Cravo de Abril: O TRIGO E O JOIO

28-05-2010
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Há dirigentes sindicais e há «dirigentes sindicais».Neste caso, as aspas servem para distinguir o trigo do joio, isto é:distinguir os sindicalistas que defendem os interesses dos trabalhadores que os seus sindicatos representam; dos que se mascaram de sindicalistas para defenderem os interesses do grande capital.João Proença é um destes últimos: chefe da UGT - central «sindical» criada pelos partidos da política de direita com o objectivo de apoiar essa política e de quebrar a espinha à CGTP - ele comporta-se como um verdadeiro homem de mão dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.Exemplo disso é a sua recente atitude em relação ao Código do Trabalho. Atitude recorrente, aliás, já que a UGT tem aprovado todos os pacotes anti-laborais. (ficou, até, célebre o célebre brinde com champanhe com que todos - ugêtês, patrões e ministros - comemoraram um desses pacotes laborais)Há dias, João Proença foi ouvido pelo Correio da Manhã.O tema era o caso do jovem Pedro Jorge e as perguntas eram duas:1 - se a UGT concordava com o processo disciplinar instaurado ao jovem electricista que, «no programa Prós e Contras, disse ganhar o ordenado ilíquido de 541,2 euros e não ser aumentado há vários anos»; e2 - se «a UGT tem conhecimento de casos idênticos».À primeira pergunta, o Proença respondeu que «achamos que é uma situação lamentável», mas... «as declarações que ele (o Pedro Jorge) fez parece não terem sido muito felizes»: «disse que não era aumentado desde 2003» e, afinal, «não o era desde 2004»; «disse também que a empresa estava em boa situação financeira, mas parece que não estava».Ora, como estamos lembrados, foi precisamente na base destes argumentos que o patrão instaurou o processo disciplinar ao Pedro Jorge...É caso para dizer que um administrador da empresa não teria respondido melhor - o que significa que Proença cumpriu mais uma vez, com incontestado brio, as suas funções de representante do patronato.À segunda pergunta, o Proença respondeu que: «Não» - e acrescentou: «Às vezes, tem havido queixas daquilo que se considera perseguição pelo exercício de actividade sindical nas empresas», mas... se assim for, a «Autoridade para as Condições de Trabalho» resolverá o assunto...É claro que não há nenhum caso de «sindicalista« da UGT perseguido - por que raio é que os patrões haviam de perseguir quem tão fielmente os serve e que por tal servidão é devidamente remunerado?E é claro que há muitos sindicalistas da CGTP perseguidos - precisamente porque defendem os interesses dos trabalhadoresE é claro que para a tal «Autoridade» se trata de «queixas daquilo que se considera perseguição»...


Há dirigentes sindicais e há «dirigentes sindicais».Neste caso, as aspas servem para distinguir o trigo do joio, isto é:distinguir os sindicalistas que defendem os interesses dos trabalhadores que os seus sindicatos representam; dos que se mascaram de sindicalistas para defenderem os interesses do grande capital.João Proença é um destes últimos: chefe da UGT - central «sindical» criada pelos partidos da política de direita com o objectivo de apoiar essa política e de quebrar a espinha à CGTP - ele comporta-se como um verdadeiro homem de mão dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.Exemplo disso é a sua recente atitude em relação ao Código do Trabalho. Atitude recorrente, aliás, já que a UGT tem aprovado todos os pacotes anti-laborais. (ficou, até, célebre o célebre brinde com champanhe com que todos - ugêtês, patrões e ministros - comemoraram um desses pacotes laborais)Há dias, João Proença foi ouvido pelo Correio da Manhã.O tema era o caso do jovem Pedro Jorge e as perguntas eram duas:1 - se a UGT concordava com o processo disciplinar instaurado ao jovem electricista que, «no programa Prós e Contras, disse ganhar o ordenado ilíquido de 541,2 euros e não ser aumentado há vários anos»; e2 - se «a UGT tem conhecimento de casos idênticos».À primeira pergunta, o Proença respondeu que «achamos que é uma situação lamentável», mas... «as declarações que ele (o Pedro Jorge) fez parece não terem sido muito felizes»: «disse que não era aumentado desde 2003» e, afinal, «não o era desde 2004»; «disse também que a empresa estava em boa situação financeira, mas parece que não estava».Ora, como estamos lembrados, foi precisamente na base destes argumentos que o patrão instaurou o processo disciplinar ao Pedro Jorge...É caso para dizer que um administrador da empresa não teria respondido melhor - o que significa que Proença cumpriu mais uma vez, com incontestado brio, as suas funções de representante do patronato.À segunda pergunta, o Proença respondeu que: «Não» - e acrescentou: «Às vezes, tem havido queixas daquilo que se considera perseguição pelo exercício de actividade sindical nas empresas», mas... se assim for, a «Autoridade para as Condições de Trabalho» resolverá o assunto...É claro que não há nenhum caso de «sindicalista« da UGT perseguido - por que raio é que os patrões haviam de perseguir quem tão fielmente os serve e que por tal servidão é devidamente remunerado?E é claro que há muitos sindicalistas da CGTP perseguidos - precisamente porque defendem os interesses dos trabalhadoresE é claro que para a tal «Autoridade» se trata de «queixas daquilo que se considera perseguição»...

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