Cravo de Abril: DEMOCRACIA DE PADRINHOS

21-05-2011
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A Irlanda é o único país da União Europeia que vai referendar o Tratado - num referendo que se coloca como a grande tarefa do governo e no qual o «sim» tem que ganhar, custe o que custar.E para cuja vitória vale tudo.Para bem cumprir o seu papel, o governo da Irlanda já pôs em marcha uma campanha de desinformação e manipulação do eleitorado, com poderosos apoios pelo menos da Grã-Bretanha e da Comissão Europeia.Aspectos dessa campanha vieram a público num jornal inglês que transcreveu parte de uma mensagem enviada ao governo inglês por uma sua diplomata na Irlanda. Nessa mensagem, são relatadas reuniões da referida diplomata com responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros irlandês - reuniões cujo exclusivo objectivo é ver o que é preciso fazer para «assegurar a vitória do "sim"».Segundo informa a diplomata britânica, o governo irlandês está preocupado com os resultados do referendo. A sua esperança maior num bom resultado reside, mesmo, na ignorância do eleitorado. Dizem eles, satisfeitos, que a maioria dos eleitores não vai ler, nem entender, o Tratado, o que é excelente, porque, assim, no dia do referendo, «vão seguir as recomendações dos políticos»...Não há como a ignorância para dar conteúdo democrático ao voto...Mesmo assim, e precavendo-se face à eventualidade de alguns eleitores lerem o Tratado - e, lendo-o, rejeitá-lo - a campanha eleitoral do governo «vai concentrar-se sobre as vantagens globais da União Europeia, evitando falar sobre o Tratado em si».É assim que os «construtores da Europa» entendem a democracia.Neste processo da aprovação do Tratado, começaram por dar um passo em frente no desrespeito público pelos princípios democráticos ao afirmarem, sem vergonha nem pudor, que não haveria referendos para não correr o risco de os povos rejeitarem o Tratado, o que que dizer que fariam referendos em todo o lado se estivessem certos de que o «sim» ia ganhar - nisto se resumindo exemplarmente o seu conceito de democracia e de eleições democráticas...Agora, face ao único caso em que há referendo, tomam as medidas necessárias - todas as que forem necessárias - para assegurar a vitória do «sim»É assim que funciona esta Democracia de Padrinhos...


A Irlanda é o único país da União Europeia que vai referendar o Tratado - num referendo que se coloca como a grande tarefa do governo e no qual o «sim» tem que ganhar, custe o que custar.E para cuja vitória vale tudo.Para bem cumprir o seu papel, o governo da Irlanda já pôs em marcha uma campanha de desinformação e manipulação do eleitorado, com poderosos apoios pelo menos da Grã-Bretanha e da Comissão Europeia.Aspectos dessa campanha vieram a público num jornal inglês que transcreveu parte de uma mensagem enviada ao governo inglês por uma sua diplomata na Irlanda. Nessa mensagem, são relatadas reuniões da referida diplomata com responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros irlandês - reuniões cujo exclusivo objectivo é ver o que é preciso fazer para «assegurar a vitória do "sim"».Segundo informa a diplomata britânica, o governo irlandês está preocupado com os resultados do referendo. A sua esperança maior num bom resultado reside, mesmo, na ignorância do eleitorado. Dizem eles, satisfeitos, que a maioria dos eleitores não vai ler, nem entender, o Tratado, o que é excelente, porque, assim, no dia do referendo, «vão seguir as recomendações dos políticos»...Não há como a ignorância para dar conteúdo democrático ao voto...Mesmo assim, e precavendo-se face à eventualidade de alguns eleitores lerem o Tratado - e, lendo-o, rejeitá-lo - a campanha eleitoral do governo «vai concentrar-se sobre as vantagens globais da União Europeia, evitando falar sobre o Tratado em si».É assim que os «construtores da Europa» entendem a democracia.Neste processo da aprovação do Tratado, começaram por dar um passo em frente no desrespeito público pelos princípios democráticos ao afirmarem, sem vergonha nem pudor, que não haveria referendos para não correr o risco de os povos rejeitarem o Tratado, o que que dizer que fariam referendos em todo o lado se estivessem certos de que o «sim» ia ganhar - nisto se resumindo exemplarmente o seu conceito de democracia e de eleições democráticas...Agora, face ao único caso em que há referendo, tomam as medidas necessárias - todas as que forem necessárias - para assegurar a vitória do «sim»É assim que funciona esta Democracia de Padrinhos...

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