Câmara Corporativa: O relatório Frasquilho

23-05-2011
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Extracto de post do João Galamba acerca do relatório de Miguel Frasquilho sobre a economia portuguesa:(…) Frasquilho diz algo que não tinha dito na televisão: diz que subscreve inteiramente o referido relatório. Segundo palavras do próprio , o relatório tinha como objectivo defender a economia nacional perante 'agentes' estrangeiros. Trata-se de um documento "patriótico", "que em nada colide com o que (tem) afirmado em termos internos e na esfera política". O problema é Frasquilho ter decidido ser um "patriota" da única forma que lhe estava vedada. Vejamos:1- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho acusa o PS de não ter feito uma verdadeira consolidação orçamental porque não tocou na despesa pública e não fez nenhuma reforma estrutural. Enquanto economista do BES, subcreve o seguinte: • Portugal tem uma excelente reputação na consolidação das finanças públicas, tendo reduzido o défice para 2,8% do PIB num cenário de crescimento reduzido da economia• Devido a reformas estruturais já realizadas, como as da Segurança Social e da Administração Pública, Portugal não enfrenta os mesmos problemas de outros países da UE em termos de crescimento da dívida pública2- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho desvaloriza os dados sobre o crescimento e acusa o PS de incompetência no combate à crise. Enquanto economista do BES, subscreve o seguinte:• Portugal foi um dos primeiros países a apresentar crescimentos positivos em 2009, logo no segundo trimestre.• A queda do produto foi muito menos acentuada do que a média da UE (só não refere o surpreendente resultado do primeiro trimestre de 2010 porque, aquando da publicação do relatório, os dados ainda não eram conhecidos)3- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho diz que Portugal já devia ter tomado medidas mais duras e que não vale a pena enveredar pela vitimização, pois todos sabíamos que o orçamento e o PEC eram insuficientes e que, por isso, era inevitável que os mercados viessem a punir o país. Enquanto economista do BES, subscreve o seguinte:• fomos vítimas de um ataque puramente especulativo, isto é, sem qualquer justificação, porque sem não tem qualquer fundamento nos "economic fundamentals" do país.• Este ataque deve ser entendido como um ataque aos países periféricos da zona euro e resulta de um efeito de contágio.• No contexto da UE, Portugal está muito bem classificado em termos de sustentabilidade da dívida pública.4- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho diz que o PS sempre desvalorizou o endividamento externo e a questão dos bens transacionáveis. Enquanto economista do BES, subscreve que:• O aumento do endividamento externo é um resultado natural da adesão ao euro• Nas exportações, Portugal tem vindo a apostar na diversificação de mercados e de produtos• Há uma alteração estrutural do mix das exportações portuguesas, com os produtos exportados a serem caracterizados por um maior valor acrescentado• Portugal está a ajustar-se à competição global; as exportações com maior conteúdo tecnológico têm vindo a crescer• A política energética seguida por Portugal vai permitir reduzir a dependência energética, reduzindo as importações


Extracto de post do João Galamba acerca do relatório de Miguel Frasquilho sobre a economia portuguesa:(…) Frasquilho diz algo que não tinha dito na televisão: diz que subscreve inteiramente o referido relatório. Segundo palavras do próprio , o relatório tinha como objectivo defender a economia nacional perante 'agentes' estrangeiros. Trata-se de um documento "patriótico", "que em nada colide com o que (tem) afirmado em termos internos e na esfera política". O problema é Frasquilho ter decidido ser um "patriota" da única forma que lhe estava vedada. Vejamos:1- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho acusa o PS de não ter feito uma verdadeira consolidação orçamental porque não tocou na despesa pública e não fez nenhuma reforma estrutural. Enquanto economista do BES, subcreve o seguinte: • Portugal tem uma excelente reputação na consolidação das finanças públicas, tendo reduzido o défice para 2,8% do PIB num cenário de crescimento reduzido da economia• Devido a reformas estruturais já realizadas, como as da Segurança Social e da Administração Pública, Portugal não enfrenta os mesmos problemas de outros países da UE em termos de crescimento da dívida pública2- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho desvaloriza os dados sobre o crescimento e acusa o PS de incompetência no combate à crise. Enquanto economista do BES, subscreve o seguinte:• Portugal foi um dos primeiros países a apresentar crescimentos positivos em 2009, logo no segundo trimestre.• A queda do produto foi muito menos acentuada do que a média da UE (só não refere o surpreendente resultado do primeiro trimestre de 2010 porque, aquando da publicação do relatório, os dados ainda não eram conhecidos)3- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho diz que Portugal já devia ter tomado medidas mais duras e que não vale a pena enveredar pela vitimização, pois todos sabíamos que o orçamento e o PEC eram insuficientes e que, por isso, era inevitável que os mercados viessem a punir o país. Enquanto economista do BES, subscreve o seguinte:• fomos vítimas de um ataque puramente especulativo, isto é, sem qualquer justificação, porque sem não tem qualquer fundamento nos "economic fundamentals" do país.• Este ataque deve ser entendido como um ataque aos países periféricos da zona euro e resulta de um efeito de contágio.• No contexto da UE, Portugal está muito bem classificado em termos de sustentabilidade da dívida pública.4- Enquanto deputado do PSD, Frasquilho diz que o PS sempre desvalorizou o endividamento externo e a questão dos bens transacionáveis. Enquanto economista do BES, subscreve que:• O aumento do endividamento externo é um resultado natural da adesão ao euro• Nas exportações, Portugal tem vindo a apostar na diversificação de mercados e de produtos• Há uma alteração estrutural do mix das exportações portuguesas, com os produtos exportados a serem caracterizados por um maior valor acrescentado• Portugal está a ajustar-se à competição global; as exportações com maior conteúdo tecnológico têm vindo a crescer• A política energética seguida por Portugal vai permitir reduzir a dependência energética, reduzindo as importações

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