Cravo de Abril: HIROSHIMA E NAGAZAKI

21-01-2011
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Foi a 6 e 9 de Agosto de 1945 - e foi o mais cruel, o mais monstruoso, o mais bárbaro morticínio da história.A decisão foi, no essencial, tomada pelo Presidente Truman e pelos seus homens de mão, entre os quais se encontrava Churchil.O monstruoso crime foi, na altura, justificado por duas razões: «exigências militares» e «necessidade de evitar milhares de mortes de norte-americanos e aliados».Ambas as justificações eram falsas.«Exigências militares»?Eis alguns factos: Truman e Chruchil sabiam que:o imperador decidira render-se desde 20 de Junho e que, quer o embaixador do Japão em Moscovo, quer o príncipe Konoye haviam encetado contactos com a URSS no sentido de pôr termo à guerra;o Japão perdera quase toda a aviação e marinha e a sua defesa antiaérea tinha sido destroçada pelos 7. 000 raids dos B-29 norte-americanos;a 10 de Março, a cidade de Tóquio havia sido exaustivamente bombardeada pelos EUA, provocando 125 mil mortos e feridos;isto é: o Japão estava irremediavelmente vencido.Truman e Churchil sabiam ainda, como toda a gente, que a Alemanha nazi capitulara três meses antes. Que o nazi-fascismo estava derrotado.Que a URSS tivera nessa derrota um papel determinante.Que o inimigo a abater, agora, era a URSS.Aliás, fora o avanço imparável do Exército Vermelho que obrigara os EUA a abrir a segunda frente, com o desembarque na Normandia, dez meses antes - e fora esse mesmo avanço imparável que levara Churchil, em Fevereiro de 1945, a ordenar a destruição de Dresde - cidade alemã sem quaisquer alvos militares e desprovida de quaisquer defesas - provocando 125 mil vítimas.«Necessidade de evitar milhares de mortes de americanos e aliados»?É falso. Tratava-se, isso sim, de «justificar» o bárbaro crime perante a opinião pública internacional.É curioso ver como o «número de vítimas evitadas» foi progredindo:Truman começou por dizer que o lançamento das bombas poupara «a vida de 250 mil americanos»; depois corrigiu: «foram evitadas 500 mil perdas (americanas e aliadas)»; a seguir esticou a corda para «mais de um milhão de vidas salvas»...Por seu lado, Churchil fixou o número em «um milhão e 200 mil» - e o marechal britânico Arthur Harris, delirante, falava de «2 a 3 milhões de perdas evitadas».Já o chefe da força aérea dos EUA - general Curtis Le May - explicava, com o coração nas mãos, o objectivo: «Fazer regressar o Japão à Idade da Pedra».Na realidade, nem uma vida foi salva com o lançamento das duas bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagazaki. Na realidade, mais de 200 mil pessoas tiveram morte imediata e as consequências das duas explosões continuam ainda hoje a fazer-se sentir, matando.Truman e Churchil pareciam feitos de encomenda para a sinistra tarefa. Eles formavam uma parelha que se identificava totalmente no anticomunismo primário, na cínica desumanização, na prática provada de carniceiros eméritos.E a realidade posterior mostrou que tiveram continuadores à altura: para não recurmos muto no tempo, basta lembramo-nos de Bush e Blair.


Foi a 6 e 9 de Agosto de 1945 - e foi o mais cruel, o mais monstruoso, o mais bárbaro morticínio da história.A decisão foi, no essencial, tomada pelo Presidente Truman e pelos seus homens de mão, entre os quais se encontrava Churchil.O monstruoso crime foi, na altura, justificado por duas razões: «exigências militares» e «necessidade de evitar milhares de mortes de norte-americanos e aliados».Ambas as justificações eram falsas.«Exigências militares»?Eis alguns factos: Truman e Chruchil sabiam que:o imperador decidira render-se desde 20 de Junho e que, quer o embaixador do Japão em Moscovo, quer o príncipe Konoye haviam encetado contactos com a URSS no sentido de pôr termo à guerra;o Japão perdera quase toda a aviação e marinha e a sua defesa antiaérea tinha sido destroçada pelos 7. 000 raids dos B-29 norte-americanos;a 10 de Março, a cidade de Tóquio havia sido exaustivamente bombardeada pelos EUA, provocando 125 mil mortos e feridos;isto é: o Japão estava irremediavelmente vencido.Truman e Churchil sabiam ainda, como toda a gente, que a Alemanha nazi capitulara três meses antes. Que o nazi-fascismo estava derrotado.Que a URSS tivera nessa derrota um papel determinante.Que o inimigo a abater, agora, era a URSS.Aliás, fora o avanço imparável do Exército Vermelho que obrigara os EUA a abrir a segunda frente, com o desembarque na Normandia, dez meses antes - e fora esse mesmo avanço imparável que levara Churchil, em Fevereiro de 1945, a ordenar a destruição de Dresde - cidade alemã sem quaisquer alvos militares e desprovida de quaisquer defesas - provocando 125 mil vítimas.«Necessidade de evitar milhares de mortes de americanos e aliados»?É falso. Tratava-se, isso sim, de «justificar» o bárbaro crime perante a opinião pública internacional.É curioso ver como o «número de vítimas evitadas» foi progredindo:Truman começou por dizer que o lançamento das bombas poupara «a vida de 250 mil americanos»; depois corrigiu: «foram evitadas 500 mil perdas (americanas e aliadas)»; a seguir esticou a corda para «mais de um milhão de vidas salvas»...Por seu lado, Churchil fixou o número em «um milhão e 200 mil» - e o marechal britânico Arthur Harris, delirante, falava de «2 a 3 milhões de perdas evitadas».Já o chefe da força aérea dos EUA - general Curtis Le May - explicava, com o coração nas mãos, o objectivo: «Fazer regressar o Japão à Idade da Pedra».Na realidade, nem uma vida foi salva com o lançamento das duas bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagazaki. Na realidade, mais de 200 mil pessoas tiveram morte imediata e as consequências das duas explosões continuam ainda hoje a fazer-se sentir, matando.Truman e Churchil pareciam feitos de encomenda para a sinistra tarefa. Eles formavam uma parelha que se identificava totalmente no anticomunismo primário, na cínica desumanização, na prática provada de carniceiros eméritos.E a realidade posterior mostrou que tiveram continuadores à altura: para não recurmos muto no tempo, basta lembramo-nos de Bush e Blair.

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