Cravo de Abril: SACRIFÍCIO PUNGENTE

24-01-2011
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Salvador de Mello, Presidente do maior grupo privado de Saúde em Portugal - «José de Mello Saúde» - deu entrevista ao Diário Económico.Tema da entrevista: «a perda da gestão do Hospital Amadora-Sintra».O entrevistado não escondeu o seu desagrado com o acontecido, tanto mais que, segundo afirma, «O Amadora-Sintra contribuiu muito significativamente para a modernização do sector da saúde em Portugal», pelo que esta «decisão é um retrocesso de décadas» - e foi por aí fora na enunciação caudalosa das «vantagens» que aquela privatização trouxe para «Portugal».Esqueceu-se, apenas, de dizer a verdade: que o Amadora-Sintra foi uma monumental negociata (concretizada, recorde-se, pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva) e que este «Portugal» beneficiado com tais «vantagens» não é mais do que a auto-designação assumida, na circunstância, pela «José de Mello Saúde»...O Diário Económico informa que o entrevistado acedeu (certamente com grande sacrifício pessoal, digo eu...) a dar a entrevista (que ocorreu no Hotel Albatroz, em Cascais) horas antes de partir de férias para a Tailândia - e traça o seu «perfil», começando assim: «É o décimo de doze irmãos, mas isso não o impediu de ter uma educação privilegiada. Estudou na Suiça...» - chiça, digo eu, curvado perante o sacrifício pungente que há-de ter sido o destes pais para proporcionarem a todos os doze filhos tal «educação privilegiada»!E já nem quero ler mais: estou farto - farto até aqui... - de ler relatos de vidas sacrificadas, de sacrifícios pungentes...


Salvador de Mello, Presidente do maior grupo privado de Saúde em Portugal - «José de Mello Saúde» - deu entrevista ao Diário Económico.Tema da entrevista: «a perda da gestão do Hospital Amadora-Sintra».O entrevistado não escondeu o seu desagrado com o acontecido, tanto mais que, segundo afirma, «O Amadora-Sintra contribuiu muito significativamente para a modernização do sector da saúde em Portugal», pelo que esta «decisão é um retrocesso de décadas» - e foi por aí fora na enunciação caudalosa das «vantagens» que aquela privatização trouxe para «Portugal».Esqueceu-se, apenas, de dizer a verdade: que o Amadora-Sintra foi uma monumental negociata (concretizada, recorde-se, pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva) e que este «Portugal» beneficiado com tais «vantagens» não é mais do que a auto-designação assumida, na circunstância, pela «José de Mello Saúde»...O Diário Económico informa que o entrevistado acedeu (certamente com grande sacrifício pessoal, digo eu...) a dar a entrevista (que ocorreu no Hotel Albatroz, em Cascais) horas antes de partir de férias para a Tailândia - e traça o seu «perfil», começando assim: «É o décimo de doze irmãos, mas isso não o impediu de ter uma educação privilegiada. Estudou na Suiça...» - chiça, digo eu, curvado perante o sacrifício pungente que há-de ter sido o destes pais para proporcionarem a todos os doze filhos tal «educação privilegiada»!E já nem quero ler mais: estou farto - farto até aqui... - de ler relatos de vidas sacrificadas, de sacrifícios pungentes...

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