Consulto a secção de ensino do Correio da Manhã online e topo com esta notícia: "A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) propôs ontem ao Governo a eliminação da prova de ingresso na profissão, prevista no Estatuto da Carreira Docente, alegando que a mesma representa uma "desconfiança" na formação ministrada pelas universidades." Não quero acreditar e resolvo confirmar a notícia no site do poderosíssimo grupo sindical. Encontro esta pérola: "Esta espúria prova de ingresso tem sido alvo de grande contestação por parte dos professores e dos seus Sindicatos, pois, na verdade, está exclusivamente vocacionada para afastar a possibilidade de docentes devidamente habilitados - científica e pedagogicamente - se candidatarem ao exercício da docência." Não tenho outro comentário senão dizer que esta gente anda a brincar connosco. Recentemente veio a Lisboa a assessora de educação na Europa do ministro da educação da Nova Zelândia. Entre uma série de coisas muito interessantes que a senhora nos disse, há esta: "São as escolas que indicam os seus professores de entre aqueles que estão registados no conselho de professores da Nova Zelândia (New Zealand Teachers Council). Os professores registados têm de possuir um mínimo de habilitações adequadas ao ensino: um bacharelato de três anos no caso dos professores primários, a que se deve acrescentar um diploma em ensino de um ano para os professores do secundário. Para além dos requisitos académicos, os professores registados têm de evidenciar bom carácter e capacidade para assumir as funções devidas a qualquer professor. Os professores ficam registados provisoriamente durante os dois primeiros anos após completarem os estudos e recebem uma orientação estruturada como professores em início de carreira. O registo definitivo ocorre mediante indicação do director da escola onde estão a ensinar." Ou seja, entre a habilitação académica adequada a um professor e o registo definitivo no conselho de professores, os futuros professores da Nova Zelândia são testados durante dois anos, período em que têm não só de demonstrar competência científica e pedagógica como ainda de evidenciar bom carácter e capacidade para a profissão. É claro que os bons resultados educativos não acontecem por mero acaso: os resultados do PISA (Programme for International Student Assessment), desenvolvido no âmbito da OCDE, colocam a Nova Zelândia num dos 2 ou 3 primeiros lugares. E Portugal, em que lugar está? Depois queixem-se e digam que é o Governo que faz campanhas de descredibilização dos professores et cetera e tal.
Categorias
Entidades
Consulto a secção de ensino do Correio da Manhã online e topo com esta notícia: "A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) propôs ontem ao Governo a eliminação da prova de ingresso na profissão, prevista no Estatuto da Carreira Docente, alegando que a mesma representa uma "desconfiança" na formação ministrada pelas universidades." Não quero acreditar e resolvo confirmar a notícia no site do poderosíssimo grupo sindical. Encontro esta pérola: "Esta espúria prova de ingresso tem sido alvo de grande contestação por parte dos professores e dos seus Sindicatos, pois, na verdade, está exclusivamente vocacionada para afastar a possibilidade de docentes devidamente habilitados - científica e pedagogicamente - se candidatarem ao exercício da docência." Não tenho outro comentário senão dizer que esta gente anda a brincar connosco. Recentemente veio a Lisboa a assessora de educação na Europa do ministro da educação da Nova Zelândia. Entre uma série de coisas muito interessantes que a senhora nos disse, há esta: "São as escolas que indicam os seus professores de entre aqueles que estão registados no conselho de professores da Nova Zelândia (New Zealand Teachers Council). Os professores registados têm de possuir um mínimo de habilitações adequadas ao ensino: um bacharelato de três anos no caso dos professores primários, a que se deve acrescentar um diploma em ensino de um ano para os professores do secundário. Para além dos requisitos académicos, os professores registados têm de evidenciar bom carácter e capacidade para assumir as funções devidas a qualquer professor. Os professores ficam registados provisoriamente durante os dois primeiros anos após completarem os estudos e recebem uma orientação estruturada como professores em início de carreira. O registo definitivo ocorre mediante indicação do director da escola onde estão a ensinar." Ou seja, entre a habilitação académica adequada a um professor e o registo definitivo no conselho de professores, os futuros professores da Nova Zelândia são testados durante dois anos, período em que têm não só de demonstrar competência científica e pedagógica como ainda de evidenciar bom carácter e capacidade para a profissão. É claro que os bons resultados educativos não acontecem por mero acaso: os resultados do PISA (Programme for International Student Assessment), desenvolvido no âmbito da OCDE, colocam a Nova Zelândia num dos 2 ou 3 primeiros lugares. E Portugal, em que lugar está? Depois queixem-se e digam que é o Governo que faz campanhas de descredibilização dos professores et cetera e tal.