portugal dos pequeninos: AS PRATELEIRAS DA IGNORÂNCIA

31-05-2010
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«Há uma insistência em classificar Alice in Wonderland como "literatura infantil" ou "literatura infanto-juvenil". Por mais graça que uma criança ache ao Coelho, ao Humpty Dumpty ou mesmo ao Gato de Cheshire (ou a qualquer outra personagem), não alcança o significado da complexa narrativa non-sense de Carroll. Aliás, nem estou certo de que non-sense seja um termo correcto neste caso. Alice é uma obra demasiado grande para ser metodicamente arrumada nas prateleiras do "infantil" das nossas pobres livrarias. Mas, verdade seja dita: não se pode esperar muito de um "mundo literário", ou de um "mercado livreiro", que arruma a maior parte (toda?) a literatura de fantasia na secção "juvenil".» Como é que se explica isto à literatice doméstica lambuzada por tanto burro que sonha um dia, chegar a cavalo, sem ironia de espécie alguma para as geniais transumâncias de Carroll?


«Há uma insistência em classificar Alice in Wonderland como "literatura infantil" ou "literatura infanto-juvenil". Por mais graça que uma criança ache ao Coelho, ao Humpty Dumpty ou mesmo ao Gato de Cheshire (ou a qualquer outra personagem), não alcança o significado da complexa narrativa non-sense de Carroll. Aliás, nem estou certo de que non-sense seja um termo correcto neste caso. Alice é uma obra demasiado grande para ser metodicamente arrumada nas prateleiras do "infantil" das nossas pobres livrarias. Mas, verdade seja dita: não se pode esperar muito de um "mundo literário", ou de um "mercado livreiro", que arruma a maior parte (toda?) a literatura de fantasia na secção "juvenil".» Como é que se explica isto à literatice doméstica lambuzada por tanto burro que sonha um dia, chegar a cavalo, sem ironia de espécie alguma para as geniais transumâncias de Carroll?

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