... Mas é só para que a questão não fique esquecida no meio do caudal de notícias com que os média nos têm vindo a afogar - desde as andanças da selecção nacional de futebol («as bandeiras, não se esqueçam das bandeiras, ouviram?» Ó Pepe, já aprendeste o Hino Nacional? não te esqueças do Hino», «Vá, agora vamos todos ouvir o Roberto Leal que é o cantor preferido do mister Scolari») até àquele que, a ajuizar pelo relevo que lhe é dado por esses média, parece ser o maior acontecimento do Século: o «comício contra o Governo», organizado por Alegre, Louçã & etc.Insisto, então, na minha notícia - que podia ser, mas não é, sobre a ida de Jerónimo de Sousa ao Vale do Ave, a qual, sabemos bem porquê, foi cuidadosa e eficazmente silenciada pela generalidade da comunicação social dominante - para que, repito, a questão não caia no esquecimento.Como estamos lembrados - e aqui lembrei várias vezes - o conceito de liberdade, democracia e direitos humanos em vigor nos Estados Unidos da América, exibe-se em múltiplas expressões, uma das quais é a forma de tratamento dada aos suspeitos de terrorismo e, particularmente, aos suspeitos de que se supõe dever suspeitar-se serem suspeitos de qualquer suspeita ligação ao suspeito atentado às Torres Gémeas em 11 de Setembro de 2001 - sem esquecer, naturalmente, que estes «suspeitos» incluem, também, os filhos, netos, pais e vizinhos de todos os preumiveis suspeitos...Com efeito, tanto as diversificadas formas de tortura aplicadas, como as características celulares inventadas nas prisões secretas, como o volume de presos registado, revelam um imaginação notável por parte dos torturadores, dos carcereiros e de todos os heróicos combatentes do terrorismo em geral.Diz-nos agora a ONG britânica Reprieve que, desde o 11 de setembro de 2001, terão passado pelas prisões secretas norte-americanas 80. 000 «suspeitos» - os quais foram criteriosamente fechados, fichados e tratados em cadeias secretas da CIA, espalhadas por vários países, designadamente: Quénia, Somália, Etiópia, Djibuti, Tailândia, Afeganistão, Polónia e Roménia.Não surpreende mas é digno de registo, o elevado número pessoas presas - e seria bom saber, no final, quantas se provou, após a prisão e as torturas, nada terem a ver com aquele ou com qualquer outro atentado.Outra notícia, diz-nos que vai ter início o julgamento daquele que a CIA considera ser «o cérebro» do ataque às Torres Gémeas.Não surpreende mas é digno de registo, o facto de tal julgamento ocorrer quase sete anos depois do atentado - tal como convém registar este outro curioso pormenor: o «tribunal» que vai julgar (e condenar) «o cérebro», é «considerado ilegal pelo Supremo Tribunal dos EUA»...Acrescentemos, então, ao painel de conceitos civilizacionais em vigor nos EUA, este peculiar conceito de justiça...E registemos. Pelo menos na memória.
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... Mas é só para que a questão não fique esquecida no meio do caudal de notícias com que os média nos têm vindo a afogar - desde as andanças da selecção nacional de futebol («as bandeiras, não se esqueçam das bandeiras, ouviram?» Ó Pepe, já aprendeste o Hino Nacional? não te esqueças do Hino», «Vá, agora vamos todos ouvir o Roberto Leal que é o cantor preferido do mister Scolari») até àquele que, a ajuizar pelo relevo que lhe é dado por esses média, parece ser o maior acontecimento do Século: o «comício contra o Governo», organizado por Alegre, Louçã & etc.Insisto, então, na minha notícia - que podia ser, mas não é, sobre a ida de Jerónimo de Sousa ao Vale do Ave, a qual, sabemos bem porquê, foi cuidadosa e eficazmente silenciada pela generalidade da comunicação social dominante - para que, repito, a questão não caia no esquecimento.Como estamos lembrados - e aqui lembrei várias vezes - o conceito de liberdade, democracia e direitos humanos em vigor nos Estados Unidos da América, exibe-se em múltiplas expressões, uma das quais é a forma de tratamento dada aos suspeitos de terrorismo e, particularmente, aos suspeitos de que se supõe dever suspeitar-se serem suspeitos de qualquer suspeita ligação ao suspeito atentado às Torres Gémeas em 11 de Setembro de 2001 - sem esquecer, naturalmente, que estes «suspeitos» incluem, também, os filhos, netos, pais e vizinhos de todos os preumiveis suspeitos...Com efeito, tanto as diversificadas formas de tortura aplicadas, como as características celulares inventadas nas prisões secretas, como o volume de presos registado, revelam um imaginação notável por parte dos torturadores, dos carcereiros e de todos os heróicos combatentes do terrorismo em geral.Diz-nos agora a ONG britânica Reprieve que, desde o 11 de setembro de 2001, terão passado pelas prisões secretas norte-americanas 80. 000 «suspeitos» - os quais foram criteriosamente fechados, fichados e tratados em cadeias secretas da CIA, espalhadas por vários países, designadamente: Quénia, Somália, Etiópia, Djibuti, Tailândia, Afeganistão, Polónia e Roménia.Não surpreende mas é digno de registo, o elevado número pessoas presas - e seria bom saber, no final, quantas se provou, após a prisão e as torturas, nada terem a ver com aquele ou com qualquer outro atentado.Outra notícia, diz-nos que vai ter início o julgamento daquele que a CIA considera ser «o cérebro» do ataque às Torres Gémeas.Não surpreende mas é digno de registo, o facto de tal julgamento ocorrer quase sete anos depois do atentado - tal como convém registar este outro curioso pormenor: o «tribunal» que vai julgar (e condenar) «o cérebro», é «considerado ilegal pelo Supremo Tribunal dos EUA»...Acrescentemos, então, ao painel de conceitos civilizacionais em vigor nos EUA, este peculiar conceito de justiça...E registemos. Pelo menos na memória.