Cravo de Abril: DIREITOS HUMANOS

21-01-2011
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Antes, durante e, pelos vistos, após os Jogos Olímpicos, a ideologia dominante assestou baterias na China.O bombardeamento incidiu, essencialmente, nos «direitos humanos» - Tibete incluído, é claro...Recorde-se, antes de mais, que o conceito de direitos humanos definido pelo actual sistema dominante não abarca os direitos ao trabalho, à alimentação, à saúde, à habitação, ao ensino, enfim, a uma vida digna.Por uma razão simples: quem definiu esse conceito fê-lo na consideração de que a existência de exploradores e explorados é uma «inevitabilidade», decorre de uma «ordem natural das coisas», estabelecida por um poder supremo para o qual a existência de uma imensa minoria de ricos e de uma imensa maioria de pobres é a chave para a «boa harmonia» da sociedade.Garantida essa questão para eles essencial, os fazedores do conceito estabeleceram, depois, que os direitos humanos eram as «liberdades políticas» - multipartidarismo e sufrágio universal - tratando de assegurar que essas liberdades servissem os seus interesses.E assim têm vindo a fazer.Aliás, com um grande pragmatismo. Por exemplo, os EUA conseguiram criar um sistema partidário que, dizendo-se multi é uni: trata-se do unipartidarismo bicéfalo, ou seja, da existência de um partido com duas cabeças, uma «democrática» outra «republicana», ambas defensoras intransigentes do sistema, mas fingindo que são oposição uma à outra e concorrendo, até, a animadas e folclóricas eleições...Também no que respeita ao sufrágio universal, vimos recentemente, a propósito do Tratado Porreiro, pá, a forma como eles torneiam as dificuldades que ocasionalmente se lhes deparam: se há perigo de serem derrotados nas urnas, não há referendo... e não hesitam em mandar o sagrado sufrágio universal para as urtigas.E assim, e através de uma poderosa máquina de propaganda, vão estabelecendo o seu conceito de direitos humanos - um conceito do qual são impiedosamente excluídos todos os países que recusam ser lacaios do imperialismo norte-americano.Como é o caso, entre outros, da China.Quero eu dizer com isto que a China é um modelo de respeito integral pelos direitos humanos?Longe de mim, tal ideia.Mas quero dizer, isso sim, é que a meu ver não há um único país do mundo onde os direitos humanos - nas suas dimensões política, social, humana - sejam integralmente respeitados. E que a auto-promoção dos que criticam a China a zelosos cumpridores dos direitos humanos, só pega porque tem a divulgá-la a mais poderosa máquina de propaganda que alguma vez existiu.É também minha opinião que num mundo em que o capitalismo/imperialismo - baseado na exploração, na opressão, na injustiça, na inumanidade - é o sistema dominante, não cabe o respeito pelos direitos humanos. Não cabe de todo: nem no países que combatem esse sistema (porque estão condicionados por uma permanente ofensiva visando liquidar as suas experiências) nem, obviamente, nos países do sistema que vivem e se alimentam precisamente do desrespeito pelos direitos humanos.Por isso, a luta contra o capitalismo e pelo socialismo é o único caminho que conduzirá a uma sociedade baseada no respeito pelos direitos a que todo o ser humano, pelo simples facto de existir, tem direito.


Antes, durante e, pelos vistos, após os Jogos Olímpicos, a ideologia dominante assestou baterias na China.O bombardeamento incidiu, essencialmente, nos «direitos humanos» - Tibete incluído, é claro...Recorde-se, antes de mais, que o conceito de direitos humanos definido pelo actual sistema dominante não abarca os direitos ao trabalho, à alimentação, à saúde, à habitação, ao ensino, enfim, a uma vida digna.Por uma razão simples: quem definiu esse conceito fê-lo na consideração de que a existência de exploradores e explorados é uma «inevitabilidade», decorre de uma «ordem natural das coisas», estabelecida por um poder supremo para o qual a existência de uma imensa minoria de ricos e de uma imensa maioria de pobres é a chave para a «boa harmonia» da sociedade.Garantida essa questão para eles essencial, os fazedores do conceito estabeleceram, depois, que os direitos humanos eram as «liberdades políticas» - multipartidarismo e sufrágio universal - tratando de assegurar que essas liberdades servissem os seus interesses.E assim têm vindo a fazer.Aliás, com um grande pragmatismo. Por exemplo, os EUA conseguiram criar um sistema partidário que, dizendo-se multi é uni: trata-se do unipartidarismo bicéfalo, ou seja, da existência de um partido com duas cabeças, uma «democrática» outra «republicana», ambas defensoras intransigentes do sistema, mas fingindo que são oposição uma à outra e concorrendo, até, a animadas e folclóricas eleições...Também no que respeita ao sufrágio universal, vimos recentemente, a propósito do Tratado Porreiro, pá, a forma como eles torneiam as dificuldades que ocasionalmente se lhes deparam: se há perigo de serem derrotados nas urnas, não há referendo... e não hesitam em mandar o sagrado sufrágio universal para as urtigas.E assim, e através de uma poderosa máquina de propaganda, vão estabelecendo o seu conceito de direitos humanos - um conceito do qual são impiedosamente excluídos todos os países que recusam ser lacaios do imperialismo norte-americano.Como é o caso, entre outros, da China.Quero eu dizer com isto que a China é um modelo de respeito integral pelos direitos humanos?Longe de mim, tal ideia.Mas quero dizer, isso sim, é que a meu ver não há um único país do mundo onde os direitos humanos - nas suas dimensões política, social, humana - sejam integralmente respeitados. E que a auto-promoção dos que criticam a China a zelosos cumpridores dos direitos humanos, só pega porque tem a divulgá-la a mais poderosa máquina de propaganda que alguma vez existiu.É também minha opinião que num mundo em que o capitalismo/imperialismo - baseado na exploração, na opressão, na injustiça, na inumanidade - é o sistema dominante, não cabe o respeito pelos direitos humanos. Não cabe de todo: nem no países que combatem esse sistema (porque estão condicionados por uma permanente ofensiva visando liquidar as suas experiências) nem, obviamente, nos países do sistema que vivem e se alimentam precisamente do desrespeito pelos direitos humanos.Por isso, a luta contra o capitalismo e pelo socialismo é o único caminho que conduzirá a uma sociedade baseada no respeito pelos direitos a que todo o ser humano, pelo simples facto de existir, tem direito.

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