O Cachimbo de Magritte: Quando o mundo ficou mais tenebroso

31-05-2010
marcar artigo


Lembro-me bem do dia 11 de Setembro (dizer de 2001 é redundante). À tarde fui para casa entrevistar uma ucraniana que viria a ser a minha empregada doméstica nos cinco anos seguintes. Jantámos em casa do meu irmão mais velho pela primeira vez depois do casamento e o meu marido chegou atrasado porque foi buscar ao stand o nosso carro (então) novo. Liguei várias vezes à minha irmã; o meu cunhado estava em Nova Iorque, com telemóvel e telefone e fax do hotel sem linha. Lembro-me especialmente bem do telefonema do meu marido contando-me os atentados e o colapso da primeira torre, de ter demorado a acreditar que não era nenhuma graça de mau gosto e de ter passado a tarde em frente à televisão, embasbacada com as imagens que se iam sucedendo e as notícias que chegavam, percebendo que aquela barbárie apocalíptica tinha sido um ataque ao meu modo de vida ocidental e que algo havia mudado radicalmente no mundo naquelas poucas horas. Para muito pior.


Lembro-me bem do dia 11 de Setembro (dizer de 2001 é redundante). À tarde fui para casa entrevistar uma ucraniana que viria a ser a minha empregada doméstica nos cinco anos seguintes. Jantámos em casa do meu irmão mais velho pela primeira vez depois do casamento e o meu marido chegou atrasado porque foi buscar ao stand o nosso carro (então) novo. Liguei várias vezes à minha irmã; o meu cunhado estava em Nova Iorque, com telemóvel e telefone e fax do hotel sem linha. Lembro-me especialmente bem do telefonema do meu marido contando-me os atentados e o colapso da primeira torre, de ter demorado a acreditar que não era nenhuma graça de mau gosto e de ter passado a tarde em frente à televisão, embasbacada com as imagens que se iam sucedendo e as notícias que chegavam, percebendo que aquela barbárie apocalíptica tinha sido um ataque ao meu modo de vida ocidental e que algo havia mudado radicalmente no mundo naquelas poucas horas. Para muito pior.

marcar artigo