O Cachimbo de Magritte: O Racismo Existe? A Chantagem Também.

29-05-2010
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A actividade política e a análise política são muito interessantes. Randall Kennedy, professor de Direito em Harvard, afro-americano e liberal, temendo a derrota de Obama, escreveu um texto no Washington Post em que analisa as razões de tal eventualidade. No entanto, nada mais faz do que produzir um interessante e cínico manifesto a favor do voto no candidato democrata. Usa, para conseguir os seus propósitos, um argumento muito simples: a chantagem. Basicamente tudo aquilo que escreve resume-se a afirmar que Obama só será eleito se, nas urnas, os norte-americanos brancos votarem de acordo com as ideias do candidato e não determinados por qualquer preconceito racial, o que deixa implícito que todos aqueles que não racistas, mas não pensam votar em Obama, devem afinal acabar por fazê-lo.No meio de tudo isto, só é pena que Randall Kennedy não afirme explicitamente que, nos EUA, só há racistas entre eleitores independentes e republicanos, o que seria absolutamente extraordinário quando, como se sabe, o partido Democrático foi, até à década de 1960, o bastião do segregacionismo nos Estados do sul.


A actividade política e a análise política são muito interessantes. Randall Kennedy, professor de Direito em Harvard, afro-americano e liberal, temendo a derrota de Obama, escreveu um texto no Washington Post em que analisa as razões de tal eventualidade. No entanto, nada mais faz do que produzir um interessante e cínico manifesto a favor do voto no candidato democrata. Usa, para conseguir os seus propósitos, um argumento muito simples: a chantagem. Basicamente tudo aquilo que escreve resume-se a afirmar que Obama só será eleito se, nas urnas, os norte-americanos brancos votarem de acordo com as ideias do candidato e não determinados por qualquer preconceito racial, o que deixa implícito que todos aqueles que não racistas, mas não pensam votar em Obama, devem afinal acabar por fazê-lo.No meio de tudo isto, só é pena que Randall Kennedy não afirme explicitamente que, nos EUA, só há racistas entre eleitores independentes e republicanos, o que seria absolutamente extraordinário quando, como se sabe, o partido Democrático foi, até à década de 1960, o bastião do segregacionismo nos Estados do sul.

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