Cravo de Abril: SOEIRO PEREIRA GOMES

25-05-2011
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Nasceu há 100 anos: em 14 de Abril de 1909. Em Gestaçõ, concelho de Baião.Depois de concluído o curso de regente agrícola, em Coimbra, e de ter trabalhado cerca de um ano em Angola, foi viver para Alhandra, como empregado de escritório da fábrica Cimento Tejo.Aí, no contacto com a brutal exploração e as desumanas condições de trabalho dos operários, inicia a sua actividade política, vindo a aderir ao PCP em meados dos anos 30 e integrando a célula da Cimento Tejo e o Comité Local de Alhandra.Ao mesmo tempo, participa activamente na vasta e intensa acção cultural impulsionada pelo Partido na região, designadamente nas colectividades populares.Em 1941 publica o seu primeiro romance - Esteiros - com capa e desenhos de Álvaro Cunhal.Trata-se de um dos mais belos romances da literatura portuguesa, que marca o aparecimento do neo-realismo e que Soeiro dedica aos «filhos dos homens que nunca foram meninos».Pela sua participação na organização das históricas greves de 8 e 9 de Maio de 1944, a PVDE monta-lhe o cerco - e na tarde de 14 de Maio, Soeiro mergulha na clandestinidade, assumindo importantes responsabilidades partidárias que conduziram à sua eleição para o Comité Central, no IV Congresso do PCP, realizado em 1946.Por essa altura, adoece com uma doença grave - que se agravará tanto mais quanto as condições de clandestinidade em que vivia não lhe permitem o acompanhamento médico necessário.Na clandestinidade, escreve os Contos Vermelhos - que são os primeiros textos de ficção em que é abordada a vida clandestina dos militantes comunistas.Dedica-os «aos meus companheiros - que, na noite fascista, ateiam clarões de uma alvorada».Começa a escrever, depois, Engrenagem - «Para os trabalhadores sem trabalho - rodas paradas de uma engrenagem caduca» - romance que introduz o mundo do trabalho operário na temática da literatura portuguesa e que a morte não lhe deixou acabar - mas cujo esboço «é um esboço extraordinário!», nas palavras de Augusto da Costa Dias que, sobre a obra de Soeiro Pereira Gomes diz que ela «nasceu do seu empenhamento na luta ao lado dos trabalhadores, de todos os explorados. Nasceu da sua militância no Partido, ao qual consagrou por completo a sua vida. A beleza dessa obra, o seu rigor, a sua força mobilizadora, que convidam à solidariedade e à luta os que a lêem, são fruto, em grande parte, de tal empenhamento e tal militância. Por isso é uma obra de liberdade e libertadora»Soeiro Pereira Gomes morreu em 5 de Dezembro de 1949, com 40 anos de idade.O seu funeral constituiu uma expressiva manifestação de pesar e de admiração pelo revolucionário exemplar caído na luta.O povo de Alhandra exigiu a passagem pela localidade do carro funerário que o transportava para o cemitério de Espinho, de modo a prestar a última homenagem ao «querido, inesquecível amigo Joaquim Soeiro Pereira Gomes».É assim - recordando alguns aspectos da vida e da obra do grande revolucionário e romancista - que o Cravo de Abril presta a sua homenagem ao camarada Soeiro Pereira Gomes.


Nasceu há 100 anos: em 14 de Abril de 1909. Em Gestaçõ, concelho de Baião.Depois de concluído o curso de regente agrícola, em Coimbra, e de ter trabalhado cerca de um ano em Angola, foi viver para Alhandra, como empregado de escritório da fábrica Cimento Tejo.Aí, no contacto com a brutal exploração e as desumanas condições de trabalho dos operários, inicia a sua actividade política, vindo a aderir ao PCP em meados dos anos 30 e integrando a célula da Cimento Tejo e o Comité Local de Alhandra.Ao mesmo tempo, participa activamente na vasta e intensa acção cultural impulsionada pelo Partido na região, designadamente nas colectividades populares.Em 1941 publica o seu primeiro romance - Esteiros - com capa e desenhos de Álvaro Cunhal.Trata-se de um dos mais belos romances da literatura portuguesa, que marca o aparecimento do neo-realismo e que Soeiro dedica aos «filhos dos homens que nunca foram meninos».Pela sua participação na organização das históricas greves de 8 e 9 de Maio de 1944, a PVDE monta-lhe o cerco - e na tarde de 14 de Maio, Soeiro mergulha na clandestinidade, assumindo importantes responsabilidades partidárias que conduziram à sua eleição para o Comité Central, no IV Congresso do PCP, realizado em 1946.Por essa altura, adoece com uma doença grave - que se agravará tanto mais quanto as condições de clandestinidade em que vivia não lhe permitem o acompanhamento médico necessário.Na clandestinidade, escreve os Contos Vermelhos - que são os primeiros textos de ficção em que é abordada a vida clandestina dos militantes comunistas.Dedica-os «aos meus companheiros - que, na noite fascista, ateiam clarões de uma alvorada».Começa a escrever, depois, Engrenagem - «Para os trabalhadores sem trabalho - rodas paradas de uma engrenagem caduca» - romance que introduz o mundo do trabalho operário na temática da literatura portuguesa e que a morte não lhe deixou acabar - mas cujo esboço «é um esboço extraordinário!», nas palavras de Augusto da Costa Dias que, sobre a obra de Soeiro Pereira Gomes diz que ela «nasceu do seu empenhamento na luta ao lado dos trabalhadores, de todos os explorados. Nasceu da sua militância no Partido, ao qual consagrou por completo a sua vida. A beleza dessa obra, o seu rigor, a sua força mobilizadora, que convidam à solidariedade e à luta os que a lêem, são fruto, em grande parte, de tal empenhamento e tal militância. Por isso é uma obra de liberdade e libertadora»Soeiro Pereira Gomes morreu em 5 de Dezembro de 1949, com 40 anos de idade.O seu funeral constituiu uma expressiva manifestação de pesar e de admiração pelo revolucionário exemplar caído na luta.O povo de Alhandra exigiu a passagem pela localidade do carro funerário que o transportava para o cemitério de Espinho, de modo a prestar a última homenagem ao «querido, inesquecível amigo Joaquim Soeiro Pereira Gomes».É assim - recordando alguns aspectos da vida e da obra do grande revolucionário e romancista - que o Cravo de Abril presta a sua homenagem ao camarada Soeiro Pereira Gomes.

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