Cravo de Abril: O TRAÇO DISTINTIVO

25-05-2011
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O furacão Gustav, depois de espalhar a destruição e a morte nas Caraíbas, aproxima-se do Estado norte-americano de Louisiana e da sua maior cidade, Nova Orleães, onde deverá chegar ao fim da tarde de hoje.A maior parte do espaço dedicado pelos média ao furacão, tem incidido mais nas informações sobre a iminência deste seu «assalto» do que sobre a sua passagem pelo Haiti, pela Jamaica, pela República Dominicana e por Cuba.Percebe-se que assim seja: por um lado, porque, como sabemos, para os média dominantes, os EUA têm sempre prioridade em relação a qualquer outro país do mundo (e, quando há mortos, cada morto norte-americano «vale» sempre muito, muito mais do que qualquer outro); por outro lado, porque a tragédia que foi a passagem do furacão Katrina por Nova Orleães, em 2005, continua bem viva na memória de milhões de pessoas em todo o mundo: a destruição, os diques que rebentaram, o pavor, mais de 1800 mortos, centenas de milhares de desalojados... Tudo isto, enquanto o Presidente Bush, desinteressado da tragédia que ocorria no seu país - de férias estava e de férias ficou... - se interessava por provocar a tragédia do Iraque.É possível que esta particular atenção dos média a Nova Orleães tenha a ver, também, com o facto de os diques que há três anos cederam, ainda não estarem reparados e de a maioria dos desalojados de então continuar a viver em precárias caravanas...Talvez se deva a esse facto, igualmente, a dramática exortação, ontem, do mayor, Ray Nagin aos habitantes da cidade: «Ponham-se a mexer de Nova Orleães. Agora! Se decidirem ficar estão por vossa conta. Não vão ter serviços de apoio de emergência».Palavras de dar confiança, como se vê...Mas, voltando aos terríveis danos já provocados pelo Gustav: segundo os dados divulgados, o furacão deixou atrás de si um rasto de destruição em todos os países por onde passou - e um rasto de morte em quase todos.Os números já apurados são dramáticos: no Haiti morreram 76 pessoas, na Jamaica, 11, e na República Dominicana, 8.Em Cuba não se registou nenhuma morte - não obstante as destruições terem sido brutais, tanto mais que o Gustav passou por ali na sua máxima força, chegando a atingir a intensidade 5, numa escala de 5 (em Nova Orleães, em 2005, atingiu intensidade 3), com os ventos a 340Km/hora e ondas de 5/6 metros.As razões da diferença entre as consequências do furacão em Cuba e nos outros países do Caribe, não pareceram relevantes para os média: alguns não lhe fazem qualquer referência e outros referem-se-lhes nos termos habituais, de que aqui deixo dois exemplos:! - «Cuba, vêm lembrando as agências, é um dos países mais preparados para este tipo de catástrofes» - repare-se na subtileza daquele distanciamento: «vêm lembrando as agências»...2 - «Ao contrário do resto do Caribe, a ilha comunista, habituada às tempestades tropicais, não registou mortes»: pronto, está a explicação encontrada: trata-se, apenas e só, de uma questão de «hábito» - um «hábito» que, ao que parece, não existe nos restantes países, apesar de estarem... habituados a serem vítimas, todos os anos, dos mesmos furacões que passam por Cuba...Assim fogem ao reconhecimento de uma realidade que decorre do facto de, em Cuba, as preocupações com o ser humano constituirem a primeira prioridade em todas as situações.Porque é isso que está na origem de os serviços de defesa Civil de Cuba serem os melhor organizados e os melhor preparados em todos países da região afectada por estas catástrofes, EUA incluídos. E foi isso que fez com que fosse accionado, no devido tempo, todo um vasto conjunto de medidas, entre elas a retirada da trajectória do furacão de cerca de 300. 000 pessoas - salvando assim muitas vidas humanas.Porque essa preocupação prioritária com o ser humano é o traço distintivo essencial entre socialismo e capitalismo.


O furacão Gustav, depois de espalhar a destruição e a morte nas Caraíbas, aproxima-se do Estado norte-americano de Louisiana e da sua maior cidade, Nova Orleães, onde deverá chegar ao fim da tarde de hoje.A maior parte do espaço dedicado pelos média ao furacão, tem incidido mais nas informações sobre a iminência deste seu «assalto» do que sobre a sua passagem pelo Haiti, pela Jamaica, pela República Dominicana e por Cuba.Percebe-se que assim seja: por um lado, porque, como sabemos, para os média dominantes, os EUA têm sempre prioridade em relação a qualquer outro país do mundo (e, quando há mortos, cada morto norte-americano «vale» sempre muito, muito mais do que qualquer outro); por outro lado, porque a tragédia que foi a passagem do furacão Katrina por Nova Orleães, em 2005, continua bem viva na memória de milhões de pessoas em todo o mundo: a destruição, os diques que rebentaram, o pavor, mais de 1800 mortos, centenas de milhares de desalojados... Tudo isto, enquanto o Presidente Bush, desinteressado da tragédia que ocorria no seu país - de férias estava e de férias ficou... - se interessava por provocar a tragédia do Iraque.É possível que esta particular atenção dos média a Nova Orleães tenha a ver, também, com o facto de os diques que há três anos cederam, ainda não estarem reparados e de a maioria dos desalojados de então continuar a viver em precárias caravanas...Talvez se deva a esse facto, igualmente, a dramática exortação, ontem, do mayor, Ray Nagin aos habitantes da cidade: «Ponham-se a mexer de Nova Orleães. Agora! Se decidirem ficar estão por vossa conta. Não vão ter serviços de apoio de emergência».Palavras de dar confiança, como se vê...Mas, voltando aos terríveis danos já provocados pelo Gustav: segundo os dados divulgados, o furacão deixou atrás de si um rasto de destruição em todos os países por onde passou - e um rasto de morte em quase todos.Os números já apurados são dramáticos: no Haiti morreram 76 pessoas, na Jamaica, 11, e na República Dominicana, 8.Em Cuba não se registou nenhuma morte - não obstante as destruições terem sido brutais, tanto mais que o Gustav passou por ali na sua máxima força, chegando a atingir a intensidade 5, numa escala de 5 (em Nova Orleães, em 2005, atingiu intensidade 3), com os ventos a 340Km/hora e ondas de 5/6 metros.As razões da diferença entre as consequências do furacão em Cuba e nos outros países do Caribe, não pareceram relevantes para os média: alguns não lhe fazem qualquer referência e outros referem-se-lhes nos termos habituais, de que aqui deixo dois exemplos:! - «Cuba, vêm lembrando as agências, é um dos países mais preparados para este tipo de catástrofes» - repare-se na subtileza daquele distanciamento: «vêm lembrando as agências»...2 - «Ao contrário do resto do Caribe, a ilha comunista, habituada às tempestades tropicais, não registou mortes»: pronto, está a explicação encontrada: trata-se, apenas e só, de uma questão de «hábito» - um «hábito» que, ao que parece, não existe nos restantes países, apesar de estarem... habituados a serem vítimas, todos os anos, dos mesmos furacões que passam por Cuba...Assim fogem ao reconhecimento de uma realidade que decorre do facto de, em Cuba, as preocupações com o ser humano constituirem a primeira prioridade em todas as situações.Porque é isso que está na origem de os serviços de defesa Civil de Cuba serem os melhor organizados e os melhor preparados em todos países da região afectada por estas catástrofes, EUA incluídos. E foi isso que fez com que fosse accionado, no devido tempo, todo um vasto conjunto de medidas, entre elas a retirada da trajectória do furacão de cerca de 300. 000 pessoas - salvando assim muitas vidas humanas.Porque essa preocupação prioritária com o ser humano é o traço distintivo essencial entre socialismo e capitalismo.

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