Cravo de Abril: O TIGRE DO PAPEL

20-01-2011
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O site WikiLeaks divulgou mais 251 287 documentos confidenciais ou secretos que são correspondência trocada entre o Departamento de Estado e diplomatas dos EUA espalhados pelo mundo.Membros do governo de Obama vieram a público manifestar as suas «preocupações» com o facto. Dizem eles que a divulgação destes documentos «põe em perigo a vida de cidadãos norte-americanos em vários países».Se põe ou não, não sei, nem quero saber, nem isso me preocupa.Preocupa-me, isso sim, as vidas brutalmente ceifadas por esses «cidadãos norte-americanos em vários países» .Como é hábito, às vozes preocupadas dos chefes, juntaram-se de imediato as dos seus porta-vozes distribuidos pelos média do grande capital, em todo o mundo.Foi o caso de Teresa de Sousa - ex-esquerdista assanhada, de punho no ar: «o imperialismo é um tigre de papel», e agora, que o papel é outro, assanhada propagandista do tigre do papel.Escreveu ela, no seu Público, que a afirmação de Julian Assange segundo a qual a divulgação destes documentos «serve a transparência», é falsa.Porquê?: porque, escreve Teresa de dedo em riste, «não há transparência aceitável fora da lei. Não há jornalismo sem regras».Obviamente, está referir-se à «lei» dos seus donos e às «regras» por eles determinadas - «lei» e «regras» que são as dela, pelo papel que desempenha e pelo papel que o tigre imperialista, directa ou indirectamente, lhe faz chegar.Tal como os seus chefes, Teresa está preocupada.E porquê?: porque o que o Assange quer é «enfraquecer a América».(Reparem: Teresa não escreve Estados Unidos da América: tal como os seus chefes, escreve «América», assim como quem diz que o continente americano é propriedade do imperialismo norte-americano - e venha o papel...).Escreve, finalmente, Teresa que a divulgação dos documentos, para além de colocar «problemas muito sérios às democracias» - o que, digo eu, é perigosíssimo para os patrões das democracias... - «coloca problemas igualmente muito sérios à imprensa livre das democracias»- que é, digo eu, a imprensa feita com o papel do tigre e das suas crias indígenas.Em resumo, e parafraseando um grande escritor norte-americano, o que faz escrever Teresa ... é o papel...


O site WikiLeaks divulgou mais 251 287 documentos confidenciais ou secretos que são correspondência trocada entre o Departamento de Estado e diplomatas dos EUA espalhados pelo mundo.Membros do governo de Obama vieram a público manifestar as suas «preocupações» com o facto. Dizem eles que a divulgação destes documentos «põe em perigo a vida de cidadãos norte-americanos em vários países».Se põe ou não, não sei, nem quero saber, nem isso me preocupa.Preocupa-me, isso sim, as vidas brutalmente ceifadas por esses «cidadãos norte-americanos em vários países» .Como é hábito, às vozes preocupadas dos chefes, juntaram-se de imediato as dos seus porta-vozes distribuidos pelos média do grande capital, em todo o mundo.Foi o caso de Teresa de Sousa - ex-esquerdista assanhada, de punho no ar: «o imperialismo é um tigre de papel», e agora, que o papel é outro, assanhada propagandista do tigre do papel.Escreveu ela, no seu Público, que a afirmação de Julian Assange segundo a qual a divulgação destes documentos «serve a transparência», é falsa.Porquê?: porque, escreve Teresa de dedo em riste, «não há transparência aceitável fora da lei. Não há jornalismo sem regras».Obviamente, está referir-se à «lei» dos seus donos e às «regras» por eles determinadas - «lei» e «regras» que são as dela, pelo papel que desempenha e pelo papel que o tigre imperialista, directa ou indirectamente, lhe faz chegar.Tal como os seus chefes, Teresa está preocupada.E porquê?: porque o que o Assange quer é «enfraquecer a América».(Reparem: Teresa não escreve Estados Unidos da América: tal como os seus chefes, escreve «América», assim como quem diz que o continente americano é propriedade do imperialismo norte-americano - e venha o papel...).Escreve, finalmente, Teresa que a divulgação dos documentos, para além de colocar «problemas muito sérios às democracias» - o que, digo eu, é perigosíssimo para os patrões das democracias... - «coloca problemas igualmente muito sérios à imprensa livre das democracias»- que é, digo eu, a imprensa feita com o papel do tigre e das suas crias indígenas.Em resumo, e parafraseando um grande escritor norte-americano, o que faz escrever Teresa ... é o papel...

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