Cravo de Abril: ELES LÁ SABEM PORQUÊ

22-05-2011
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O Expresso - à semelhança de todos os seus gémeos (semanários e diários) - prossegue a ingente tarefa de elevar acima dos píncaros da lua a imagem do novo presidente dos EUA.Assim, integrando «o delírio global pela histórica eleição de Obama», e a propósito de Obama ser negro, o Expresso pergunta: «E nós, podemos ter um Obama?» - isto é: podemos ter, em Portugal, um presidente negro?E dirigiu essa pergunta a representantes dos partidos do costume: PS, PSD, CDS/PP e o omnipresente BE - os quais responderam, presumo que em coro, que «não imaginam tal no curto prazo».Vai daí, o Expresso virou a agulha: resolveu fazer balanço dos negros existentes nas direcções dos partidos portugueses.E, peremptório, sem sombra de qualquer dúvida, informou assim, preto no branco: «o BE foi o primeiro partido em Portugal a ter um negro nas listas para a sua direcção».É claro que se trata de uma falsa informação, mas isso não importa, não é verdade?: a falsidade ficou escrita, provavelmente será repetida por outros jornais, e a curto prazo será tida como verdade incontestável...Obviamente, o Expresso não ouviu nenhum dirigente do PCP.E como também não fez o trabalho de casa, livrou-se da chatice que era informar com verdade os seus leitores, designadamente dizendo-lhes que ainda o BE não era nascido (muito longe disso!) e já o PCP tinha no seu Comité Central um cidadão negro.Não é que a questão, em si, seja particularmente relevante: trago-a aqui apenas para lembrar os métodos e práticas a que recorrem os média dominantes para cumprirem as tarefas que lhes estão destinadas.Neste caso a tarefa de todos os dias que é - eles bem sabem porquê - silenciar e menorizar o PCP e proclamar aos quatro ventos as incomensuráveis virtudes do BE.


O Expresso - à semelhança de todos os seus gémeos (semanários e diários) - prossegue a ingente tarefa de elevar acima dos píncaros da lua a imagem do novo presidente dos EUA.Assim, integrando «o delírio global pela histórica eleição de Obama», e a propósito de Obama ser negro, o Expresso pergunta: «E nós, podemos ter um Obama?» - isto é: podemos ter, em Portugal, um presidente negro?E dirigiu essa pergunta a representantes dos partidos do costume: PS, PSD, CDS/PP e o omnipresente BE - os quais responderam, presumo que em coro, que «não imaginam tal no curto prazo».Vai daí, o Expresso virou a agulha: resolveu fazer balanço dos negros existentes nas direcções dos partidos portugueses.E, peremptório, sem sombra de qualquer dúvida, informou assim, preto no branco: «o BE foi o primeiro partido em Portugal a ter um negro nas listas para a sua direcção».É claro que se trata de uma falsa informação, mas isso não importa, não é verdade?: a falsidade ficou escrita, provavelmente será repetida por outros jornais, e a curto prazo será tida como verdade incontestável...Obviamente, o Expresso não ouviu nenhum dirigente do PCP.E como também não fez o trabalho de casa, livrou-se da chatice que era informar com verdade os seus leitores, designadamente dizendo-lhes que ainda o BE não era nascido (muito longe disso!) e já o PCP tinha no seu Comité Central um cidadão negro.Não é que a questão, em si, seja particularmente relevante: trago-a aqui apenas para lembrar os métodos e práticas a que recorrem os média dominantes para cumprirem as tarefas que lhes estão destinadas.Neste caso a tarefa de todos os dias que é - eles bem sabem porquê - silenciar e menorizar o PCP e proclamar aos quatro ventos as incomensuráveis virtudes do BE.

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