Cravo de Abril: TROPEÇOS DA MEMÓRIA...

25-05-2011
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Num texto intitulado «Os Tropeços do Capitalismo», Baptista Bastos debruçou-se sobre a actual crise do sistema.A dada altura - após concluir (e bem, a meu ver) que o capitalismo logrará, uma vez mais, superar a crise, Bastos resolve dar à sua conclusão um carácter definitivo, assim:«O capitalismo sempre se regenerará».Todavia, não querendo arrostar, sozinho, com as responsabilidades deste «sempre», acrescentou:«Como ensinou Marx, previu Lenine e assevera George Soros».Percebe-se que Bastos tenha sentido necessidade de arranjar apoios de peso para a sua conclusão fatalista, derrotista e falsa.Mas há que reconhecer que se enganou na escolha, já que, como ele muito bem sabe, nem Marx ensinou, nem Lenine previu, nem Soros assevera que «o capitalismo sempre se regenerará».Bem pelo contrário: cada um à sua maneira e no seu tempo ensinou, previu e assevera precisamente o oposto do que Bastos concluíu.Trata-se, neste caso, de mais um daqueles tropeços da memória em que o conhecido escritor e jornalista se mostra fértil.Mais adiante, em jeito de confirmação da sua conclusão anterior, Bastos regista a inviabilidade de construção de uma alternativa ao capitalismo. E dá como exemplo a acção dos «partidos socialistas e sociais-democratas» que, ao longo dos anos, têm estado no poder na Europa...Acção fracassada?: é o que parece estar implícito quer na pergunta colocada por Bastos - «Para que serve esta Esquerda?», quer na resposta que ele próprio dá: «A crise fornece-nos a resposta: para nada».Ora, aquilo a que Bastos chama «esta Esquerda»... começa por, de facto, não ser esquerda nenhuma, para além de que muito menos tem, ou teve algum dia, como objectivo da sua acção a construção de uma alternativa ao capitalismo - e ainda muito menos de ser a alternativa socialista...Com efeito, esses partidos «socialistas e sociais-democratas» sempre tiveram como tarefa fundamental - que, aliás, têm cumprido exemplarmente - a defesa do capitalismo.E é para isso que «esta Esquerda» tem servido e vai continuar a servir.Fingindo o contrário? Claro.Aliás, como temos visto, não há melhor forma de defender o capitalismo do que fazê-lo... em nome do socialismo...É assim que esses «partidos socialistas e sociais-democratas», fazendo-se passar pelo que não são e sendo o que fingem não ser, constituem autênticos seguros de vida do capitalismo, ludibriando milhões e milhões de incautos - entre os quais, ao que parece, o jornalista e escritor Baptista Bastos...


Num texto intitulado «Os Tropeços do Capitalismo», Baptista Bastos debruçou-se sobre a actual crise do sistema.A dada altura - após concluir (e bem, a meu ver) que o capitalismo logrará, uma vez mais, superar a crise, Bastos resolve dar à sua conclusão um carácter definitivo, assim:«O capitalismo sempre se regenerará».Todavia, não querendo arrostar, sozinho, com as responsabilidades deste «sempre», acrescentou:«Como ensinou Marx, previu Lenine e assevera George Soros».Percebe-se que Bastos tenha sentido necessidade de arranjar apoios de peso para a sua conclusão fatalista, derrotista e falsa.Mas há que reconhecer que se enganou na escolha, já que, como ele muito bem sabe, nem Marx ensinou, nem Lenine previu, nem Soros assevera que «o capitalismo sempre se regenerará».Bem pelo contrário: cada um à sua maneira e no seu tempo ensinou, previu e assevera precisamente o oposto do que Bastos concluíu.Trata-se, neste caso, de mais um daqueles tropeços da memória em que o conhecido escritor e jornalista se mostra fértil.Mais adiante, em jeito de confirmação da sua conclusão anterior, Bastos regista a inviabilidade de construção de uma alternativa ao capitalismo. E dá como exemplo a acção dos «partidos socialistas e sociais-democratas» que, ao longo dos anos, têm estado no poder na Europa...Acção fracassada?: é o que parece estar implícito quer na pergunta colocada por Bastos - «Para que serve esta Esquerda?», quer na resposta que ele próprio dá: «A crise fornece-nos a resposta: para nada».Ora, aquilo a que Bastos chama «esta Esquerda»... começa por, de facto, não ser esquerda nenhuma, para além de que muito menos tem, ou teve algum dia, como objectivo da sua acção a construção de uma alternativa ao capitalismo - e ainda muito menos de ser a alternativa socialista...Com efeito, esses partidos «socialistas e sociais-democratas» sempre tiveram como tarefa fundamental - que, aliás, têm cumprido exemplarmente - a defesa do capitalismo.E é para isso que «esta Esquerda» tem servido e vai continuar a servir.Fingindo o contrário? Claro.Aliás, como temos visto, não há melhor forma de defender o capitalismo do que fazê-lo... em nome do socialismo...É assim que esses «partidos socialistas e sociais-democratas», fazendo-se passar pelo que não são e sendo o que fingem não ser, constituem autênticos seguros de vida do capitalismo, ludibriando milhões e milhões de incautos - entre os quais, ao que parece, o jornalista e escritor Baptista Bastos...

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