Cravo de Abril: A FACA O QUEIJO E O GOVERNO...

23-05-2011
marcar artigo


A Sonae decidiu baixar os salários dos trabalhadores do Público - isto é, da maioria dos trabalhadores, pois os chefes, esses, não foram atingidos pela drástica decisão...Para o efeito, a empresa seguiu uma prática muito ao jeito democrático do engenheiro Belmiro: ou aceitam a redução dos salários ou são despedidos.Os trabalhadores, colocados entre a espada e a parede, «aceitaram» a imposição.Dir-se-á: fizeram bem, entre perder o emprego e perder uma parte do salário... do mal o menos.E muito provavelmente não teriam outra hipótese: o patrão é que tem o poder, faz o que quer e lhe apetece - além de que, como se sabe, o Governo é do patrão, ao qual obedece fielmente.Mas atenção: dizendo o que acima se diz, estar-se-á a dizer o mesmo que os belmiros dizem... pelo que há que acrescentar alguma coisa mais.É imperioso dizer que se tivéssemos um governo democrático, a funcionar no respeito pela democracia, outro galo cantaria: os belmiros não poderiam impor a sua ditadura e, no caso concreto, o Governo democrático imporia à Sonae o respeito pelos direitos humanos e constitucionais dos trabalhadores e impediria a redução dos salários.E é esse governo democrático que os trabalhadores e o povo têm que conquistar. Para já, votando bem nas próximas legislativas, rejeitando os partidos representantes do grande capital que há 33 anos destroem o País e votando em quem defende, de facto, sempre e em todas as circunstâncias, os seus interesses e direitos: a CDU.E lutando. Lutando sempre, seja qual for a situação - mesmo quando, por vezes, a luta que se trava não conduza a uma vitória imediata e se traduza, até, numa derrota imediata.E foi isso, a meu ver, que faltou aos trabalhadores do Público, aos quais o patrão roubou parte dos salários. E lutar, neste caso, poderia ser apenas isto: uma declaração dizendo que consideravam a diminuição de salários uma medida injusta e que só a aceitavam porque a isso eram obrigados, porque o patrão tem a faca, o queijo e o Governo na mão.Isso não lhes resolveria o problema da redução de salários?: não, não resolveria, mas era um sinal carregado de futuro, porque se tratava da não aceitação passiva de uma injustiça - e teria sido, acima de tudo, um sinal de disponibilidade para a luta.Como escreveu João Cabral de Melo Neto, no seu fabuloso «Morte e Vida Severina»,«Muita diferença fazentre lutar com as mãose abandoná-las para trás».


A Sonae decidiu baixar os salários dos trabalhadores do Público - isto é, da maioria dos trabalhadores, pois os chefes, esses, não foram atingidos pela drástica decisão...Para o efeito, a empresa seguiu uma prática muito ao jeito democrático do engenheiro Belmiro: ou aceitam a redução dos salários ou são despedidos.Os trabalhadores, colocados entre a espada e a parede, «aceitaram» a imposição.Dir-se-á: fizeram bem, entre perder o emprego e perder uma parte do salário... do mal o menos.E muito provavelmente não teriam outra hipótese: o patrão é que tem o poder, faz o que quer e lhe apetece - além de que, como se sabe, o Governo é do patrão, ao qual obedece fielmente.Mas atenção: dizendo o que acima se diz, estar-se-á a dizer o mesmo que os belmiros dizem... pelo que há que acrescentar alguma coisa mais.É imperioso dizer que se tivéssemos um governo democrático, a funcionar no respeito pela democracia, outro galo cantaria: os belmiros não poderiam impor a sua ditadura e, no caso concreto, o Governo democrático imporia à Sonae o respeito pelos direitos humanos e constitucionais dos trabalhadores e impediria a redução dos salários.E é esse governo democrático que os trabalhadores e o povo têm que conquistar. Para já, votando bem nas próximas legislativas, rejeitando os partidos representantes do grande capital que há 33 anos destroem o País e votando em quem defende, de facto, sempre e em todas as circunstâncias, os seus interesses e direitos: a CDU.E lutando. Lutando sempre, seja qual for a situação - mesmo quando, por vezes, a luta que se trava não conduza a uma vitória imediata e se traduza, até, numa derrota imediata.E foi isso, a meu ver, que faltou aos trabalhadores do Público, aos quais o patrão roubou parte dos salários. E lutar, neste caso, poderia ser apenas isto: uma declaração dizendo que consideravam a diminuição de salários uma medida injusta e que só a aceitavam porque a isso eram obrigados, porque o patrão tem a faca, o queijo e o Governo na mão.Isso não lhes resolveria o problema da redução de salários?: não, não resolveria, mas era um sinal carregado de futuro, porque se tratava da não aceitação passiva de uma injustiça - e teria sido, acima de tudo, um sinal de disponibilidade para a luta.Como escreveu João Cabral de Melo Neto, no seu fabuloso «Morte e Vida Severina»,«Muita diferença fazentre lutar com as mãose abandoná-las para trás».

marcar artigo