O Cachimbo de Magritte: O mercado como substância permanente. Deus?

29-05-2010
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Um comentador de um texto abaixo escreve que "só não há mercado quando houve intervenção estatal. Se essa intervenção não existisse os privados teriam que chegar a um preço, e esse preço seria o preço de mercado." Isto é claramente falso. Não existe um mercado no computador onde escrevo porque eu não o quero vender. A nova regulação da contabilidade destruiu biliões de dólares ao impor preços de mercado mesmo quando os agentes não queriam vender! Ou seja: estes preços são tudo menos preços de mercado, são preços regulados. Mais uma vez, a questão é decidida pelo regulador, mas como tudo se passa ao nível sistémico ou estrutural, e como não existe uma intervenção posterior, surge a ilusão de que não houve intervenção no mercado. Por exemplo: se uma outra instituição decide vender determinados activos, o preço dos mesmos activos em meu poder é, por intervenção reguladora, determinado no mesmo valor, mesmo que de facto eu não tenha vendido, pelas regras de contabilizar a preços de mercado. Uma ajuda pública que salve a minha instituição é, paradoxalmente, uma atenuação da regulação estrutural que originou os problemas. O meu conselho para os liberais ou, como se diz por aqui, libertários: cuidado que, ao defender o mercado, não estejais a defender o regulador disfarçado de mercado, como a pobre ave que...


Um comentador de um texto abaixo escreve que "só não há mercado quando houve intervenção estatal. Se essa intervenção não existisse os privados teriam que chegar a um preço, e esse preço seria o preço de mercado." Isto é claramente falso. Não existe um mercado no computador onde escrevo porque eu não o quero vender. A nova regulação da contabilidade destruiu biliões de dólares ao impor preços de mercado mesmo quando os agentes não queriam vender! Ou seja: estes preços são tudo menos preços de mercado, são preços regulados. Mais uma vez, a questão é decidida pelo regulador, mas como tudo se passa ao nível sistémico ou estrutural, e como não existe uma intervenção posterior, surge a ilusão de que não houve intervenção no mercado. Por exemplo: se uma outra instituição decide vender determinados activos, o preço dos mesmos activos em meu poder é, por intervenção reguladora, determinado no mesmo valor, mesmo que de facto eu não tenha vendido, pelas regras de contabilizar a preços de mercado. Uma ajuda pública que salve a minha instituição é, paradoxalmente, uma atenuação da regulação estrutural que originou os problemas. O meu conselho para os liberais ou, como se diz por aqui, libertários: cuidado que, ao defender o mercado, não estejais a defender o regulador disfarçado de mercado, como a pobre ave que...

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