Cravo de Abril: PAPEL CUMPRIDO

03-08-2010
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Diz a notícia que Jorge Coelho se mostrou «disponível para integrar o conselho fundador» de uma nova fundação do PS: a Respública.Coelho fez questão de sublinhar que aceitava o convite «apesar de estar arredado da política».Como estamos lembrados, Jorge Coelho arredou-se da política para aceitar o cargo de presidente executivo da Mota-Engil, a principal construtora de obras públicas de Portugal. A esse arredar-se da política chamaram os média dominantes, na altura, «dignidade» - e tantas vezes repetiram a palavra que ela passou a fazer parte do currículo mediático de Jorge Coelho.É claro que, como todos sabemos - nós, os jornalistas e, especialmente, o Jorge Coelho - se ele não tivesse sido, antes, governante, não seria, hoje, o que é na Mota-Engil - mas isso é, ao que parece, irrelevante...Diz ainda a notícia que esta Fundação Respública vem substituir duas outras fundações do PS recentemente extintas: a José Fontana e a Antero de Quental.Confesso que desconhecia estas extinções e que acho estranho o silêncio que as rodeou - já que a José Fontana e a Antero de Quental são referências marcantes da história do PS nos últimos trinta anos...Exemplificando, quer uma quer outra, como nomes de gente digna podem ser utilizados para cometer as maiores indignidades, ambas tiveram um papel destacado no financiamento da actividade contra-revolucionária do PS/Soares/Alegre.A Fundação José Fontana - fundada em 1977, por sugestão conjunta da Fundação Friedrich Ebert, da CIA e da AFL-CIO - foi criada com o fim específico de dividir o movimento sindical: ela foi decisiva na criação da UGT e na actividade divisionista e provocatória por esta levada a cabo - enquanto a Fundação Antero de Quental, dizia dedicar-se à «estratégia eleitoral autárquica do PS»...Estas fundações facilitaram muito, muitíssimo, os apoios financeiros - milhões de contos! - que o PS recebia dos EUA, da Alemanha, da Itália, da França, da Grã-Bretanha, da Suécia, da Noruega... - apoios sem os quais a contra-revolução de Abril, encabeçada por Mário Soares, não teria alcançado os resultados que obteve.Agora, as duas fundações foram extintas. Porque cumpriram o papel que lhes competia e já não são necessárias? É possível...Resta saber qual o papel a cumprir por esta Fundação Respública agora anunciada...Há-de ser papel bom: ou não estivesse no seu «conselho fundador» um elemento como Jorge Coelho - cuja exemplar «dignidade» os média não se cansam de louvar...


Diz a notícia que Jorge Coelho se mostrou «disponível para integrar o conselho fundador» de uma nova fundação do PS: a Respública.Coelho fez questão de sublinhar que aceitava o convite «apesar de estar arredado da política».Como estamos lembrados, Jorge Coelho arredou-se da política para aceitar o cargo de presidente executivo da Mota-Engil, a principal construtora de obras públicas de Portugal. A esse arredar-se da política chamaram os média dominantes, na altura, «dignidade» - e tantas vezes repetiram a palavra que ela passou a fazer parte do currículo mediático de Jorge Coelho.É claro que, como todos sabemos - nós, os jornalistas e, especialmente, o Jorge Coelho - se ele não tivesse sido, antes, governante, não seria, hoje, o que é na Mota-Engil - mas isso é, ao que parece, irrelevante...Diz ainda a notícia que esta Fundação Respública vem substituir duas outras fundações do PS recentemente extintas: a José Fontana e a Antero de Quental.Confesso que desconhecia estas extinções e que acho estranho o silêncio que as rodeou - já que a José Fontana e a Antero de Quental são referências marcantes da história do PS nos últimos trinta anos...Exemplificando, quer uma quer outra, como nomes de gente digna podem ser utilizados para cometer as maiores indignidades, ambas tiveram um papel destacado no financiamento da actividade contra-revolucionária do PS/Soares/Alegre.A Fundação José Fontana - fundada em 1977, por sugestão conjunta da Fundação Friedrich Ebert, da CIA e da AFL-CIO - foi criada com o fim específico de dividir o movimento sindical: ela foi decisiva na criação da UGT e na actividade divisionista e provocatória por esta levada a cabo - enquanto a Fundação Antero de Quental, dizia dedicar-se à «estratégia eleitoral autárquica do PS»...Estas fundações facilitaram muito, muitíssimo, os apoios financeiros - milhões de contos! - que o PS recebia dos EUA, da Alemanha, da Itália, da França, da Grã-Bretanha, da Suécia, da Noruega... - apoios sem os quais a contra-revolução de Abril, encabeçada por Mário Soares, não teria alcançado os resultados que obteve.Agora, as duas fundações foram extintas. Porque cumpriram o papel que lhes competia e já não são necessárias? É possível...Resta saber qual o papel a cumprir por esta Fundação Respública agora anunciada...Há-de ser papel bom: ou não estivesse no seu «conselho fundador» um elemento como Jorge Coelho - cuja exemplar «dignidade» os média não se cansam de louvar...

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