de Junho.»

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