Provavelmente, todas as campanhas anteriores foram demasiado moles, previsíveis, entorpecedoras, conduzidas arrebanhadamente por Media sonolentos fora do concurso corrosivo e autopsiador de caracteres e políticas que os blogues hoje operam. Discutir tudo, falar de tudo, pôr tudo em causa é algo que os facciosismos clubísticos nacionais não permitem, mas os blogues livres perpetram, quer se queira quer não, goste-se ou não. Nada mais fecundo senão acabar com os escrúpulos e constragimentos de uma sociedade infectada de correcção e amedrontada pelas influências tentaculares do Poder económico dentro do Poder Político. Disse MFL, e é verdade, o clima de retaliação é uma novidade e um traço do XVII Governo Constitucional. Se se pessoaliza a crítica política é por puro escape resultante de esse estrangulamento democrático sentido pelas pelas pessoas. Não percebo como JPP não compreende isto de tão elementar: «Os políticos têm também muita culpa. O tom do populismo agressivo tem crescido por sua responsabilidade nos últimos anos e partidos como o PP e o BE capitalizam com os excessos pretendendo ao mesmo tempo ficar “fora do sistema”. A personalidade muito especial do Primeiro-ministro e o rastro de conflitos que deixou atrás de si, sem praticamente nenhuma reforma sólida, também semeia muita intolerância. O facto dos portugueses estarem cansados, sem esperança e sem qualquer ilusão sobre os maus tempos que estão e vão passar, cria também um pano de fundo de radicalismo que se volta contra os políticos e a democracia. A questão está em como compatibilizar uma campanha que não conheça tabus, naquilo que é fundamental julgar - o que também inclui assuntos tão espinhosos como o BPN ou o Freeport nas matérias que são do domínio estritamente político e só nisso, - com a capacidade de manter os limites da pessoalização e da agressividade. Vai ser difícil encontrar este equilíbrio, porque está muita coisa em jogo e o resultado está em aberto, sem vencedor antecipado.» José Pacheco Pereira, Abrupto
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Provavelmente, todas as campanhas anteriores foram demasiado moles, previsíveis, entorpecedoras, conduzidas arrebanhadamente por Media sonolentos fora do concurso corrosivo e autopsiador de caracteres e políticas que os blogues hoje operam. Discutir tudo, falar de tudo, pôr tudo em causa é algo que os facciosismos clubísticos nacionais não permitem, mas os blogues livres perpetram, quer se queira quer não, goste-se ou não. Nada mais fecundo senão acabar com os escrúpulos e constragimentos de uma sociedade infectada de correcção e amedrontada pelas influências tentaculares do Poder económico dentro do Poder Político. Disse MFL, e é verdade, o clima de retaliação é uma novidade e um traço do XVII Governo Constitucional. Se se pessoaliza a crítica política é por puro escape resultante de esse estrangulamento democrático sentido pelas pelas pessoas. Não percebo como JPP não compreende isto de tão elementar: «Os políticos têm também muita culpa. O tom do populismo agressivo tem crescido por sua responsabilidade nos últimos anos e partidos como o PP e o BE capitalizam com os excessos pretendendo ao mesmo tempo ficar “fora do sistema”. A personalidade muito especial do Primeiro-ministro e o rastro de conflitos que deixou atrás de si, sem praticamente nenhuma reforma sólida, também semeia muita intolerância. O facto dos portugueses estarem cansados, sem esperança e sem qualquer ilusão sobre os maus tempos que estão e vão passar, cria também um pano de fundo de radicalismo que se volta contra os políticos e a democracia. A questão está em como compatibilizar uma campanha que não conheça tabus, naquilo que é fundamental julgar - o que também inclui assuntos tão espinhosos como o BPN ou o Freeport nas matérias que são do domínio estritamente político e só nisso, - com a capacidade de manter os limites da pessoalização e da agressividade. Vai ser difícil encontrar este equilíbrio, porque está muita coisa em jogo e o resultado está em aberto, sem vencedor antecipado.» José Pacheco Pereira, Abrupto